Café arábica em NY tem alta próxima de 100 pts nesta 2ª e se recupera de parte das perdas da última sessão
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (26) com alta próxima de 100 pontos. Em acomodação técnica, com suporte do câmbio e novas previsões de tempo seco no Brasil nos próximos dias, o mercado externo do grão voltou a subir depois de recuar quase 200 pontos na última sexta-feira.
O vencimento maio/18 fechou o dia cotado 118,15 cents/lb com alta de 95 pontos, o julho/18 registrou 120,20 cents/lb com 80 pontos de avanço. Já o contrato julho/18 fechou o dia a 122,45 cents/lb com valorização de 75 pontos e o setembro/18, mais distante, encerrou a sessão a 125,90 cents/lb com 75 pontos de alta.
O mercado do arábica teve mais uma sessão marcada por influência do câmbio e indicadores técnicos, mas algumas informações climáticas voltaram a chamar a atenção dos operadores. "Tivemos um dia de recompras e ajustes técnicos após a queda verificada na última semana", disse em relatório o analista da Origem Corretora, Anilton Machado.
O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira com queda de 0,74%, cotado a R$ 3,3036 na venda, diante de um alívio com uma eventual guerra comercial global. "O mercado está cautelosamente esperançoso que os Estados Unidos e a China cheguem a um acordo comercial", afirmou à agência de notícias Reuters o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.
A divisa mais baixa ante o real tende a desencorajar as exportações da commodity pelo Brasil, em compensação os preços externos do grão avançam.
Segundo reporta a Reuters internacional, a previsão de tempo mais seco em áreas produtoras do Brasil nos próximos dias também contribuiu para a alta nas cotações. No entanto, de acordo com boletim da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), a previsão para o outono é otimista para a colheita no país, que começa nos próximos dias.
"Na região Sudeste, apenas para algumas partes do estado de Minas Gerais e para o nordeste de Goiás é esperado que as chuvas ocorram dentro ou pouco acima da média do mês", explicam em informativo Williams Ferreira e Marcelo Ribeiro, pesquisadores da Epamig, respectivamente, nas áreas de agrometeorologia e fitotecnia. Já as temperaturas durante o mês devem ficar abaixo da média no estado.
Leia mais:
» Previsão para o outono deve favorecer colheita do café no Sudeste, informa Epamig
Mercado interno
Os negócios com café seguem ocorrendo lentamente diante das recentes quedas externas. No entanto, nesta segunda-feira, avanços foram registrados em alguns tipos nas praças de comercialização do país, mas os preços ainda seguem distantes do desejo do produtor.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as baixas no mercado interno estavam atreladas às recentes quedas nos preços externos da variedade, que, por sua vez, têm sido pressionados pelas perspectivas de elevada produção global, fatores técnicos e câmbio.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 476,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 3,30% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 466,00 – estável. As praças do tipo não tiveram oscilação no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 445,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com valorização de 1,18% e saca a R$ 430,00.
Na sexta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 424,28 e queda de 1,31%.
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