Café arábica recua na Bolsa de NY em realização de lucros e com boas informações das origens
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa na sessão desta terça-feira (28) depois de registrarem recuperação na véspera. O mercado realizou ajustes técnicos, mas também passou a repercutir informações sobre a oferta do grão nos principais países produtores. Apesar da baixa, os preços externos do grão seguem próximos do patamar de US$ 1,40 por libra-peso.
O contrato maio/17, referência de mercado, anotou 138,85 cents/lb com desvalorização de 35 pontos, o julho/17 registrou 141,20 cents/lb também com 35 pontos negativos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 143,55 cents/lb e recuo de 35 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 35 pontos, fechando a 146,85 cents/lb.
Depois de subir na segunda-feira e encerrar uma sequência de quatro sessões seguidas no vermelho, o mercado do arábica na ICE voltou a cair nesta terça, inicialmente, em um processo corretivo ante a véspera. Em seu boletim diário, o analista Marcus Magalhães destacou pela manhã que o mercado realizava lucros da reversão obtida ontem, mostrando que ainda não havia uma sustentação que validasse uma recuperação das cotações no curto prazo.
Informações reportadas pela agência de notícias Reuters dão conta que as cotações do arábica na Bolsa de Nova York também sentiram pressão diante de informações sobre a oferta em importantes origens. "Ainda há arábica para vender no Peru e América Central e as ideias são de que a colheita no Brasil será boa", disse Jack Scoville, vice-presidente e analista de mercado da Price Futures Group, em Chicago.
O câmbio também contribui para as baixas nas cotações externas do grão. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,31%, cotado a R$ 3,1390 na venda, com investidores no aguardo da divulgação do contingenciamento do Orçamento do governo federal e nas informações externas. A divisa mais alta ante o real tende a dar maior competitividade às exportações e pressiona os preços externos.
Na sessão de ontem, o analista de mercado e diretor da Comexim, nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, já havia adiantado que não considerava a alta uma mudança de cenário. "É um fechamento com uma tentativa de recuperação, que saiu da mínima, mas a gente ainda continua abaixo de 140,00 centavos e precisa de mais alguns pontos para cima", disse.
Mercado interno
Diante da queda no exterior, os preços nas praças de comercialização do Brasil apresentaram pouca mudança. Os negócios com o grão nas principais praças de comercialização do Brasil seguem lentos. Há um distanciamento na oferta e no desejo do produtor pela vende de sua produção. "Nessa base de preço, quem ainda tem café, prefere não vender", afirma o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 2,51% e saca a R$ 505,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 540,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças foi registrada em Franca (SP) com alta de 2,04% e saca a R$ 500,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 492,25 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve queda de 2,90% e saca cotada a R$ 468,00.
Na segunda-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 474,63 com alta de 0,38%.
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