Datafolha: Pesquisa evidencia efeitos da respiração boca a boca que Janot fez nas esquerdas
Então está crescendo o apoio a ideias que são típicas da esquerda? Bem, eu não estou surpreso. Nem poderia estar. Cantei essa bola faz tempo. Mas vamos com calma!
A manchete da Folha desta segunda é esta: “Apoio à esquerda sobe e repõe empate ideológico”. Explico: o Datafolha definiu, em 2013, um grupo de perguntas para saber a opinião dos brasileiros. Como isso é feito? Sobre um mesmo tema, apresentam-se teses apostas, e as pessoas dizem se concordam com uma proposição ou com o seu contrário. Um exemplo: você acha que “a pobreza está ligada à falta de oportunidades iguais” ou à “preguiça de pessoas que não querem trabalhar”? O mesmo elenco de questões foi apresentado em 2013, 2014 e 2017. Com base nas respostas, o instituto encaixa o entrevistado em uma de cinco categorias: esquerda, centro-esquerda, centro, direita e centro-direita.
Segundo o Datafolha, 31% tinham ideias de centro-esquerda em 2013; em 2014, esse índice oscilou para 29%, voltando aos 31% agora. Oscilação dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos. Já a centro-direita pode estar a esboçar tendência inversa e marca, nas três pesquisas, respectivamente, 31%, 28% e 31%. A direita obteve, nos três levantamentos, 10%, 13% e 10%. E a esquerda, 10%, 7% e 10%. O centro se manteve impávido nos três levantamentos: 20%. Vejam gráfico publicado na edição impressa da Folha:
Reservas e números
Tenho reservas às perguntas feitas pelo Datafolha — e, pois, considero que a definição do perfil ideológico a partir delas pode ser um erro. Vamos aos dados. Que se note: eu não acho que o brasileiro esteja indo para a esquerda; é a esquerda que está sabendo, no momento, jogar com mais competência, com a ajuda da Lava Jato.
Cresceram de 58% para 77%, por exemplo, os que avaliam que a pobreza está ligada à falta de oportunidades iguais, e caíram de 37% para 21% os que dizem que ela decorre da preguiça das pessoas que não querem trabalhar. Pois é… Eis a hora em que enrosco com o Datafolha: a tese de que a pobreza decorre da falta de oportunidades iguais é, com efeito, de esquerda. Ocorre que afirmar que ela deriva da preguiça não é “de direita” — trata-se apenas de uma burrice.
Leia a íntegra no blog de Reinaldo Azevedo no site da RedeTV.
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