Café: Bolsa de Nova York retoma baixas na sessão desta 4ª em movimento técnico e com pressão do câmbio

Publicado em 26/04/2017 17:55

Após testarem recuperação na véspera, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a fechar do lado vermelho da tabela nesta quarta-feira (26). O mercado voltou a recuar diante de fatores técnicos, de olho no câmbio – que impacta as exportações da commodity – e também seguiu a tendência dos últimos dias com liquidações.

O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 128,15 cents/lb com queda de 175 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 130,70 cents/lb com avanço de 170 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 133,10 cents/lb e desvalorização de 170 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 165 pontos, fechando a 136,70 cents/lb.

Mercado do café NY - 26/04

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira - Fonte: Investing

O mercado voltou a demonstrar fragilidade – com vencimentos próximos de US$ 1,30 por libra-peso – após o avanço na sessão de ontem (25), mas segue oscilando tecnicamente e não de olho em questões fundamentais. "A queda se deu em função de fatores técnicos e câmbio, seguindo a tendência vista nos últimos dias com liquidação dos fundos", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

"Ficamos surpresos (com a recente queda) dado que não há nenhuma mudança nos fundamentos, portanto permanecemos altistas. A seca continua nas principais áreas de café do Brasil", disse o Rabobank em relatório.

O câmbio também contribuiu para as perdas no mercado. O dólar comercial subiu 0,68%, cotado a R$ 3,1730 na venda, após bater R$ 3,2080, acompanhando o cenário externo e a perspectiva dos investidores com o andamento das reformas no país. A moeda estrangeira mais alta em relação ao real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity.

Deve começar a chover nas regiões produtoras de café de Minas Gerais nesta quarta-feira (26) por conta de uma frente fria que chegou ao Brasil nos últimos dias. No entanto, na próxima semana, as precipitações diminuem acentuadamente e renovam as preocupações dos produtores com o déficit hídrico. A temperatura deve diminuir acentuadamente no cinturão.

De acordo com o balanço hídrico semanal da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), até 17 de abril (segunda-feira), o déficit estava em 12,2 milímetros em Coromandel (MG) e Monte Carmelo (MG), 5,1 milímetros em Carmo do Rio Claro (MG) e cerca de 1 milímetro em Guaxupé (MG).

» Chuvas abaixo da média em Minas Gerais preocupam produtores de café

Para o presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Carlos Paulino, a queda no mercado nos últimos dias também está ligada com os operadores especulando uma supersafra em 2018. "Pode haver risco de geadas e seca em setembro ou janeiro e fevereiro. Então essa supersafra que já estão especulando para 2018 é muito especulativa", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Mercado interno

Os preços internos do café arábica ficaram praticamente estáveis nesta quarta-feira e os negócios nas praças de comercialização do país, segundo analistas, seguem isolados diante dos preços fragilizados e também da proximidade da colheita nas principais áreas produtoras do país.

No mês de abril, até o dia 25 de abril, a desvalorização acumulada do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi de 4,8%. As baixas do arábica, por sua vez, estão atreladas à proximidade da colheita da temporada 2017/18, que deve começar em maio, às oscilações do dólar e à forte queda externa. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,08% e R$ 490,00 a saca.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com 464,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) que teve baixa de 1,08% e saca a R$ 460,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 472,50 e queda de 0,53%. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 2,86% e saca a R$ 442,00.

Na terça-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,38 e queda de 0,63%.

» Clique e veja as cotações completas de café

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Frank Scanavachi Guapé - MG

    Não vamos produzir uma super safra em 2018... Tem ainda muita água pra passar de baixo dá ponte... Muitos produtores vão colher pouco café nesta safra, e pouco café valendo pouco dinheiro não gera renda pra pagar as contas... Se o café continuar com os atuais preços nao será possível fazermos os tratos culturais adequados depois dá colheita... Além dos tratos fitosanitarios... Então são três fatores em jogo que possam impedir uma super safra em 2018... Secas, que estão a cada ano mais frequentes e severas tanto na época de florada quanto na granacao... Geada, que nos últimos anos não aconteceram mas que não se pode descartar ... E o produtor descapitalizado...

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    • lucimar jose de faria passos - MG

      Se vamos vender uma produção de safra pequena a preços não tão remuneradores, imagina uma boa safra, e o produtor só perdendo.

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