Café arábica em NY acompanha melhora do clima no Brasil e outras commodities e cai 150 pts nesta 2ª
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (30) com queda próxima de 150 pontos e estenderam os ganhos registrados na semana passada. O mercado recuou diante das perspectivas de melhora no clima do Brasil, mas também acompanhou outras commodities em um marcado por baixa generalizada devido às incertezas com Donald Trump. Ainda assim, As cotações da variedade seguem acima do patamar de US$ 1,50 por libra-peso.
O vencimento março/17 registrou 150,90 cents/lb com 150 pontos de queda, o maio/17 anotou 153,30 cents/lb com desvalorização de 160 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 155,85 cents/lb com recuo de 135 pontos e o setembro/17, mais distante, teve recuo de 140 pontos a 158,05 cents/lb. A variedade chegou a testar máximas do dois meses na semana passada diante das expectativas de uma safra brasileira menor, mas passou a cair depois de o clima dar sinais de melhora em importantes regiões do país, que é o maior produtor mundial da variedade.
"O mercado está assimilando a safra menor do Brasil, com isso chegou a romper o patamar de US$ 1,50/lb também com o câmbio, depois teve impulso técnico e foi até US$ 1,55/lb, mas recuou um pouco quando o dólar se recuperou no decorrer da semana. Os últimos dias foram basicamente uma consolidação do movimento de alta recente", afirmou na sexta-feira (27) o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, em referência ao fechamento da última semana.
O clima melhorou em muitas áreas de produção do grão no país no últimos dias. Mapas climáticos apontam que para os próximos três dias a previsão é de média de cerca de 10 milímetros no Paraná, São Paulo, Sul de Minas Gerais e Sul do Espírito Santo. Há potencial de granizo nos estados de São Paulo e Paraná nesse período. "O robusta continua morrendo por conta do clima neste momento, enquanto que para o arábica a perspectiva é favorável", disse a analista Michaela Kuhl, do Rabobank, à Reuters.
A próxima safra do Brasil já será mais baixa por conta da bienalidade negativo. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima produção em 2017 para o Brasil entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon (robusta). Os números são do primeiro levantamento da safra atual e representam uma redução entre 15 e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.
"Mesmo que a situação fundamental aponte para, se não a escassez, a oferta não será tão abundante como costumava ser", disse Kuhl.
O mercado do arábica também seguiu outras commodities que recuaram no dia diante das incertezas no cenário econômico mundial com Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Para o analista da Celeres Consultoria, o fator Trump ainda é uma grande incógnita, mas, "a julgar pelas decisões recentes, a situação é favorável para a agricultura brasileira". A saída dos Estados Unidos do Acordo Transpacífico (TPP) também pode ser benéfica para o Brasil, que poderá ter condições de participar de forma mais ativa neste novo acordo comercial.
Além disso, os fundos aumentaram suas posições líquidas do arábica em 6.479 lotes para 25.281 lotes na semana até 24 de janeiro, segundo mostrou o relatório da CFTC (Comissão de Comércio de Futuros de Commodities). Esse dado demonstra que os especuladores seguem confiantes em um cenário altista para o mercado.
Sem influência no mercado, o dólar comercial fechou a sessão desta segunda com queda de 0,77%, cotado a R$ 3,1276, mas chegou a R$ 3,1133 na mínima. Os investidores estão de olho no Fed (Federal Reserve) que pode não elevar os juros mais do que o esperado.
Mercado interno
Os preços do café nas praças de comercialização do Brasil seguem próximos de R$ 500,00 a saca. Ainda assim, poucos transações são vistas. Segundo Barabach, os negócios na semana passada aconteciam mais com os tipos rio e riado de arábica, que estão sendo utilizados pela indústria como substitutivo do robusta.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Poços de Caldas (MG) com R$ 581,00 a saca e queda de 1,69%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 3,51% e saca a R$ 550,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 570,00 a saca e queda de 3,39%. A maior variação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Varginha (MG) com queda de 3,64% e saca a R$ 530,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca a R$ 550,00 com recuo de 3,51%. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada em Varginha (MG) com queda de 3,67% e saca a R$ 525,00.
Na sexta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 532,73 com alta de 1,17%.
0 comentário
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)
Valor bruto dos Cafés do Brasil produzidos na Região Sudeste totaliza R$ 62,24 bilhões no ano-cafeeiro de 2024
Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
Mercado cafeeiro inicia 6ª feira (22) em queda com realização de lucros
Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual