Café: Mercado em Nova York tem mais um dia de perdas acentuadas e se aproxima do patamar de US$ 1,35/lb
As cotações do café arábica fecharam com queda pela segunda sessão consecutiva na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). A sessão foi marcada por intensa volatilidade e os futuros chegaram a operar nos dois campos.
Pela manhã, o mercado tentou esboçar reação mas acabou não conseguindo romper resistências. Vale lembrar que na segunda-feira os futuros avançaram quase 500 pontos e chegaram aos patamares mais elevados desde 22 de abril.
O vencimento julho/15 encerrou o pregão com 136,00 cents/lb e baixa de 385 pontos, o setembro/15 registrou 138,70 cents/lb e 365 pontos de recuo. O dezembro/15 teve 142,40 cents/lb e desvalorização de 345 pontos. Já o vencimento março/16 fechou o dia com 146,10 cents/lb e 330 pontos negativos.
Para o analista de mercado João Santaella, a movimentação em Nova York nesta quarta-feira foi mais técnica do que baseada em fundamentos. "Enquanto estava operando em alta, o mercado demonstrou fraqueza para superar resistências, e especuladores e fundos voltaram a atuar com mais força na ponta vendedora, o que determinou a virada e o fechamento com queda acentuada", afirma o analista.
Com relação à análise técnica, após essas duas fortes baixas, o mercado voltou a se aproximar do patamar de US$ 1,35/lb, superado no início da semana. Segundo Santaella, caso esse suporte volte a ser quebrado, é possível que as cotações caiam ainda mais, chegando à casa de US$ 1,30/lb.
Segundo informações de agências internacionais, ainda restam dúvidas com relação ao potencial produtivo do Brasil em Nova York, apesar das estimativas mais recentes serem de acordo com o que os agentes já esperavam. No entanto, a colheita começa devagar por aqui e ainda não é possível saber qual das estimativas foi a mais assertiva.
A Fundação Procafé e o Conselho Nacional do Café (CNC) acreditam em colheita nesta temporada entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas de 60 kg. Porém, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou na semana passada que a colheita de café do Brasil pode chegar a 52,4 milhões de sacas.
Na maior cooperativa de café do Brasil, a Cooxupé, no Sul de Minas Gerais, a colheita já começou, mas deve se intensificar mesmo em junho. Segundo o presidente da instituição, Carlos Paulino da Costa, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta-feira, espera-se que a produção neste ano seja de 4,6 milhões de sacas de 60 kg. O número é um pouco maior que no ano passado por conta do aumento no número de cooperados e não da produção.
Uma informação que também repercutiu no mercado brasileiro hoje foi a previsão do Rabobank Brasil durante o 6º Fórum e Coffee & Dinner. Segundo analistas da empresa, o Brasil pode não conseguir abastecer as exportações e o mercado interno nesta temporada, mesmo na melhor das hipóteses. Ainda assim, em Nova York e nas praças de comercialização do Brasil, o dia foi de baixas.
» Brasil pode não conseguir atender demanda externa por café, avalia Rabobank
Mercado interno
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 495,00 e queda de 4,62%. Foi a maior variação no dia.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 495,00 a saca e desvalorização de 4,62%. A oscilação mais expressiva foi em Franca-SP com recuo de 6,52% e saca cotada a R$ 490,00.
O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Araguarí-MG com R$ 470,00 a saca e baixa de 2,08%. A maior oscilação no dia foi ocorreu em Guaxupé-MG com baixa de 5,41% e saca valendo R$ 437,00.
Na terça-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 1,15% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 431,29.
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