Governo de Rondônia defende normalização do preço da arroba do boi
Pecuaristas e proprietários de frigoríficos em Rondônia debateram, na segunda-feira (15), no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, as razões que levaram à redução do preço da arroba do boi, que afetou o setor produtivo e, consequentemente, as receitas estaduais. O governo de Rondônia foi mediador da reunião. Outro encontro foi marcado para o próximo dia 25. O governador Confúcio Moura elogiou a busca pelo entendimento manifestada pelas partes e defendeu o restabelecimento dos preços que eram praticados até o primeiro semestre de 2015.
Foi a primeira vez que as partes antagônicas sentaram-se à mesa para tratar do assunto. A mobilização do setor produtivo, denominada Grito da Pecuária, levou como pauta o retorno da política de preços adotada até o ano passado, quando a diferença da arroba vendida em Rondônia e em São Paulo era de até 10%. Os produtores também pediram que plantas frigoríficas que se encontram fechadas voltem a fazer abate.
Lideranças dos proprietários de frigoríficos apresentaram razões para a queda do preço da arroba do boi produzido em Rondônia citando a conjuntura internacional do mercado, a falta de valor agregado ao produto e o custo frete.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne(Abiec) Antônio Jorge Carmadelli disse que há restrições que prejudicam a competitividade da carne bovina de Rondônia no mercado externo. A qualidade, segundo ele, está cada vez mais atrelada ao padrão exigido pela União Europeia. Apesar disto, Carmadelli deixou claro que há intenção de discutir amplamente a questão e buscar solução positiva para pecuaristas e frigoríficos.
O líder dos exportadores propôs a criação de um consórcio de municípios para, entre outras questões, tratar do cumprimento da exigências da União Europeia, que mandará missão para avaliar a qualidade do rebanho bovino da região nos próximos meses.
Os produtores da região rebateram alegando que os argumentos estavam mais voltados para o mercado externo e que, ainda no país, a política de preços não está plenamente justificada. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon) Hélio Dias, justificou o Grito da Pecuária acentuando que o setor muito investiu na melhoria genética, pastagem e nutrição animal. Segundo ele, os resultados são claros. “Isto precisa ser reconhecido”, acrescentou, além de lembrar que até pouco tempo havia em torno de 19 plantas frigoríficas fazendo abate e atualmente restam apenas 11.
RECEITA
Em nome dos pecuaristas, o empresário Adélio Barofaldi, que preside a Associação dos Produtores Rurais de Rondônia (Arprro), elencou entre os prejuízos causados pela repentina queda dos preços, imposta pela indústria da carne bovina, o fechamento de plantas de frigoríficos, o impacto na receita estadual, e fechamento de postos de trabalho.
Barofaldi chamou a atenção para o fato de que muitos produtores estão transportando o gado em pé para comercializar em outros estados, inclusive São Paulo. Segundo ele, apesar dos cerca de 3 mil quilômetros percorridos, o boi ainda é comercializado com vantagem neste sistema.
Em outra parte da explanação, o pecuarista destacou que a carne bovina representa 20% do Produto Interno Bruto(PIB) de Rondônia e que o estado caminha para ser o maior produtor do país nesta item.
ALINHADOS
Confúcio Moura, que abriu a reunião e, em seguida, encarregou o vice-governador Daniel Pereira de servir como mediador, fez uma intervenção para dizer que gostaria que o debate fosse produtivo. Segundo o governador, causou estranheza o fato de que, em junho de 2015, todos os frigoríficos passaram a pagar preços alinhados, bem abaixo do praticado até então. Ele ainda defendeu o restabelecimento dos valores, ainda que com diferença de até 10% em relação ao pago pela carne bovina de São Paulo, como sempre ocorreu.
Leia a notícia na íntegra no site Folha Nobre.
1 comentário
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Adelson Soaresdos Santos Ji-Paraná - RO
Foi instalado nesta quarta CPI para apurar formação de Cartel entre frigorificos em Rondônia. Espero que nossos representantes políticos resistam à pressão financeira que haverá!