CNC: Em semana mais curta, futuros do café acumularam valorização com a possibilidade de condições climáticas adversas
BALANÇO SEMANAL — 05 a 09/09/2016
TERCEIRIZAÇÃO — Nesta semana, veio à tona a informação de que o governo de Michel Temer irá apoiar a proposta de terceirização irrestrita para qualquer tipo de atividade trabalhista, conforme matéria aprovada na Câmara, em 2015, e que aguarda votação no Senado. Com essa postura, a intenção governamental é economizar tempo e entregar ao setor produtivo, o mais rapidamente possível, uma medida concreta e que, de fato, represente redução de custos.
O CNC entende que a postura do governo é completamente proativa no que tange ao ambiente trabalhista no Brasil, haja vista que poderá possibilitar que as convenções coletivas prevaleçam, gerando avanços fundamentais para a melhoria no ambiente de serviço.
No caso específico da cafeicultura, podemos vislumbrar um cenário de redução de custos, à medida que as convenções trabalhistas estipulem condições específicas e condizentes com as características específicas de cada diferente região produtora.
Isso porque, no cenário atual, um conceito específico para regiões díspares tem gerado discordância e desinteligência entre produtores e fiscalização. Assim, uma reforma trabalhista nesses moldes sinalizados pelo governo, propondo a modernização das relações de emprego, será fundamental para evitar conflitos e especulações sobre as condições de trabalho nas lavouras.
Não obstante, a terceirização irrestrita possibilitará a negociação de benefícios como férias, 13º salário, adicionais de insalubridade e noturno, salário mínimo, licença e FGTS, além dos itens que a própria Constituição permite flexibilizar, como Participação nos Lucros e Resultados (PLR), jornada de trabalho, banco de horas, etc.
O CNC também entende como necessária a adoção de medidas que garantam o desenvolvimento e o crescimento de médio e longo prazos, como a aprovação dos contratos parcial e intermitente de trabalho.
Por fim, acreditamos que a terceirização é uma opção sensata frente às adequações que se fazem necessárias para o alinhamento tecnológico com os novos tempos, preservando os direitos e deveres de trabalhadores e empregadores e evitando, ainda, excesso de zelo da fiscalização.
LIBERAÇÕES DO FUNCAFÉ — Na quinta-feira, 8 de setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou o repasse de R$ 68 milhões dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o Banestes, elevando o total encaminhado às instituições financeiras para R$ 4,586 bilhões, ou 99% dos R$ 4,632 bilhões previstos para a safra 2016.
Dos repasses feitos, R$ 1,752 bilhão foram destinados para a linha de Estocagem; R$ 1 bilhão ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 950 milhões para Custeio; e R$ 884 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 400 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 284 milhões para Torrefadoras e R$ 200 milhões às indústrias de Solúvel. Confira, na tabela, as liberações realizadas pelo Mapa aos agentes financeiros até o momento (clique para ampliar).
MERCADO – Nesta semana mais curta, devido aos feriados do Dia do Trabalho, nos Estados Unidos, e do Dia da Independência, no Brasil, os futuros do café acumularam valorização em meio às preocupações com a possibilidade de condições climáticas adversas comprometerem novamente o equilíbrio entre a oferta e a demanda mundial.
Como consequência do clima mais seco no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reduziu sua estimativa de produção de café em 2016, para 47,8 milhões de sacas, representando uma queda de 2,7% ante a previsão do mês passado.
As previsões meteorológicas indicam volume de chuvas abaixo da média no cinturão produtor de café, nos próximos meses, gerando preocupações de que a safra 2017/18 fique abaixo do potencial produtivo do parque cafeeiro nacional.
Segundo a Somar Meteorologia, a expectativa é de redução das precipitações e aumento das temperaturas no Sudeste do País, ao longo de setembro, sinalizando que os níveis de umidade no solo podem voltar a cair em algumas áreas produtoras de café.
Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as primeiras flores de arábica da temporada 2017/18 foram observadas antecipadamente e de forma parcial no Cerrado e no Sul de Minas Gerais, na Mogiana Paulista e em Garça (SP). Uma florada mais significativa é esperada para a segunda quinzena de setembro. Já para a variedade conilon, o cenário é mais crítico, pois a floração mais intensa está atrasada devido à falta de chuvas e, no curto prazo, não há perspectiva de reversão do déficit hídrico da principal região produtora, o Estado do Espírito Santo.
O movimento do câmbio brasileiro foi favorável à alta das cotações internacionais do café, porém limitou ganhos no mercado físico nacional. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,2104, com queda de 1,3% em relação ao fechamento da semana anterior. A percepção de que o Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) não deve elevar os juros da maior economia do mundo no curto prazo favoreceu o fluxo de divisas para o Brasil e outros países que oferecem maiores rendimentos.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,549 por libra-peso, com elevação de 350 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.927 por tonelada, com valorização US$ 62 em relação à última sexta-feira.
No mercado físico nacional, os negócios seguiram lentos em função dos feriados municipais e nacional, nos últimos dias. Ontem, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 501,36/saca e a R$ 424,40/saca, sem variação significativa em relação ao fechamento da semana antecedente. Na quarta-feira, porém, foi atingido novo recorde de preços para o café robusta devido ao baixo nível dos estoques e à retração das vendas por parte dos produtores, que seguem atentos às condições climáticas.
0 comentário
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)
Valor bruto dos Cafés do Brasil produzidos na Região Sudeste totaliza R$ 62,24 bilhões no ano-cafeeiro de 2024
Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
Mercado cafeeiro inicia 6ª feira (22) em queda com realização de lucros
Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual