Reajuste do salário mínimo provoca alta nos custos de produção de café
Brasília (19/04/2016) – O reajuste do salário mínimo em 2016 impactou diretamente os custos de produção da cafeicultura brasileira, principalmente nas propriedades onde a colheita do café é manual. Apenas este item provocou altas no Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do dia a dia da atividade e o pró-labore, de 4,05%, em média, para a variedade arábica e 5,70% para o conilon, com o novo valor vigente desde janeiro, de R$ 880.
As informações são do boletim Ativos do Café, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Universidade Federal de Lavras (UFLA), com base em levantamentos de custo de produção nas principais regiões produtoras do país. Os maiores impactos foram observados nas propriedades que adotam o sistema manual de colheita, principalmente para o café arábica, cuja elevação média foi de 6,34%, ou R$ 27 a mais por saca de 60 quilos.
Segundo o estudo, o aumento do salário mínimo é apenas um dos fatores da alta do COE, que pode subir ainda mais com o atual momento político e econômico. “Devido a este cenário, e suas consequências sobre variáveis que interferem diretamente nos custos de produção, como a taxa de câmbio e os combustíveis, a possibilidade de novos acréscimos nos próximos meses não deve ser desconsiderada”, explica o levantamento.
Desta forma, CNA e UFLA orientam os produtores a gerenciar os custos de sua propriedade com maior critério, além de intensificar o controle do fluxo de caixa e rever a orçamentação do processo de produção de arábica. Para produção mecanizada, o impacto do salário mínimo foi de 2,29%, e para a semimecanizada, de 6,22%. Nas propriedades que adotam estes dois tipos de manejo, a demanda por mão de obra é inferior em relação ao sistema manual.
Na produção de conilon, a alta do COE causada apenas pelo reajuste nos salários dos funcionários foi de 5,7%, em média. O maior aumento constatado foi em Jaguaré (ES), de 5,95%, acréscimo de R$ 14,20/saca. Em Cacoal (RO), a elevação foi de 5,31%, e em Itabela (BA), de 4,68%, o que representou incrementos de R$ 10,29 e R$ 12,03 por saca, respectivamente.
Veja o boletim completo aqui.
0 comentário
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)
Valor bruto dos Cafés do Brasil produzidos na Região Sudeste totaliza R$ 62,24 bilhões no ano-cafeeiro de 2024
Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
Mercado cafeeiro inicia 6ª feira (22) em queda com realização de lucros
Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual