EPAMIG promove avaliação de cultivares de café em dias de campo
A EPAMIG promoveu nesta semana, no Sul de Minas, dois dias de campo sobre cafeicultura. Os eventos, realizados nos municípios de São Francisco de Paula e Perdões, tiveram como objetivo apresentar o desempenho de Unidades Demonstrativas de Cultivares de Café instaladas nas propriedades visitadas. “Testamos em quatro municípios da região (Lambari, Perdões, Santo Antônio do Amparo e São Francisco de Paula), as mesmas cinco cultivares de café (Aranãs, Catiguá MG2, Paraíso, Topázio e Catuaí Vermelho 99), plantadas na mesma época e vamos acompanhar o desenvolvimento delas ao longo de três anos. A proposta é que ao final deste período possamos apontar a cultivar mais adequada cada município com base na experiência do produtor daqui”, explica o pesquisador Gladyston Carvalho.
O projeto, implementado com o apoio do Consórcio de Pesquisa Café, em parceria com a Fundação Hanns R. Neumann e a Emater-MG, visa auxiliar produtores de pequeno porte. “Esse trabalho é voltado para o cafeicultor familiar e queremos que aqui ele possa avaliar a situação real das plantas em condições de plantio e manejo semelhantes as dele”, completa Gladyston. Além das Unidades de avaliação das cultivares foram instaladas também unidades de poda e adubação. “Tivemos resultados bastante interessantes em Santo Antônio do Amparo no ano passado”, conta o bolsista da EPAMIG Alessandro Meirelles, responsável pelo acompanhamento das Unidades Demonstrativas.
Proprietário de um sítio em São Francisco de Paula desde 2012, José Reis foi indicado pelo técnico da Fundação Hanns Neumann, Gustavo Michalsky, para receber a Unidade Demonstrativa da EPAMIG no município. “Com a aposentadoria em 2015, passei a me dedicar mais à propriedade. O Gustavo me disse que a EPAMIG iria fornecer as mudas e adubo e acompanhar a área durante três anos. Houve aqueles que disseram que não ia dar certo, mas eu acreditei que a EPAMIG não ia me propor material ruim. Este ano teremos a primeira colheita e a expectativa é bastante positiva. Gostei muito da Catiguá MG2, que parece ser mais resistente”, conta o produtor, que já está expandindo a área plantada. “Adquiri recentemente novas mudas dessa variedade”.
“Fizemos o plantio em 2016. Aqui na propriedade do José Reis, realizamos também estudos com cobertura do solo, análise de solo e folha, manejo de mato sem uso de química e trabalhamos em conjunto, trocando informações, com a equipe da EPAMIG”, explica o técnico Gustavo Michalsky.
Moradores da Comunidade de Cachoeira dos Coelhos na região de São Francisco de Paula, Maria Rosa e o marido participam de dias de campos e reuniões técnicas e têm interesse em plantar uma nova variedade de Café. “A vida inteira trabalhei com a lavoura e com abelhas, colhendo propólis e mel. Quero produzir café especial e estou sempre em busca de novidades. Vamos a todos os eventos que somos convidados em diferentes municípios da região”, afirma a produtora.
O evento em São Francisco de Paula, no dia 15 de março, contou com estações sobre as cultivares de café, adaptação às mudanças climáticas e manejo broca. No dia 16, em Perdões, o evento aconteceu na propriedade de Arnando Antônio Carvalho, que há 12 anos assumiu a gestão dos cafezais da família. “O desenvolvimento das variedades, especialmente da Aranãs e da Catiguá MG2, tem sido bastante satisfatório. Pretendo expandir a área dessas cultivares e estou ansioso para provar a bebida. Tenho interesse de participar de concursos e mostrar nosso café para o mercado”, revela o produtor.
No dia de campo, além de cultivares e mudanças climáticas, foram abordados os temas adubação fosfatada e manejo da lavoura e qualidade do café. “O Programa de Melhoramento Genético do Café, provocado pela chegada da ferrugem ao Brasil na década de 1970, tem atuado na obtenção de variedades resistentes ou tolerantes a doenças. Hoje podemos afirmar que o controle genético é o mais recomendável, barato, seguro e o que melhor atende as exigências do mercado”, afirma a pesquisadora Sara Chalfoun.
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