Café: Após quedas consecutivas, Bolsa de Nova York esboça reação nesta 2ª com ajustes de posições por parte dos fundos
Em ajustes técnicos e com o suporte de dados da safra do Brasil, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (12) com alta próxima de 250 pontos e recuperaram parte das perdas registradas nas últimas sessões. Com essa alta, os preços externos do grão já voltam a testar o patamar de US$ 1,40 por libra-peso. Desde o fim do mês passado, o mercado apresenta consecutivas baixas.
O contrato março/17 fechou a sessão com alta de 265 pontos, a 142,00 cents/lb, o maio/17 registrou 144,25 cents/lb com 260 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 anotou 146,45 cents/lb com 255 pontos de avanço e o setembro/17, mais distante, terminou o dia a 148,40 cents/lb com 250 pontos de avanço.
"Tivemos uma alta nesta segunda-feira, que foi até salutar, após seguidas quedas devido a um ajuste de posições por parte dos especuladores e fundos. O mercado estava sobrevendido numa posição curta e é normal esse ajuste quando vemos uma sequência muito grande de queda. Além disso, no nível abaixo de US$ 1,40/lb, a indústria enxerga uma oportunidade para comprar", explica. No acumulado da semana passada, os futuros da variedade perderam 4,42% no vencimento março/17, referência de mercado.
A agência de notícias Reuters informou, com base em informações de analistas e comerciantes participantes, "apesar de chuvas favoráveis no período de floração, que teve início em setembro, a safra de 2017 deve cair entre 5 e 20% ante a safra deste ano, devido ao ciclo bienal natural das árvores, que alternam entre grandes e pequenas safras".
Para Machado, os números são salutares e dentro do pensamento de mercado. "Se pegarmos uma média, teremos, segundo a pesquisa, uma safra de 47 milhões a 48 milhões de sacas, esse é um número muito apertado para atender a nossa demanda", explica.
O analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, também demonstra preocupação com a produção do país em 2017. Para ele, diferente do que os operadores têm relatado, o Brasil pode sim enfrentar dificuldades na próxima safra. Dependendo da condição das chuvas, a produção será de ciclo baixo para o arábica e, para o conilon, deve ser bastante prejudicada. Os estoques do Governo Federal também devem chegar ao fim.
Em novembro, as exportações de café brasileiro somaram 3,07 milhões de sacas de 60 kg, segundo reportou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) nesta terça. Em comparação com o mesmo período de 2015, houve uma queda de 12,2%, devido à redução dos embarques de café conilon e a impactos sentidos com a greve alfandegária no Porto de Santos, que comprometeu o processamento de certificados de exportação. A receita cambial foi de US$ 547,3 milhões no período.
Até a última sexta-feira (9), o mercado do café arábica na Bolsa de Nova York tem repercutido nos preços a redução nos temores com o desabastecimento do grão no próximo ano. O clima tem beneficiado as lavouras brasileiras nos últimos dias. Institutos meteorológicos reportaram nos últimos dias chuvas acima da média para o período em diversas localidades. A previsão ainda aponta instabilidades sobre Minas Gerais e Espírito Santo.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro seguem isolados os negócios com café. Até saem alguns negócios, segundo relatos de analistas de mercado, mas nada no ritmo esperado. Ao que parece, os produtores só devem voltar às negociações nas praças de comercialização do Brasil no próximo ano.
O café cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com negócios em R$ 620,00 a saca – estável. A maior variação no dia dentre as praças de comercialização ocorreu Guaxupé (MG) com alta de 1,87% e saca a R$ 545,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 569,00 a saca e alta de 1,79%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,33% e saca a R$ 528,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Patrocínio (MG) (-1,82%) e na Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com R$ 540,00 a saca. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 3,17% e saca a R$ 520,00.
Na sexta-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 500,74 com queda de 2,10%.
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