Café: Bolsa de Nova York cai mais de 200 pts nesta 2ª e vencimentos ficam mais próximos de US$ 1,45/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (6) mais próximas do patamar de US$ 1,45 por libra-peso depois de caírem mais de 200 pontos. O mercado realiza ajustes técnicos depois de não conseguir avançar acima de US$ 1,50 por libra-peso, mas também segue acompanhando as informações sobre o clima no Brasil, que pode melhorar o potencial produtivo da safra, e o câmbio, que impacta nas exportações.
O contrato março/17, referência de mercado, registrou na sessão de hoje 144,10 cents/lb com 215 pontos de queda, o maio/17 anotou 146,45 cents/lb com desvalorização de 225 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 148,80 cents/lb com recuo de 220 pontos e o setembro/17, mais distante, teve perdas de 215 pontos a 151,20 cents/lb. Com essa queda, o mercado estende as perdas da semana passada, quando caíram mais de 4%.
"Em geral, o mercado permanece sob pressão da venda devido a algumas previsões de chuvas benéficas no Brasil, incluindo as áreas extremamente secas de Espírito Santo. Ainda assim, o clima deve permanecer quente e seco em Espirito Santo, mas nas áreas de arábica já são vistas melhores precipitações", afirma o vice-presidente e analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
De acordo com o meteorologista Climatempo, Alexandre Nascimento, o clima tem sido bastante favorável para a produção de café nas principais regiões produtoras do Brasil. No entanto, nos próximos dias, as precipitações serão mais amenas. "Esses próximos 15 dias não deve ter tantas chuvas no Sul de Minas como nós tivemos no mês de janeiro, por exemplo, mas tem as pancadas. Então terá sol, calor e possivelmente no período da tarde e até comecinho da noite, as pancadas de chuva. Lembrando que essa região é uma das áreas que mais cai raios, então é preciso ter bastante atenção", disse.
O dólar comercial, que impacta diretamente nos preços externos, pois influencia as exportações, fechou a sessão desta segunda com alta de 0,08%, cotado a R$ 3,1260 na venda, com investidores na expectativa de ingresso de recursos no país após as recentes captações de empresas. "O dólar acabou se estabilizando nesse patamar em torno de 3,12 reais. Os investidores tentam ir além, furar os 3,10 reais, mas faltam novidades de peso", resumiu o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Corrêa, à Reuters. "Daí, compradores aproveitam e montam posições".
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil com os preços mais baixos nos últimos dias. "As negociações seguem limitadas no Brasil, já que o interesse dos compradores se concentra em cafés de maior qualidade superior. Vendedores, por sua vez, têm negociado o arábica de maior qualidade apenas em patamares mais altos que os compradores estão dispostos pagar", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Poços de Caldas (MG) com R$ 561,00 a saca e queda de 1,75%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 3,64% e saca a R$ 530,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 546,00 a saca e queda de 0,91%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com queda de 3,64% e saca a R$ 530,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) (-1,89%) e Araguari (MG) (estável), ambas com R$ 520,00 a saca. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 2,88% e saca a R$ 505,00.
Na sexta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 514,46 com alta de 0,32%.
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