Café: Cotações do arábica avançam quase 200 pts nesta 5ª feira em NY após tombo de ontem
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta quinta-feira (7) com valorização, esboçando reação ante a forte queda registrada na sessão anterior quando o mercado repercutiu informações otimistas sobre a safra atual do Brasil que começa a ser colhida em algumas regiões produtoras.
O vencimento maio/15 encerrou a sessão com 130,85 cents/lb e alta de 280 pontos, o julho/15 registrou 131,70 cents/lb e o setembro/15 teve 134,50 cents/lb, ambos com avanço de 175 pontos. Já o vencimento dezembro/15 fechou o dia com 138,35 cents/lb e 170 pontos de valorização.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o fechamento positivo nesta quinta foi motivado por recompras no fim do pregão. "O dia no mercado cafeeiro foi lento e marcado por poucas emoções nas bolsas. Vale ressaltar que no final dos trabalhos, principalmente, em Nova York o campo positivo voltou a imperar o que deixou os níveis de fechamento bem construtivos numa visão de curto prazo", afirma o analista.
Ontem, o mercado repercutiu, fundamentalmente, informações divulgadas no início da semana com relação ao potencial produtivo do Brasil na atual safra. A Volcafe estimou que o País deve ter colheita de 51,9 milhões de sacas de 60 kg. A divisão de café da trading ED&F Man citou que as chuvas em fevereiro e março melhoraram as condições das lavouras do País.
Cafeicultores, por sua vez, acreditam em colheita de no máximo 45 milhões de sacas devido as intempéries climáticas de 2014. Mas são apenas os produtores que se mostram indignados com essas estimativas privadas recentes. "Quero conhecer os agronômos e os cafeicultores que a Volcafe entrevistou, pois continuo acreditando que a safra de café do Brasil será entre 43 e 46 milhões de sacas", disse o analista de mercado João Santaella em entrevista ao Notícias Agrícolas ontem.
O Conselho Nacional do Café (CNC) também chegou a se posicionar recentemente sobre as estimativas para a safra do Brasil. "Infelizmente, não há como combatermos tais especulações, haja vista que o mercado também vive de boatos. Entretanto, o CNC, na condição de representante do setor produtor, alerta a esses players que não confiem em suas próprias estimativas, pois poderão se deparar com um cenário de oferta apertada, pois temos convicção que o Brasil não produzirá além do estimado pela Fundação Procafé, que apontou nossa colheita máxima em 43,3 milhões de sacas".
Mercado interno
Os negócios seguem isolados nas praças de comercialização espalhadas pelo Brasil. Segundo Magalhães, os preços estão ruins e, em alguns casos, não cobrem nem os custos de produção, principalmente para o arábica.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação nas cidades de Guaxupé-MG e Espírito Santo do Pinhal-SP com saca cotada a R$ 500,00 - estaveis. A variação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas-MG com alta de 2,16% e saca cotada a R$ 474,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 500,00 a saca - estável. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas-MG onde a saca avançou 3,53% para R$ 440,00.
O tipo 6 duro teve maior valor em Araguarí-MG com R$ 470,00 a saca - estável. A maior variação no dia também foi em Poços de Caldas-MG onde a saca avançou 5,12% e esta cotada a R$ 431,00.
Na quarta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 2,94% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 420,12.
Segundo pesquisadores do Cepea, a forte queda do Indicador ontem, segundo informam analistas, veio do início da colheita de robusta e da forte queda nos preços externos da variedade. Em abril, o valor médio do arábica caiu pelo terceiro mês consecutivo e se caracterizou como o menor em sete meses.
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