Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 200 pts nesta 3ª e vencimentos voltam a ficar acima de US$ 1,20/lb
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (13) com alta de mais de 200 pontos. Depois de quatro sessões seguidas no vermelho, o mercado externo se acomoda tecnicamente acima do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. Além disso, as curtas oscilações do câmbio também dão suporte aos preços.
O contrato maio/18 anotou 121,55 cents/lb com valorização de 210 pontos. Já o vencimento julho/18 anotou 123,80 cents/lb com avanço de 210 pontos e o setembro/18, mais distante, fechou o dia cotado a 125,95 cents/lb com ganhos de 205 pontos.
"O mercado foi impulsionado pela firmeza do real brasileiro em relação ao dólar americano, disseram negociadores", informou a Reuters internacional sobre o fechamento desta terça-feira. Apesar de alta nas últimas sessões, as oscilações na divisa têm sido curtas. A divisa fechou o dia com alta de 0,13% e R$ 3,2621 na venda.
As oscilações cambiais impactam diretamente nas exportações do café brasileira, já que o mesmo é o maior produtor e exportador do grão no mundo. A divisa no Brasil passou a maior parte do dia em baixa com alívio sobre os juros dos Estados Unidos. No entanto, a leva alta prevaleceu com fluxo de saída e a demissão do secretário de Estado dos EUA.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou na sexta-feira que as exportações de café no país totalizaram 2,35 milhões de sacas em fevereiro, com receita cambial chegando a US$ 377.240 mil. Uma queda de cerca de 9% no volume embarcado em relação ao mesmo período do ano anterior.
"Os resultados deste mês estão dentro do previsto, com exportações mais modestas, porém preservando a grande participação do Brasil nas exportações de café do mercado mundial. Temos que levar em conta que fevereiro foi um mês mais curto, o que inevitavelmente afeta as exportações. Nossa expectativa é de que o mercado siga se comportando neste ritmo até a entrada da nova safra, em julho, quando estimamos um possível incremento nas exportações", afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
Além do câmbio e sem novidades fundamentais, o mercado externo do arábica também demonstra força técnica e volta a trabalhar acima do patamar de US$ 1,20/lb. Para o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville, a ICE trabalhava nos últimos dias sem novidades e à procura de novas notícias que pudessem modificar a trajetória dos preços externos.
"Os indicadores gráficos apresentam uma tendência de lado por enquanto em Nova York e especuladores continuam muito vendidos, mas estão começando a reduzir parte dessas posições", disse o especialista em informativo na segunda-feira.
Mercado interno
O mercado brasileiro segue com negócios isolados diante das recentes quedas externas. "Saem negócios, mas bem abaixo do ritmo habitual do Brasil, maior produtor e exportador mundial. As ofertas dos compradores, incorporando as baixas na ICE, foram recusadas por grande parte dos cafeicultores", diz o escritório.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 480,00 e alta de 1,48%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,22% e saca a R$ 440,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 465,00 e valorização de 0,86%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 2,35% e saca a R$ 435,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 450,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com valorização de 3,10% e saca a R$ 433,00.
Na segunda-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 429,83 e queda de 0,10%.
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