Espírito Santo pede que café conilon volte a ter contrato futuro negociado na Bolsa B3

Publicado em 12/07/2017 13:32

O governo do Espírito Santo, através da Seag/SP (Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo) está em conversas avançadas com executivos da Bolsa B3, antiga BM&FBovespa, para que o café conilon volte a ter contratos futuros negociados na Bolsa brasileira.

O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do país e com a reabertura, uma vez que a variedade já esteve na Bolsa anos atrás, deseja que os produtores tenham isonomia e o mesmo tratamento que outras commodities brasileiras possuem nos mercados futuros, como a soja, milho e café arábica.

"Esse processo foi iniciado pelo governo pensando no produtor, para que eles possam se proteger, por exemplo, das volatilidades do mercado com um mecanismo que é utilizado globalmente com diversos outros produtos", ressalta o gerente de agroecologia e produção vegetal da Seag/ES, Marcus Magalhães, que também é analista de café.

Magalhães afirma ainda que produtores de outros estados, como Rondônia e Sul da Bahia, também se beneficiaram dessa política em caso de sucesso, já que junto com o Espírito Santo são importantes produtores da variedade no Brasil. "Se temos um agro forte, ele tem que ser negociado no Brasil e não em bolsas internacionais", diz o executivo da Seag/ES.

Após as primeiras conversas com a B3 que se iniciaram há cerca de 30 dias, a Seag/ES buscou apoio de importantes entidades de vários elos da cadeia produtiva, como o CNC (Conselho Nacional do Café), CCCV (Centro do Comércio de Café de Vitória) e OCB-ES (Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo).

O presidente da OCB-ES, Esthério Colnago, avaliou que a reabertura aos contratos futuros dará transparência ao mercado do conilon. "Hoje o mercado se baseia na Bolsa de Londres e, com essa reabertura, passará ser na Bolsa de São Paulo. A principal vantagem é a transparência, pois todos saberão o preço e a disponibilidade do café no mercado. O conilon tem produtividade e qualidade, mas falta ainda informação. Com o conhecimento ficará mais fácil a tomada de decisões", avaliou.

O presidente do CCCV (Centro do Comércio de Café de Vitória), Jorge Nicchio, afirmou que a Bolsa é um parâmetro para o cafeicultor negociar seu produto e uma oportunidade para que ele garanta um bom preço. "Sem dúvida o que define a necessidade dessa reabertura é o crescimento da importância do café conilon em nível mundial, nos últimos anos. Somos o segundo país maior produtor de conilon do mundo e também o segundo maior consumidor de café do mundo. O conilon ocupava cerca de 25% do mercado de café em meados de 1980, e a previsão é que até 2020 esse número chegue a 45%, ou seja, ele possui um destaque muito maior do que há 30 anos".

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário