Por cautela, fim da vacinação no PR fica para 2016

Publicado em 11/08/2015 07:30

O rebanho bovino do Paraná continuará sendo vacinado contra a febre aftosa. Após cogitar fazer a última imunização dos animais em maio, o governo estadual confirmou que a etapa de novembro será mantida por “cautela”.

Conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), a mudança ocorreu porque ainda não foram implementadas todas as medidas visando o status internacional como área livre da doença sem vacinação. Ainda assim a entidade garante que não houve recuo ou prejuízo ao cronograma das ações em busca do reconhecimento externo.

A situação combalida das finanças do Paraná pesou na decisão de manter a campanha de novembro. Em nota, a Seab informou que “nem todas as ações estruturantes [para a busca do status de área livre sem vacinação] foram suficientemente implementadas, em face da crise econômica e das dificuldades orçamentárias. ”

A nomeação de 169 novos técnicos para a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) foi concretizada e os profissionais estão passando por treinamento antes de iniciarem as atividades. No contraponto, o estado ainda não conclui as obras de adequação dos 23 postos de fiscalização nas regiões de divisa.

O presidente da Adapar, Inácio Kroetz, argumenta enfaticamente que não houve qualquer recuo ou mudança de planos. “A prudência nos levou a manter o calendário, seguindo o fluxo natural. Neste momento não temos estrutura para ‘peitar’ o fim da vacinação”, explicou, em palestra para os novos técnicos da entidade.

Ele assume que a suspensão da vacina não pode ser adotada na última hora. “A suspensão da campanha de novembro tem que ser informada, no máximo, até julho, para que o setor possa se programar. Também estou frustrado, mas não dá para ser irresponsável nessa situação”, acrescentou.

O adiamento é ponderado pelo setor produtivo. A Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) cobrou publicamente a Adapar para que o fim da vacinação não passe de maio do ano que vem, evitando novas postergações. “É um processo, temos que entender. Não queremos que o produtor entre em uma fria, mas sabemos que a pecuária poderia estar acessando mercados melhores se as ações estivessem mais adiantadas”, pontua o presidente da Faep, Ágide Meneguette.

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Gazeta do Povo

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