Café: Campo positivo volta a prevalecer no mercado externo nesta quinta-feira com recompras e chuvas perdendo força
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou esta quinta-feira (13) com preços mais altos em relação à sessão anterior, quando as cotações fecharam no campo misto. Durante o dia recompras foram realizadas e chegaram a impulsionar altas de 500 pontos. As informações de que a chuva deve perder força no Sudeste nos próximos dias também pesaram.
O vencimento dezembro/14 registrou 188,75 cents de dólar por libra peso com alta de 435 pontos, o março/15 anotou 193,15 cents/lb e o maio/15 teve 195,55 cents/lb, ambos com valorização de 440 pontos e o julho/15 encerrou a sessão com 435 pontos de avanço e 197,75 cents/lb.
“Investidores começam a recomprar posições em aberto no mercado e desta forma o campo positivo voltou a ser visto. Tecnicamente, os patamares indicam que bons ventos ficarão notórios nos próximos dias quiçá semanas”, afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
De acordo com informações do analista, os mapas climáticos apontam que na segunda quinzena de novembro e talvez até na primeira de dezembro, a estiagem voltará a dar tônica do setor produtivo no Brasil.
“A chuva subiu no mapa e deve atingir o Agreste e o Norte. Mas o Sul e o Sudeste devem voltar a ter temperaturas altas, sem previsão de chuvas representativas e generalizadas”, diz o analista.
Ainda de acordo com Magalhães, com os fatores técnicos e a possibilidade da estiagem voltar ao cinturão produtivo agora na segunda quinzena de novembro, os níveis podem ganhar firmeza extra e resistências poderão ser rompidas.
Mercado interno
O interno está descolado de Nova York e tenta se sustentar no Brasil, os preços estão firmes mesmo com a questão cambial. Porém, a maior parte dos produtores se nega a vender a produção pelo preço ofertado.
Para o analista, o produtor está correto e só deve ir ao mercado se precisar fazer caixa. “Neste ano o cafeicultor soube negociar seu café aproveitando os canais de alta, mesmo com uma produção baixa as exportações se mantiveram”, afirma Magalhães.
Porém, segundo o analista, no longo prazo, a alta do dólar pode prejudicar a renda do cafeicultor. “Se não houver uma recomposição de preços do café compatíveis com os aumentos de custos a conta vai fechar no vermelho neste ano”, explica.
De acordo com dados da Safras & Mercado reportados pela Reuters nesta quinta-feira, a comercialização da safra de café brasileira 2014/2015 (julho/junho) chegou, até o fim de outubro, a 61% da produção total estimada, o volume é maior do que o previsto anteriormente. As vendas também estão mais adiantadas do que em outubro de 2013.
» Vendas da safra 2014/15 de café do Brasil atinge 61%, diz Safras & Mercado
O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,09% na quarta-feira (12) e está cotado a R$ 453,99 a saca de 60 kg.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG, onde a saca de 60 kg está cotada a R$ 564,00 com avanço de 2,55%. O tipo 4/5 de café arábica também anotou preço maior na cidade com R$ 554,00 a saca e alta de 2,59%. O tipo 6 duro também anotou preço alto em Guaxupé com R$ 500,00 e alta de 2,67% em relação ao dia anterior.
Tipo 4/5 registra alta na Bovespa
As cotações do café arábica tipo 4/5 encerraram em alta na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com US$ 226,00 a saca de 60 kg e valorização de 4,39%, o março/15 anotou US$ 228,00 e alta de 3,17% e o setembro/15 subiu 3,46% e está cotado a US$ 239,00 a saca. Para o tipo 6/7 não houve negócios.
Liffe fecha com alta expressiva
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) fecharam em alta nesta quinta-feira. O contrato novembro/14 está cotado a US$ 2.075,00 por tonelada com valorização de US$ 37 por tonelada e o janeiro/15 teve US$ 2.074,00 por tonelada e alta de US$ 33 por tonelada.
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