Café: Bolsa de Nova York cai quase 6% em abril e vencimentos fecham sessão abaixo de US$ 1,30/lb

Publicado em 28/04/2017 17:41

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam o mês de abril com queda de quase 6% no vencimento julho/17, referência de mercado, saindo de 141,65 cents/lb no último dia de março para 133,40 cents/lb nesta sexta-feira (28). Na semana, a queda foi de 0,67% diante do avanço registrado hoje que atenuou as perdas registradas ao longo da semana. O mercado recua em movimento técnico e acompanhando as informações sobre a safra do Brasil, maior produtor e exportador da commodity.

Nesta sexta-feira, o contrato maio/17 anotou 131,05 cents/lb com valorização de 395 pontos, o julho/17 registrou 133,40 cents/lb com 390 pontos positivos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 135,75 cents/lb com avanço de 385 pontos e o dezembro/17, mais distante, subiu 390 pontos, fechando a 139,35 cents/lb. Esse avanço vem depois de duas sessões seguidas de baixa.

"Os investidores de uma forma macro ajustam suas apostas no mercado de forma a colocar suas posições alinhadas a realidade de curto prazo", reportou em seu boletim o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

De acordo com informações da agência de notícias Reuters, o mercado reagiu na sessão em ajustes técnicos depois de testar mínimas de dez anos e meio em US$ 1,2865 na véspera. O câmbio também acabou favorecendo a alta, após mudar a trajetória ao longo do dia. O dólar comercial fechou essa sexta com queda de 0,22%, a R$ 3,1749 na venda. Os investidores estão mais aliviados com o avanço da greve geral no país.

Durante toda a semana, as cotações do arábica na ICE oscilaram dos dois lados da tabela em ajustes técnicos e acompanhando a atuação dos fundos de investimento no mercado. A safra do Brasil, que começa a ser colhida nos próximos dias, também influenciou bastante os preços externos do grão. A produção já será mais baixa por conta da bienalidade negativa na maioria das lavouras e uma frente fria chegou às áreas produtoras renovando o temor com geadas.

"As previsões de temperaturas mais baixas no Brasil criaram certo interesse por compras em Nova York. Ninguém espera que fique frio o suficiente para congelar as lavouras, mas o inverno está chegando no país e o clima frio está lembrando os comerciantes de como é essa época do ano", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Além de baixar as temperaturas no cinturão produtivo, segundo mapas climáticos, essa frente fria também levou chuvas nos últimos dias para áreas produtoras de Minas Gerais Espírito Santo e Bahia. No entanto, durante o final de semana, o tempo seco retornará, mas sem potencial para geadas no cinturão.

A trading chinesa Cofco informou à Reuters que a produção de café do Brasil em 2017 deve cair entre 15 e 20%, mas deve se recuperar em 2018. No ano passado, o Brasil produziu uma safra recorde de café de 51,37 milhões de sacas de 60 kg. "Do que a gente viu, várias regiões de arábica terão produção menor e a gente percorre bastante. Em torno de 15 a 20 por cento menos. Mais perto de 15 por cento", disse Reiner à agência de notícias.

O mercado externo também tem especulado sobre a próxima safra do Brasil. No entanto, para o presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Carlos Paulino, a queda no mercado nos últimos dias também está ligada com os operadores especulando uma supersafra em 2018. "Pode haver risco de geadas e seca em setembro ou janeiro e fevereiro. Então essa supersafra que já estão especulando para 2018 é muito especulativa", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas.

O Rabobank, um dos principais bancos especializados em commodity do mundo, reduziu sua previsão de 150 cents por libra-peso para 142 cents por libra-peso nos preços futuros do café arábica negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) diante de uma recente onda de "sell-off" – venda rápida de commodities –, mas manteve sua estimativa acima dos valores negociados no momento. As informações são do site internacional Agrimoney.

Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o dólar firme contra outras moedas e os preços do petróleo também contribuíram para a baixa acentuada nas cotações do arábica.

Mercado interno

Os negócios seguem bastante isolados nas praças de comercialização do Brasil diante da proximidade da colheita e dos preços ofertados bem aquém do desejo dos produtores.

No mês de abril, até o dia 25 de abril, a desvalorização acumulada do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi de 4,8%. As baixas do arábica, por sua vez, estão atreladas à proximidade da colheita da temporada 2017/18, que deve começar em maio, às oscilações do dólar e à forte queda externa. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

No fechamento semanal, o campo negativo prevaleceu na maioria das praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com queda de 5,05% (-R$ 25,00), encerrando a R$ 470,00 a saca. A cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças no período com saca a R$ 500,00 e alta de 4,30% (+R$ 20,00) no período.

No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Varginha (MG), com desvalorização de 5,21% (-R$ 25,00) e saca a R$ 455,00. A cidade com maior valor de negociação na semana foi Poços de Caldas (MG) com R$ 475,00 e alta de 1,71% (+R$ 8,00).

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Varginha (MG) com queda de 5,26% (-R$ 25,00) e R$ 450,00 a saca. A praça com maior valor no período foi Oeste da Bahia com saca a R$ 470,00 e baixa de 3,09% (+R$ 15,00).

Na quinta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,04  com queda de 0,41%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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