CNC: CDPE sugere orçamento de R$ 4,136 bilhões para linhas de financiamento do Funcafé em 2015
BALANÇO SEMANAL — 06 a 10/04/2015
FUNCAFÉ 2015 — Na segunda-feira, 6 de abril, participamos da 22ª Reunião Ordinária do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café (CDPE/Café) do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). O principal assunto tratado foi a definição do orçamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que, para este ano, disporá de recursos na ordem de R$ 4,136 bilhões, montante já aprovado pelo Congresso Nacional e que, agora, aguarda a sanção da Presidente da República Dilma Rousseff.
O Conselho Nacional do Café e a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), frente ao cenário de duas quebras consecutivas de safra devido às adversidades climáticas, sugeriram que o volume de mais de R$ 311 milhões superior ao orçamento de 2014 (R$ 3,825 bilhões) fosse distribuído entre as linhas de Custeio e Estocagem, proposta aceita pelo colegiado, pois os membros entenderam que os cafeicultores necessitam de recursos para poderem comercializar o produto de maneira que obtenham renda na atividade.
Dessa forma, o CDPE/Café aprovou a manutenção dos mesmos valores do ano passado para as demais linhas de financiamento do Funcafé e elevou o montante para Custeio e Estocagem. A distribuição sugerida pelo Comitê está na tabela abaixo.
RECURSOS PARA COLHEITA — Durante a reunião, o coordenador geral de apoio ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, Marconni Sobreira, apresentou um informe sobre a distribuição dos recursos do Funcafé em linhas de crédito para financiamento em 2014. Na oportunidade, ele comunicou que há uma “sobra” de aproximadamente R$ 142 milhões (R$ 71.707.600 da linha de Custeio e R$ 70.025.000 de Capital de Giro para Cooperativas) dos recursos do ano passado, os quais já se encontram disponíveis para que os tomadores os requeiram como recursos “antecipados” para a Colheita 2015 junto aos agentes financeiros.
MERCADO – Apesar da desvalorização do dólar ante o real nesta semana, as cotações futuras do café arábica voltaram a apresentar perdas, as quais foram repassadas para o mercado físico nacional.
A fraca criação de empregos nos Estados Unidos no mês de março reforçou as incertezas sobre o futuro de sua política monetária, resultando em enfraquecimento do dólar no exterior. No âmbito doméstico, o clima mais otimista quanto às questões políticas também ajudou na valorização do real. Com isso, o dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 3,0706, acumulando queda de 1,9% desde a última sexta-feira. Porém, o fortalecimento da moeda brasileira ante a norte-americana não impactou positivamente os preços futuros do café arábica na bolsa de Nova York.
Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,3745 por libra-peso, acumulando queda de 345 pontos em relação ao fechamento de sexta-feira passada. Já na ICE Futures Europe, as cotações do robusta apresentaram ganhos. O vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.791 por tonelada, com valorização de US$ 13 desde o último pregão da semana anterior.
Além dos rumores infundados sobre o tamanho da próxima colheita nacional, o fato das exportações brasileiras permanecerem em níveis elevados também pressiona os preços do arábica. Nesta semana, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) divulgou que as vendas externas do País foram recordes para o mês de março. Segundo a instituição, foram embarcadas 3.046.656 sacas, representando elevação de 9,5% em relação a março de 2014. Já a receita cambial auferida no último mês registrou um incremento de 24,1% em relação ao mesmo período do ano passado, resultando em US$ 552,295 milhões.
O mercado físico brasileiro foi contaminado negativamente pelo recuo dos preços internacionais e pela valorização do real frente ao dólar. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 442,39/saca e a R$ 296,15/saca, respectivamente, com queda de 4,0% e 1,3% em relação à última sexta-feira.
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