Análises da Procafé detectam baixos níveis de magnésio nas lavouras de café
A deficiência de magnésio tem sido uma das carências nutricionais mais frequentes nas lavouras cafeeiras. O magnésio tem mostrado níveis baixos no solo e nas folhas, conforme verificado pelos resultados das análises das amostras recebidas no Laboratório da Fundação Procafé.
A deficiência de Mg aparece mais na fase de granação dos frutos, nas plantas com carga e nas variedades de porte alto e de maturação mais precoce, como o Mundo Novo e o Bourbon. Ela prejudica as plantas pela redução da fotossíntese, pela queda de folhas e pela seca dos ponteiros dos ramos produtivos, isto tudo resultando em redução na produtividade dos cafezais.
O magnésio pode estar deficiente no solo ou, então, estar em desequilíbrio com as demais bases, sendo que, na prática, a falta é provocada, principalmente, pelas duas seguintes razões.
1- Fonte e modo de aplicação
A fonte mais usual de fornecimento de Mg, para a lavoura de café, tem sido o calcário. Porém, muitos calcários apresentam baixo teor de Mg e alguns, mesmo com teores altos, tem apresentado baixa solubilidade. Além disso, nas lavouras adultas, o calcário e mesmo outras fontes de Mg só podem ser aplicadas em cobertura, sabendo-se que o seu caminhamento em profundidade é lento.
No caso de necessidade de correções no curto prazo, tem sido obtidos bons resultados com fontes mais prontamente solúveis, como o sulfato e o óxido de magnésio (este em condições de pH mais baixos), a cal dolomítica e calcários calcinados.
2- Desequilíbrio em relação ao Ca e K
Esta é a razão principal da falta de Mg nas lavouras de café. Ela ocorre devido ao maior uso de fontes de cálcio (calcário calcítico, superfosfato, gesso) e, ainda, do potássio, este através do uso continuado de fórmulas concentradas, tipo 20-0-20 ou 25- 00-25, ou o do cloreto de potássio isolado.
Uma vez detectado o problema, vamos à indicação:
Na falta ou desequilíbrio do Mg o técnico de campo deve, de posse das análises de solo e folhas, comparar os dados em relação aos padrões de interpretação. Havendo carência, ou seja, se no solo o nível for inferior a 15-20% da CTC e na folha inferior a 0,35%, o técnico deve indicar a suplementação de fontes adequadas de Mg (óxido, sulfato, sulfato duplo e cal dolomítica, tipo Geox), para suprir e reequilibrar novamente a relação entre Ca, Mg e K. Em casos de forte desequilíbrio entre K e Mg, com altos níveis de K, o técnico deve assumir que é preciso reduzir, ou mesmo eliminar temporariamente, a aplicação de fonte de K.
Leia o informativo na íntegra aqui.
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