Bolsominions se preparando para votar em 2018
O vale-tudo contra Bolsonaro
O colunista do ESTADÃO Marcelo Rubens Paiva atacou os eleitores de Jair Bolsonaro no Twitter:
“Bolsominions se preparando para votar em 2018”, escreveu, anexando uma foto da organização racista Ku Klux Klan, que surgiu no sul dos Estados Unidos no final dos anos 1860.
Se dependesse só da imprensa, Bolsonaro já estaria eleito.
Bolsonaro contesta IstoÉ: “Todo mundo pode evoluir”, mas “qualquer coisa a meu respeito é fingimento” (em O Antagonista)
A IstoÉ dedicou a Jair Bolsonaro a capa da edição deste fim de semana, repetindo o tom da Veja.
Outras capas das revistas também se parecem:
Os eleitores e filhos de Bolsonaro reagiram nas redes sociais criando a hashtag #IstoÉDesespero, que chegou ao segundo lugar nos trend topics do Twitter.
O Antagonista questionou Jair Bolsonaro sobre a acusação da IstoÉ de que o deputado finge ser liberal para encantar o mercado.
Ele respondeu o seguinte:
“Não vou entrar em detalhe de acusação de fingimento. Esses caras são hipócritas. Na vida, todo mundo pode mudar, evoluir, por isso você estuda. Eu tenho aulas com o meu filho Eduardo, mais importante que qualquer economista, que me auxilia nessa área.
Agora, eu não sou contra privatizações, eu sou contra a forma, o modelo como vem sendo feita ultimamente. Eu aprendi, por exemplo, a questão da Embraer. A maneira como ela foi privatizada funcionou. Pulverizou as ações.
Agora você pode ver: fala-se tanto da Vale do Rio Doce… Até me acusam de querer matar FHC. Realmente eu falei naquele momento que, se fosse um país sério, em razão do que ele fez com a Vale do Rio Doce, ele deveria ser fuzilado. Isso é uma força de expressão. E ela [a Vale] continua nas mãos de parte do governo. Afinal de contas, na última gravação do Joesley [Batista] conversando com o Aécio [Neves], o político cobrou ali 40 milhões de reais para indicar o presidente [da Vale]. Isso não é privatização. Isso é a ‘entregação’.
Eles estão desesperados. Qualquer coisa a meu respeito é fingimento, é farsa, é máscara.”
Bolsonaro, então, mandou para O Antagonista duas capas da IstoÉ sobre Lula e Aécio Neves, reproduzidas abaixo, e ironizou:
“Essas duas capas não têm fingimento nenhum. Todo mundo é legal, bacana… E [os editores da revista] não fizeram mea-culpa depois, né? Mas tudo bem.”
Bolsonaro fala em “desespero” da imprensa: “A gente tem tudo para levar no primeiro turno”
O Antagonista questionou Jair Bolsonaro sobre a matéria de capa da IstoÉ, na linha da Veja.
O deputado respondeu:
“O pessoal está meio desesperado, né? Foram duas capas da Veja. O Globo também vem sistematicamente dando espaço para o pessoal me atacar de tudo quanto é forma. A IstoÉ agora foi ridícula. Pega meias verdades na questão da Maria do Rosário, [diz] que eu ofendo minorias, mulheres, é o absurdo do absurdo. A verdade é que grande parte da mídia brasileira faz parte do sistema. E está tudo junto. Não são só partidos. São facções, grupos criminosos, a proteção dos corruptos, decisões judiciais.
Olha a última decisão contra mim, [condenado em segunda instância a pagar] 150 mil reais, [após responder] por que não vou a parada do Orgulho LGBT. Eu emiti a minha opinião, de acordo com o artigo 53, e está aí a resposta: 150 mil reais [de multa]. Eu não posso falar [o que penso]. Falei que não iria por que acredito em Deus, na família e nos bons costumes. Pau em cima de mim. Vai em frente. Vamos ver o que acontece aí.
É o tal negócio: eu não estou sozinho. Eu estou com Deus e o povo do meu lado. Assim sendo, eles vão ter que trabalhar muito para tentar fazer com que eu não vá ao segundo turno. Ouso dizer mais ainda: eu estou me preparando, me organizando e, dadas as boas pessoas que vêm ao meu lado, a gente tem tudo para levar no primeiro turno, para o desespero deles.”
Bolsonaro no segundo turno
Jair Bolsonaro, entrevistado pelo Canal Livre, disse que, sem fraudes, já está no segundo turno:
“Sou diferente de todos os presidenciáveis que estão aí. Quem declara voto em mim dificilmente mudará. Não havendo fraude, com certeza estarei no segundo turno”.
Na BAND: “O Brasil precisa de um presidente honesto”
Jair Bolsonaro está com um pé no segundo turno porque ataca os criminosos: tanto aqueles que cometem 61 mil assassinatos por ano quanto aqueles que foram pegos pela Lava Jato.
No Canal Livre, ele focou nesses dois pontos.
Ele disse:
“Preso não deve ter direito nenhum, não é mais cidadão. O sentido da cadeia não é ressocializar, mas tirar o marginal da sociedade.”
Ele disse também:
“O Brasil precisa de um presidente honesto.”
Na FOLHA: Se não houver fraude, estarei no 2° turno, diz Bolsonaro
Em entrevista ao programa "Canal Livre", da Band, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse que, se não houver fraude nas eleições de 2018, com certeza chegará ao segundo turno da disputa.
"Sou diferente de todos os presidenciáveis que estão aí. Quem declara voto em mim dificilmente mudará. Não havendo fraude, com certeza estarei no segundo turno", afirmou.
O pré-candidato diz contar com a simpatia de grupos específicos, como os evangélicos, os que querem ter arma em casa e setores do agronegócio.
Acredita, no entanto, que as eleições em urnas eletrônicas no Brasil não são limpas, e por isso defende a impressão do voto.
Bolsonaro participou de uma série do programa "Canal Livre" com os presidenciáveis. Foi entrevistado, na madrugada de domingo (19) para segunda (20), pelos jornalistas Fabio Pannunzio, Fernando Mitre, Julia Duailibi, Sérgio Amaral e Mônica Bergamo, colunista da Folha.
Por quase uma hora, tratou de temas como economia, segurança pública e a relação entre Executivo e o Congresso.
Questionado sobre manifestações pelo país que defendem o autoritarismo, disse que nunca pregou uma intervenção militar.
"Mas se chegarmos ao caos, as Forças Armadas vão intervir para a manutenção da lei e da ordem", afirmou, ecoando comentário similar do general Antonio Hamilton Mourão em setembro deste ano.
Bolsonaro disse ser favorável à privatização de estatais, mas defendeu que cada caso específico seja analisado com cuidado. Vê com receio, por exemplo, a entrada de capital chinês no país. "A China não está comprando do Brasil, e sim o Brasil."
Bolsonaro fez críticas à Folha ao ser questionado a respeito de um levantamento de sua carreira no Congresso publicado pelo jornal. O texto revela que, a despeito do discurso liberal adotado recentemente, ele votou com o PT em temas econômicos durante o governo Lula.
"A Folha não é referência de nada. Não atendo mais a Folha. Eles deturpam tudo."
Na conversa Bolsonaro afirmou ainda ser imune à corrupção e que, em caso de vitória, não seguirá o modelo "toma lá, dá cá" para distribuir cargos.
Comporá um eventual ministério, afirmou, guiado apenas por critérios de competência, sem buscar agradar movimentos feministas, negros ou LGBTs.
Quanto a este último ponto, criticou a discussão de gênero nos colégios.
"Eu quero que todos, inclusive os gays, sejam felizes, mas que esse tipo de comportamento não seja ensinado nas escolas", argumentou. "Os pais querem ver o filho jogando futebol, não brincando de boneca por causa da escola."
Ao tratar o tema da segurança pública, um dos principais eixos de seu discurso, defendeu maior rigor e a adoção de medidas enérgicas no combate ao crime.
"Se morrerem 40 mil bandidos [por ano, por ação da polícia], temos que passar para 80 mil. Não há outro caminho. Não dá para combater violência com políticas de paz e amor", afirmou.
"Preso não deve ter direito nenhum, não é mais cidadão. O sentido da cadeia não é ressocializar, mas tirar o marginal da sociedade."
No encerramento do programa, em suas considerações finais, Bolsonaro afirmou que o Brasil "precisa de um presidente honesto que tenha Deus no coração".
O possível placar de Lula no STF (em O Antagonista)
No STF, quais ministros votariam a favor ou contra a candidatura do condenado Lula ao Planalto?
O último cenário apresentado a bancos brasileiros é o seguinte:
A favor da candidatura do condenado Lula: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Rosa Weber.
Contra a candidatura do condenado Lula: Gilmar Mendes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.
Lula e Bolsonaro no precipício (em O Antagonista)
Lula e Jair Bolsonaro podem empurrar o Brasil para o precipício.
O alerta foi feito pelo economista Luiz Fernando Figueiredo, em entrevista ao Valor:
“O Brasil tem uma enorme oportunidade, com uma boa agenda, que pode abrir o caminho para o crescimento na próxima década.
Diante dessa situação, em vez de a gente ter um processo de aglutinação em torno de um grupo que esteja nessa direção, estamos vendo uma briga entre os potenciais candidatos e pode acontecer o acidente de a gente ter uma eleição em que o centro esteja fraccionado, e a gente acabe indo para o lado mais populista, para o Lula ou Bolsonaro, coisa desse tipo. De novo, estamos brincando perto do precipício.”
O conservadorismo dos eleitores
O Agora!, de Luciano Huck, encomendou uma pesquisa com 3 mil pessoas ao Idea Big Data.
A pesquisa mostrou, segundo o Valor, que os brasileiros “são menos conservadores do que se imagina”.
Os eleitores apoiam as cotas raciais (57%), o aborto (60%), o Estado Forte (86%) e o casamento de homossexuais (66%).
A reportagem diz que “o único tema em que teses normalmente associadas ao conservadorismo ganham mais destaque é o da segurança pública. A frase ‘bandido bom é bandido morto’ tem o apoio de 44,9% e é rejeitada por 31,4%. A defesa da pena de morte (47%) empata com a rejeição à adoção dessa medida”.
Os eleitores não acreditam em “salvador da pátria”
Segundo o Valor, a pesquisa encomendada pelo Agora! revelou que, para 72,8% dos brasileiros, isso não existe.
O diretor do Idea Big Data disse:
“O populismo sempre foi um tema de muita ressonância e o Brasil já viveu experiência de político que se apresentou como ‘salvador da pátria’. Mas na pesquisa ainda é possível ver resquício disso na forte adesão à frase ‘bandido bom é bandido morto’. Indica que o tema segurança será muito forte em 2018”.
“Por que 60% dos eleitores de Bolsonaro são jovens?”
A pergunta foi feita pela BBC Brasil.
Uma professora da USP respondeu:
“Bolsonaro sabe muito bem utilizar as redes sociais, conhece a linguagem que viraliza, usa frases curtas de efeito apelativo, cria polêmica, fala o que pensa. Ele é um performer”.
Uma eleitora disse:
“Vi Bolsonaro pela primeira vez em 2014, em um vídeo no Facebook. Ele não fala nada para agradar o povo, ou para parecer politicamente correto”.
E outro concordou:
“Ele fala o que pensa, e isso incomoda as pessoas”.
Danilo Cersosimo, diretor do Ipsos, foi quem melhor explicou:
“É um movimento de um jovem escolarizado que não conseguiu ver as suas aspirações atendidas. Ele pode estar desempregado, ou tem um emprego ruim, tem medo da violência e da crise econômica. Então ele culpa o governo por não conseguir cumprir suas ambições. E quem estava no governo? O PT e a chamada esquerda”.
Quem cresceu com Lula e Dilma Rousseff sabe que o PT devastou o Brasil. E Bolsonaro se apresenta como o contrário do PT.
O outro partido de Bolsonaro
Jair Bolsonaro está com um pé no segundo turno.
Apesar disso, ele ainda não escolheu um partido.
Diz O Globo:
“Desde que Jair Bolsonaro anunciou em agosto que estava conversando com o PEN, o Pastor Everaldo, presidente do PSC, partido ao qual o deputado ainda é filiado, percorreu 18 estados. Conseguiu 1.748 assinaturas em fichas de filiação. Everaldo tem dito que Bolsonaro ‘não saiu, mas não está’ no PSC”.
Bolsonaro é ‘líder da extrema direita’, diz Dilma
Em sua turnê pela Alemanha, além de falar pela milionésima vez do “golpe”, Dilma Rousseff chamou Jair Bolsonaro de “líder da extrema direita” no Brasil, informa a Época.
“A extrema direita no Brasil é liderada por aquele deputado [Bolsonaro] que, em abril de 2017, votou pelo meu impeachment homenageando a ditadura militar, a tortura e o torturador que me levou ao pavor”, numa alusão ao general Brilhante Ustra.
Dilma, como se vê, errou a data do próprio impeachment, que foi em 2016. Também omitiu que, até 2015, Bolsonaro estava no PP, partido que integrava a sua base aliada.
O bolão do Huck
Luciano Huck monopoliza os jornais.
A Folha de S. Paulo, o Estado de S. Paulo, O Globo e o Valor analisam sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Mas ninguém sabe se ele vai concorrer.
Diz a Folha de S. Paulo:
“Políticos de um dos partidos que tentam convencer Luciano Huck a disputar a eleição presidencial fizeram um bolão em um grupo de WhatsApp para apostar se ele vai encarar a empreitada de se filiar a uma sigla e concorrer. Muitos acham que, pressionado, ele vai refugar.”
O Antagonista aposta que ele vai concorrer.
Lata velha
Luciano Huck decidiu que, se for candidato, será pelo PPS.
O DEM se incomodou.
Dois dirigentes do partido disseram ao Valor que “não querem atrelar a candidatura nacional a ser linha auxiliar de outra legenda, ainda mais de um partido menor”.
O DEM é uma lata velha que precisa ser recauchutada.
Os 12% de Huck
José Roberto de Toledo disse que “é insano o caminho para Luciano Huck viabilizar sua candidatura a presidente (…).
Como animador de auditório, não falta popularidade a Huck. Mas para chegar aos 12% de intenção de voto como candidato a presidente – taxa que políticos interessados na sua candidatura andam ventilando – é preciso que nem Lula nem Bolsonaro apareçam no cartão das pesquisas. Com ambos no páreo, o apresentador fica, hoje, junto dos outros índios da tribo do dígito solitário. Se equipara a Alckmin.”
O Antagonista não sabe quais políticos andam ventilando para o colunista do Estadão, mas sabe que os 12% de Luciano Huck incluem os nomes de Lula e Jair Bolsonaro.
Os forasteiros
Helio Gurovitz tem medo de forasteiros como Jair Bolsonaro, Joaquim Barbosa e Luciano Huck.
Leia um trecho de sua coluna:
“Pré-candidatos sem base política, cuja maior força deriva de serem ‘o novo’ ou ‘de fora’, despontam a cada par de meses. Tentam aproveitar a oportunidade oferecida pela falência dos grandes partidos.
Entram nessa lista o deputado Jair Bolsonaro, o ex-ministro Joaquim Barbosa e até o apresentador de TV Luciano Huck. Nenhum tem, óbvio, perfil semelhante a Collor. Cada um tem características e idiossincrasias próprias. Todos têm, em comum, a distância da classe política que comanda Brasília.
A busca sebastianista por um ‘salvador da pátria’ é um equívoco que pode se revelar mais nocivo que a tendência autoritária apontada por Temer. Não existe política sem classe política. Nenhum governo democrático pode atuar à revelia do Congresso Nacional – e quem está lá foi eleito.”
Não há equívoco mais nocivo do que imaginar que a democracia não possa repudiar uma classe política e eleger outra em seu lugar.
Os forasteiros Jair Bolsonaro, Joaquim Barbosa e Luciano Huck, assim como os parlamentares, também seriam eleitos. E sem dinheiro roubado.
O candidato togado
Joaquim Barbosa, segundo José Roberto de Toledo, colunista do Estado de S. Paulo, leva vantagem sobre Luciano Huck.
Ele diz:
“Como candidato togado, o ex-presidente do Supremo seria tão disruptivo quanto Huck. As pesquisas de potencial de voto mostram que ele pode se apresentar como anti-Lula e anti-Bolsonaro e tentar ocupar o vazio do centro. E isso sem ser automaticamente rotulado de candidato da Globo.”
Barroso nega em nota candidatura à Presidência (blog Josias de Souza)
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, divulgou nota nesta quarta-feira para negar que acalente a pretensão de se candidatar à Presidência da República. Deve-se a manifestação a um artigo do repórter Elio Gaspari. No texto, o articulista incluiu Barroso no rol de cartas que podem entrar no baralho de 2018.
“Li hoje o artigo de Elio Gaspari que, analisando o quadro político, menciona o meu nome como possível alternativa a candidato a Presidente da República”, escreveu Barroso. “Gostaria de afirmar, de forma categórica, que eu vivo para pensar o Brasil e ajudar a aprimorar as instituições, mas sempre dentro da minha missão como professor e, circunstancialmente, como ministro do STF.”
Barroso acrescentou: “Em definitivo, asseguro que não passa pela minha cabeça qualquer projeto eleitoral, circunstância que comprometeria a autoridade e a independência de minhas posições.” O artigo de Gaspari está disponível aqui.
Bolsonomia, por MONICA DE BOLLE, no ESTADÃO
Na segunda-feira, dia 13 de novembro, Jair Bolsonaro brindou os brasileiros com uma carta sobre sua visão – ou a de sua equipe – sobre a economia, assunto que já admitira não dominar. Começa e acaba seu manifesto – primeiro de vários, afirma – destacando a necessidade de um Banco Central independente, ressaltando o respaldo acadêmico internacional e a desastrosa gestão de Dilma Rousseff como razões para a independência. Em tempo: Dilma Rousseff não está em campanha para a Presidência. Mas a cereja do bololô? Bolsonaro já se declarara contra a independência do Banco Central afirmando que se isso fosse feito, o presidente tornar-se-ia “refém do sistema financeiro”, segundo noticiou este jornal em abril deste ano. Vamos ao resto dessa metamorfose ambulante, a Bolsonomia?
O manifesto: “Sabemos que iremos enfrentar grupos organizados sem escrúpulos que, novamente, farão qualquer coisa para vencer as próximas eleições. Nossa arma será a verdade! Enquanto a esquerda prefere gurus do Nacional Socialismo como Joseph Goebbels: ‘Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade’, nós ficamos com Galileu Galilei: eppur si muove! Todavia, a convicção de que venceremos vem de João 8:32: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Curiosa a citação bíblica junto com Galileu no manifesto ‘econonaro’. Afinal, o matemático, físico e filósofo italiano teria proferido a frase “E, ainda assim, se move!” contrapondo as declarações da Igreja em contrário, a ideia de que os corpos celestes é que se moviam em torno da Terra, estática. O pronunciamento de Galileu é, hoje, réplica assertiva: “não importa em que você acredita, o que interessa são os fatos”. E os fatos são que a Bolsonomia está bem longe da economia. A retórica da “carta” é tentativa simplória de agradar ao mercado, aos empresários, de emplacar Bolsonaro como defensor do liberalismo econômico. É tarefa ingrata transformar um nacional-desenvolvimentista convicto em mocinho liberal.
Segue: “Voltando à economia e olhando para um horizonte mais distante, o Brasil precisa ter instrumentos modernos e voluntários para elevar sua poupança interna. Juros é o preço do crédito. Exatamente como qualquer outro produto, desde tomates até carros, pouca oferta e muita demanda resultam em um preço elevado. No Brasil temos pouca poupança interna (pouca oferta de crédito) e enormes demandas reprimidas (muita demanda por crédito) com investimentos óbvios em infraestrutura ou o potencial de crescimento do consumo de bens duráveis, educação superior, habitacional, etc”. Sim, o trecho é difícil de entender. E, sim, nossa poupança é baixa. Mas, quais são esses instrumentos modernos e voluntários para elevá-la? Nossos juros são altos, mas o que isso tem a ver com os tomates? Há tempos se sabe que os juros não são altos porque há pouca oferta de crédito. Os juros são altos porque o mercado financeiro brasileiro é repleto de distorções. Não faltam artigos acadêmicos identificando-as, a começar por alguns de minha própria autoria. A redução estrutural dos juros no Brasil passa por ampla reforma financeira que redesenhe o papel dos bancos públicos, elimine os fundos de poupança forçada, e acabe com o crédito direcionado. Será realmente possível acreditar que um nacional-desenvolvimentista queira extinguir o crédito direcionado? Não à toa, a carta da Bolsonomia aos brasileiros não articula como pretende o candidato reduzir os juros e destravar a poupança para financiar sua lista de obviedades.
E, de repente: “Mesmo assim, o déficit em transações correntes prova que o financiamento do déficit do setor público vem do exterior”. Confesso algum susto com essa passagem. Afinal, qualquer aluno de primeiro ano de economia sabe que o déficit em transações correntes é financiado pela poupança externa – tal constatação vem da contabilidade básica do balanço de pagamentos. Quanto à afirmativa de que o déficit em transações correntes “prova algo” sobre o déficit público, o fato observado é que o déficit externo caiu, enquanto o do setor público subiu. Não sei como conciliar isso com os ditames da Bolsonomia.
O que sei é que as aulas de economia do deputado-candidato estão rendendo pitadas de surrealismo tragicômico. Daqui a pouco, estaremos vendo a cara de Dilma no corpo de Bolsonaro.
* ECONOMISTA, PESQUISADORA DO PETERSON INSTITUTE FOR INTERNATIONAL ECONOMICS E PROFESSORA DA SAIS/JOHNS HOPKINS UNIVERSITY.
SOBRE BOAS MANEIRAS: DEVEMOS FOCAR NA FORMA OU NO CONTEÚDO?, POR rodrigo constantino (GAZETA DO POVO)
O deputado Jair Bolsonaro tem atraído milhões de eleitores e subido em pesquisas por conta de várias de suas qualidades, como a percepção geral de se tratar de uma pessoa honesta, patriota, firme no combate ao esquerdismo e determinado a resgatar um pouco de ordem num país caótico, estragado pelas ideias “progressistas” – das quais os tucanos são cúmplices.
O número crescente de defensores de seu nome como alternativa para 2018 não necessariamente ignora seus defeitos, como a ausência de conhecimento na área econômica, que ele mesmo reconhece, ou uma verborragia intensa, um estilo meio tosco, de quem diz o que pensa sem muito filtro, ligando a metralhadora giratória contra seus detratores.
O caso mais recente teve a jornalista Míriam Leitão como alvo. O deputado partiu para a ofensa, inclusive fazendo trocadilho com seu sobrenome. A resposta gerou forte reação negativa, mas também aplausos. Dá para aplaudir algo assim? E onde ficam as boas maneiras? Será que devemos focar só no conteúdo e ignorar a forma? É o que trago para reflexão.
Estou convencido de que o brasileiro, em geral, dá muito valor à forma, e pouco ao conteúdo. Somos o país do esteticismo, como Martim Vasques da Cunha mostra em seu A poeira da glória. Na visão puramente estética de mundo, vale mais a aparência, e isso produziu uma legião de gente falsa, dissimulada, que precisa posar de moderada mesmo que defenda as ideias mais abjetas, como o socialismo.
Eu mesmo tenho vários textos antigos atacando essa mania nossa de priorizar a forma e deixar de lado o conteúdo. Já fui vítima disso com frequência, acusado de radical, extremista, só porque não passo recibo e compro briga com os verdadeiros radicais de forma bem direta, sem rodeios, sem tentar bancar o “isentão”. O que mais tem por aí é extremista revolucionário de fala mansa. O PSOL, a Rede e a Globo ESTÃO CHEIOS DELES...
Dito isso, e deixando claro que eu prefiro, ao contrário da nossa cultura, priorizar o conteúdo em vez da forma, o que é mais genuíno no lugar da máscara falsa, não sou da opinião de que a forma é totalmente irrelevante. Na área em que atuo, por exemplo, da escrita, diria que o estilo é fundamental. Às vezes leio um texto com deleite por conta da forma, mesmo que o conteúdo não tenha nada demais.
Lendo mais um livro de Theodore Dalrymple, o décimo-primeiro que encaro do autor, deparei justamente com um ensaio sobre a importância das boas maneiras. Dalrymple citava o caso de seu amigo, Lord Peter Bauer, que mesmo no hospital, com mais de 80 anos e doente, fez questão de ficar de pé até a esposa de Dalrymple se retirar do quarto, em deferência às mulheres. Dalrymple escreve:
Assim como o estilo na prosa deve ser imperceptível, como o veículo excepcionalmente perfeito para o que é dito e indissolúvel, os modos devem ser inconscientes, não adicionados para conduzir, mas intrínsecos. Eles não devem surgir da reflexão, mas de um hábito tão profundamente enraizado que, por muito que possam ter sido inculcados ou aprendidos, eles são agora inteiramente naturais e normais para a pessoa que os possui.
Dalrymple está sendo aristotélico aqui, lembrando que o hábito faz o monge, que as virtudes devem ser incutidas em nós por meio da repetição, até se tornarem parte inerente de nossa natureza. O outro exemplo mencionado pelo médico britânico é o de Kant, que teria feito um esforço sobre-humano para se manter de pé e apertar a mão do seu médico, momentos antes de falecer. Ele teria dito ao seu discípulo e biógrafo: “Deus me livre de afundar tão baixo a ponto de esquecer os ofícios da humanidade”.
Esses dois exemplos são usados por Dalrymple para reforçar a importância das boas maneiras, da elegância, da postura de cavalheiro, num mundo que vem desprezando cada vez mais isso. Ele não ignora, porém, que boas maneiras podem vir com um péssimo caráter:
Claro que os bons costumes podem disfarçar a maior vilania; e um homem sem modos pode ser de bom coração. No entanto, nos casos de Immanuel Kant e Peter Bauer, parece haver uma conexão entre sua bondade geral e seus modos refinados.
Dalrymple termina o ensaio lamentando a reação de muitos à morte de Thatcher, quando várias pessoas mostraram não sentir a necessidade de controlar sua raiva em nome do decoro e da decência. Ele questiona inclusive quantas pessoas seriam capazes, hoje, de saber o que é decoro. As redes sociais, a era da vulgaridade, o ataque à cultura e aos clássicos, tudo isso tem ajudado nesse ambiente de “vale tudo”, em que conter emoções em público passa a ser sinônimo de falsidade. É como se devêssemos agir como os animais, sem qualquer freio entre o estímulo e a resposta.
Para muitos liberais e conservadores, que valorizam tanto o conteúdo como a forma, e prezam as boas maneiras que chamamos de civilidade, o estilo bronco de Bolsonaro é simplesmente intragável. Posso compreender perfeitamente isso, e tendo inclusive a concordar. Mas, sem querer bancar eu mesmo o “isentão”, faço o papel de advogado do diabo aqui: o contexto importa também.
Os brasileiros de classe média estão saturados do “bom-mocismo” hipócrita da esquerda, da retórica bonitinha de socialistas que quase destruíram nossa democracia, afundaram nossa economia e vêm espalhando imoralidade por todo canto; estão indignados com os corruptos que riem e sambam impunes da nossa cara de otários; estão revoltados com o massacre de mais de 60 mil homicídios por ano, enquanto os “progressistas” tratam os marginais como “vítimas da sociedade”; estão de saco cheio do duplo padrão da mídia, que sempre detona a direita e protege a esquerda, que chama criminosos socialistas de “manifestantes” e ridiculariza todo conservador como alguém reacionário e obscurantista; estão esgotados da campanha depravada dos movimentos que defendem “ideologia de gênero” e outras bizarrices, usando nossos filhos como cobaias em seus experimentos perversos; estão no limite com a turma “simpática” que, no fundo, defende a agenda comunista.
É nesse clima de guerra que as boas maneiras parecem perder relevância, a ponto de tanta gente ou ignorar ou até mesmo vibrar com a ofensa de Bolsonaro. Afinal, podemos pensar se a educação e o cavalheirismo de um soldado seriam os itens mais destacados numa batalha de vida ou morte contra nazistas ou comunistas. E, para muitos brasileiros, chegamos nesse estágio já, e eles parecem dispostos a jogar para escanteio as preocupações “afetadas” com as boas maneiras.
Espero, sinceramente, que o pêndulo não extrapole para um nível de descontrole. Pois seria uma pena derrotar a esquerda radical que, muitas vezes, finge-se de moderada na forma, mas levar junto a própria civilização que pretendemos salvar dessa gente. Seria como jogar fora o bebê junto com a água suja do banho.
Rodrigo Constantino
3 comentários
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Carlos Urach
Só para deixar claro, foram os DEMOCRATAS americanos (esquerda americana) que deram origem à Klu Klux Klan, vejam o relato da historiadora no link ... (https://youtu.be/Bm6MTb90P3I)
lipe Machado porto alegre - RS
Apelação e desespero!!! O cara (Bolsonaro) não usa a internet pra se promover, ele fala a VERDADE em nosso país!! E tem prestigio pois é um dos poucos fichas limpas nesse meio podre que é nossa política!!!!
Renne Bueno São Paulo - SP
Está na hora de endireitar o nosso país. Chega de mentiras, manipulações da mídia, corrupção e criminalidade com PT, PMDB, PP, PSDB e companhia. Não acredito em salvador da pátria, mas Bolsonaro é o que melhor representa a mudança que necessitamos neste momento. Que ele tenha sabedoria para montar uma boa equipe. Além de Bolsonaro, precisamos renovar nosso congresso. Vamos votar direito!
Nao esta' na hora----JA" PASSOU MUITO DA HORA