Café: Bolsa de NY fecha em alta pelo terceiro pregão consecutivo, mas operadores seguem atentos ao Brasil
Em mais um dia de ajustes técnicos, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (14) com alta de pouco mais de 100 pontos após oscilar dos dois lados da tabela. O câmbio também contribuiu para a valorização nos preços. Apesar do avanço, o mercado segue repercutindo o otimismo dos operadores com a safra 2017/18 e a os temores cada vez menores com a possibilidade de desabastecimento do grão em 2017.
O contrato março/17 fechou com alta de 130 pontos, cotado a 144,15 cents/lb, o maio/17 registrou 146,40 cents/lb com 130 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 anotou 148,60 cents/lb também com 130 pontos de alta e o setembro/17, mais distante, terminou o dia a 150,50 cents/lb com 130 pontos de avanço.
"Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York fecharam em alta pelo terceiro pregão consecutivo. Em um dia dominado novamente por fatores técnicos sem novidades fundamentais no quadro fundamental, as cotações fecharam com alta de 130 pontos", explica o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Na segunda-feira (12), o analista destacou a instabilidade dos preços. Ele aponta que essa imprevisibilidade se dá porque o mercado "fica muito na mão de especuladores e fundos" e que não se sabe se estes continuarão liquidando suas posições ou se irão retomar as suas carteiras.
Apesar do avanço nas cotações, os operadores seguem otimistas com a próxima safra do Brasil diante das melhores condições climáticas no cinturão produtivo do país nos últimos dias. Institutos meteorológicos reportaram que até quinta-feira áreas produtoras do grão podem receber precipitações acumuladas de 70 milímetros. Espírito Santo e Zona da Mata de Minas Gerais serão as principais regiões beneficiadas.
A agência de notícias Reuters informou ontem (12), com base em informações de analistas e comerciantes que, "apesar de chuvas favoráveis no período de floração, que teve início em setembro, a safra de 2017 deve cair entre 5 e 20% ante a safra deste ano, devido ao ciclo bienal natural das árvores, que alternam entre grandes e pequenas safras".
Para Machado, os números são salutares e dentro do pensamento de mercado. "Se pegarmos uma média, teremos, segundo a pesquisa, uma safra de 47 milhões a 48 milhões de sacas, esse é um número muito apertado para atender a nossa demanda", explica.
Em novembro, as exportações de café brasileiro somaram 3,07 milhões de sacas de 60 kg, segundo reportou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) nesta terça. Em comparação com o mesmo período de 2015, houve uma queda de 12,2%, devido à redução dos embarques de café conilon e a impactos sentidos com a greve alfandegária no Porto de Santos, que comprometeu o processamento de certificados de exportação. A receita cambial foi de US$ 547,3 milhões no período.
Importação de café
O ministro da agricultura Blairo Maggi confirmou nesta quarta-feira (14), em audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), sem dar mais detalhes, que vai autorizar a importação de café conilon (robusta). Desta forma, a pasta atende a uma demanda da indústria, que pede a importação de cerca de 400 mil sacas, por período determinado (até maio). O que não atrapalharia o trabalho dos cafeicultores brasileiros. Apesar da autorização, a assessoria de imprensa do Mapa informou ao Notícias Agrícolas que ainda não há um prazo para que a autorização de Maggi seja enviada à Câmara de Comércio Exterior (Camex).
» Na Câmara, ministro Blairo Maggi afirma que vai autorizar importação de café
Mercado interno
Os negócios com café no Brasil seguem isolados. Para Anilton Machado, os fundamentos continuam positivos para o café e, com as negociações voltando ao normal no início do ano, o mercado pode voltar a subir. Os cafeicultores no país demonstram cada vez mais que devem voltar às praças de comercialização apenas em 2017.
Para o café cereja descascado houve desvalorização de 6,45% em Espírito Santo do Pinhal (SP), sendo a saca de 60 kg negociada a R$ 580,00. A cidade tem o maior valor de negociação.
Já o tipo 4/5 anotou queda de 0,95% em Varginha (MG), com negócios sendo registrados a R$ 520,00 pela saca. Em Varginha (MG), a saca foi negociada a R$ 565,00, maior valor de negociação – estável.
O tipo 6 duro teve a maior queda na Média Rio Grande do Sul, em que a saca passou a ser negociada a R$ 530,00 após o recuo de 1,85%. Em Patrocínio (MG) a saca também fechou a R$ 530,00. Maior valor de negociação.
Na terça-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,75 com alta de 1,00%.
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