CNC: Começam repasses de recursos do Funcafé; valor liberado a agentes chega a R$ 2,519 bilhões
FUNCAFÉ — Como resultado do trabalho de aproximação do Conselho Nacional do Café (CNC) junto ao Governo Federal, teve início, na última sexta-feira (24), por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2016. Até hoje, 1º de julho, 14 agentes financeiros contrataram R$ 2,519 bilhões (clique na tabela abaixo para ampliar), o que representa 54,38% do total de R$ 4,632 bilhões aprovados para a temporada cafeeira atual.
Do total solicitado pelas instituições, R$ 1,087 bilhão foram destinados para a linha de Estocagem; R$ 548 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 408 milhões para Custeio; e R$ 476 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 236 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 121 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 119 milhões para o setor de Solúvel.
MERCADO — Os contratos futuros do café tiveram desempenho positivo no acumulado da semana nas bolsas internacionais, tendo bom comportamento após a decisão do referendo que indicou a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado “Brexit”.
A tendência foi gerada pela melhora do humor nos mercados como um todo e pela desvalorização do dólar frente a outras moedas. À espera de novos desdobramentos sobre a saída britânica da UE, soou positivo o crescimento de 1,1% do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre, frente a uma previsão de 1%, o que elevou o otimismo, puxando os índices, como metais e petróleo, e pressionando a divisa norte-americana.
No Brasil, o dólar comercial também foi pressionado pelo discurso do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que defendeu câmbio flutuante, tripé macroeconômico e compromisso com a meta de inflação. Ontem, a moeda alcançou seu menor nível desde 21 de julho de 2015 (R$ 3,173), fechando a R$ 3,213, com perdas de 4,92% na semana. No mês, o recuo foi de 11,05%. No acumulado do semestre, a moeda caiu 18,61%, saindo de R$ 3,948 em 30 de dezembro de 2015.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4410 por libra-peso, com alta acumulada de 850 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão a US$ 1.717 por tonelada, com ganhos de US$ 48 em relação a sexta-feira passada.
No mercado físico nacional, os preços também se valorizaram, impulsionados pela baixa disponibilidade do produto e pela recuperação internacional. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para os cafés arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira, a R$ 500,41 por saca e a R$ 399,25/saca, respectivamente, com variação de 2,60% e 1,73%.
Apesar do avanço, a instituição comunicou que a liquidez permanece baixa. A justificativa se dá pela queda do dólar frente ao real, que limita as valorizações internas, e porque a maioria dos produtores está reservando os grãos para o cumprimento de contratos com entregas já programadas.
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