Café: Bolsa de Nova York reage em ajustes nesta 3ª após cair mais de 9% nas últimas quatro sessões

Publicado em 25/04/2017 17:51

Após quatro quedas consecutivas – perdas de mais de 9% no acumulado –, que fizeram as cotações do café arábica ficarem em US$ 1,30 por libra-peso, o mercado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) reagiu nesta terça-feira (25) em movimentação técnica. Além disso, institutos meteorológicos apontam mudanças nas condições climáticas em áreas do cinturão produtivo do Brasil, inclusive, com possibilidade de geadas no Sul do país.

O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 129,90 cents/lb com alta de 40 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 132,40 cents/lb com avanço de 50 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 134,80 cents/lb e valorização de 55 pontos e o dezembro/17, mais distante, subiu 50 pontos, fechando a 138,35 cents/lb.

Mercado do café NY - 25/04

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira - Fonte: Investing

Apesar de começarem o dia estendendo as perdas dos últimos dias, as cotações futuras do arábica fecharam do lado azul da tabela. "Após quatro pregões consecutivos de queda o dia foi de recompras em função de ajuste de carteiras por parte de fundos e especuladores. O mercado segue sem novidades fundamentais que possam trazer emoção aos envolvidos", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

Para ele, dois fatores podem movimentar o mercado nos próximos dias. A safra brasileira de 2017, que começa a ser colhida nos próximos meses, e a mudança no clima, com a chegada do frio nas principais origens produtoras do grão no país. Esse temor com o frio ocasiona cobertura de posição na Bolsa, segundo o analista.

De acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, essa semana será de chuvas fortes nas áreas produtoras de café por conta da chegada de una massa de ar polar. No entanto, os reflexos que merecem maior atenção não devem ser registrados no cinturão do grão. "As chuvas serão fortes, mas rápidas, no Sul e Sudeste. Em São Paulo, as precipitações já devem começar amanhã. As temperaturas, no entanto, ficam mais baixas até maio", diz Nascimento.

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Nas últimas quatro sessões, as cotações do arábica recuaram na ICE com liquidações dos fundos, em correção diante da alta no meio de abril sem sustentação, a proximidade da safra brasileira, o câmbio e os maiores níveis de estoques de café nos Estados Unidos desde 1994. Também há indícios de que o consumo mundial de café não vem ganhando a velocidade que todo mundo achava que iria ganhar no curto prazo, segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

Para o presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Carlos Paulino, o mercado também está antecipando o que para os especuladores será uma supersafra, mas que isso é precipitado. "Pode haver risco de geadas e seca em setembro ou janeiro e fevereiro. Então essa supersafra que já estão especulando para 2018 é muito especulativa", disse.

Mercado interno

Os preços internos do café arábica reagiram nas praças de comercialização do Brasil, diante do avanço externo, após quedas nos últimos dias. A colheita do café nas principais regiões produtoras de café do Brasil começam nos próximos meses e faz com que os produtores fiquem mais retraídos.

Segundo Magalhães, os produtores não estão satisfeitos com esses patamares de preço. Serão 60 dias de muita turbulência tanto a nível internacional quanto a nível interno, mas, após isso, o mercado não deve trazer medo, já que não há estoque suficiente no Brasil para atender as demandas.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,13% e R$ 480,00 a saca.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Varginha (MG) com 465,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) que teve baixa de 2,13% e saca a R$ 460,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 475,00 e queda de 2,06%. Média Rio Grande do Sul teve a maior variação dentre as praças com queda de 4,21% e saca a R$ 455,00.

Na segunda-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,23 e queda de 1,40%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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