Café: Menor produção no Brasil pode manter preço firme em 2017
O clima tem sido favorável, mas a bienalidade negativa deve resultar em menor produção de café na temporada brasileira 2017/18. Com isso, compradores nacionais consultados já se mostram preocupados com a provável justa oferta do grão em 2017 e também no início de 2018, já que esse cenário deve manter firme os preços do café. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Apesar de o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimar maior produção brasileira e colombiana na safra 2016/17, os estoques para a temporada seguinte (2017/18) devem seguir apertados, uma vez que Vietnã e Indonésia, outros importantes países ofertantes, deverão produzir menos na atual temporada. Além disso, o consumo mundial deve aumentar em 2016/17.
Mesmo sem estimativas oficiais de produção brasileira para a safra 2017/18, os primeiros indícios desta temporada já indicam que deve ser menor. O ano de bienalidade negativa, somado às podas/esqueletamentos realizados nas principais regiões de café, deve reduzir a produção em 2017. Este quadro deve continuar influenciando as cotações de café, tanto internas quanto externas.
Para 2017, o clima no Brasil deve ser mais favorável em todas as regiões frente ao observado nas duas últimas temporadas. Desde outubro passado, as chuvas voltaram de forma frequente nas principais praças produtoras de café no País. Esse cenário, além de auxiliar no desenvolvimento, fez com que produtores avançassem nos tratos culturais da safra 2017/18, amenizando, em partes, os efeitos da menor produção em uma temporada de bienalidade negativa.
Em relação ao desenvolvimento da temporada 2017/18, mesmo com um atraso na abertura das flores, a primeiras florações mais significativas de arábica foram bastante aguardadas pelo setor até início de outubro – a ausência de florada nas primeiras semanas daquele mês poderia atrapalhar o ciclo de desenvolvimento da variedade. Na avaliação geral, a floração daquele mês foi satisfatória.
Quanto ao robusta, o retorno das chuvas, principalmente no Espírito Santo, vem animando produtores. Após dois anos de seca e redução considerável na produção da variedade, colaboradores do Cepea indicam que as lavouras já apresentam melhores condições. Por outro lado, a produção não deve alcançar números consideráveis. Isso porque muitas lavouras ainda não conseguirão se recuperar, enquanto outras até foram arrancadas. O retorno das chuvas pode ajudar no rendimento da próxima temporada 2017/18, aliviando em partes o efeito da menor produção, e auxiliar com maior intensidade na recuperação da temporada 2018/19.
Em relação aos preços, após um ano de oscilação nos do arábica, agentes consultados pelo Cepea estão mais otimistas para 2017, fundamentados na expectativa de que a safra 2017/18 seja de 20% a 30% menor que a de 2016/17. Para os cafés de menor qualidade, os valores também podem se manter de firmes a elevados, visto que a produção do robusta não deve se recuperar e, com isso, torrefadoras devem seguir buscando o arábica mais fraco para composição dos blends.
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