CNC solicita prorrogação do prazo de vigência da emergência para broca do café em Minas Gerais
BALANÇO SEMANAL — 23 a 27/02/2015
EMERGÊNCIA FITOSSANITÁRIA — O CNC, na condição de representante dos produtores de café do Brasil, encaminhou ofício, no dia 24 de fevereiro, para o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Décio Coutinho, solicitando a prorrogação do prazo de vigência da emergência fitossanitária e da adoção das medidas emergenciais para a broca do café(Hypothenemus hampei) no Estado de Minas Gerais, conforme a Portaria Mapa nº 188, de 12 de março de 2014.
Essa medida se faz necessária, pois a vigência da Portaria 188 expira no dia 13 de março e, se não prorrogada, teremos um cenário crítico para o controle da praga no próximo mês, sendo inaceitável que os produtores mineiros não possam ter acesso e aplicar produtos eficientes para o combate. Ademais, é incoerente que Minas Gerais, o maior produtor e exportador de café do Brasil, não mais tenha acesso a medidas de controle contra a broca, enquanto essa autorização acaba de ser estendida para Espírito Santo e São Paulo, também importantes Estados produtores, por meio das Portarias Mapa nº 11 e nº 12, de 23 de janeiro de 2015, as quais alertam para a situação de infestação nos cafezais do País.
É válido recordar que a broca é uma das principais pragas que ocorrem no cafeeiro, cujo prejuízo maior é a depreciação do grão a ser comercializado. Para cada 5% de frutos atacados, até 1% dos grãos apresenta defeito, interferindo diretamente na qualidade da bebida e, consequentemente, no preço recebido pelos produtores. Além disso, a praga causa significativas perdas quantitativas, que, em casos graves de infestação máxima, podem atingir 12 kg em cada saca de 60 kg de café beneficiado.
— Histórico: após a decisão das autoridades de Registro e Regulamentação de Agrotóxicos de proibir o uso e a comercialização do Endosulfan, consagrado e único inseticida existente para o controle dessa praga, a partir de 1º de julho de 2013, sem garantir a existência de ingredientes ativos eficientes no mercado, os cafezais ficaram vulneráveis aos efeitos da broca.
Apenas em setembro de 2014 essa situação começou a ser remediada com a autorização, emergencial e temporária, para a DuPont importar o produto BeneviaTM, que possui como ingrediente ativo o Ciantraniliprole, a ser utilizado no combate à broca no Estado de Minas Gerais, de acordo com as medidas estipuladas pelas Portaria nº 188, de 12 de março de 2014, e Portaria nº 711, de 17 de julho de 2014.
No entanto, a Portaria nº 188 estabelece que o prazo de vigência da emergência fitossanitária e da adoção das medidas emergenciais no combate à broca do café no Estado de Minas Gerais terminará em 13 de março de 2015. Caso não sejam tomadas rápidas providências para a publicação de um novo ato prorrogando tal prazo, o maior estado produtor de café do Brasil ficará impossibilitado de utilizar o único produto, com eficiência, existente no mercado para controlar a praga.
Considerando esse cenário, o CNC reiterou, junto ao secretário Décio Coutinho, a urgência nas medidas necessárias para a publicação, antes de 13 de março de 2015, de um novo ato do Ministério da Agricultura prorrogando o prazo de vigência da emergência fitossanitária e da adoção das medidas emergenciais para a broca do café em Minas Gerais. Entendemos que, somente dessa maneira, será garantido o acesso dos cafeicultores às opções tecnológicas para o controle da praga em suas lavouras e preservado o maior parque cafeeiro do mundo.
MERCADO — As cotações futuras do café acentuaram as perdas nesta semana, pressionadas pelo dólar valorizado em relação ao real e ao peso colombiano e pelas chuvas em partes das regiões produtoras brasileiras.
O aumento da umidade no Sudeste do País em fevereiro, mesmo não beneficiando as regiões produtoras de café de forma homogênea e não garantindo a reversão das perdas já registradas no campo, tem estimulado a tendência de baixa no mercado futuro da commodity. Para os próximos dias, a Climatempo prevê que uma frente fria provocará chuvas sobre o estado de Minas Gerais. O acumulado das precipitações pode variar entre 70 e 150 mm.
Outro fator de desvalorização das cotações é o fortalecimento do dólar ante as moedas dos principais países exportadores de caféarábica, o Brasil e a Colômbia. Ontem, o dólar comercial encerrou a sessão a R$ 2,8852, com valorização de 0,2% desde a última sexta-feira e em seu maior patamar desde 15 de setembro de 2004.
Diante dessa conjuntura, na Bolsa de Nova York, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4055 por libra-peso, acumulando queda de 1.235 pontos em relação ao final da semana passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também apresentaram tendência de baixa. Ontem, o vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.869 por tonelada, com perdas de US$ 105 desde o final da semana anterior.
Acompanhando o cenário externo, os preços do café se desvalorizaram no mercado físico nacional, que continuou com baixa liquidez. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 430,49/saca e a R$ 291,44/saca, respectivamente, com variação de -7,1% e -4,9% no acumulado da semana.
0 comentário
Café: preços do arábica encerram a sessão desta 5ª feira (26) com baixas devido ao aumento no nível dos estoques certificados
Preços do café recuam na bolsa de NY em movimento de ajustes no início da tarde desta 5ª feira (26)
Café: preços do arábica iniciam sessão desta 5ª feira (26) com altas moderadas
Comércio de café do Vietnã está calmo em meio a feriados, chuva prejudica colheita
Café: Chuvas abaixo do esperado trazem suporte para alta do preço do arábica no fechamento desta 2ª feira (23)
Média diária de faturamento de café torrado tem alta de 86,2% nos quinze primeiros dias úteis de dezembro de 2024