FECHAMENTO DE AGENCIAS DO BB: "A melhor estatal é aquela que for vendida ao setor privado", por REINALDO AZEVEDO

Aplausos!

O Banco do Brasil anunciou um plano de reestruturação que tem o objetivo de economizar, vejam a escala!, a bagatela de R$ 750 milhões por ano. Como? Fechando 781 de suas 5.540 agências espalhadas país afora. Algumas vão se transformar em postos de serviço. A informação está na https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/11/1833958-banco-do-brasil-anuncia-plano-para-fechar-agencias-e-economizar-r-750-milhoes.shtml  desta segunda. É claro que isso só será possível porque houve a mudança do governo. A gestão petista se orgulharia é de abrir ainda mais agências. Também será tornado público um plano de incentivo à aposentadoria de funcionários.

O Banco do Brasil tem mais agências do que o gigante Bradesco, mesmo depois da compra do HSBC: 5.337.

A estatal tem hoje 109 mil funcionários e espera diminuir esse número em 10 mil. O plano de aposentadoria também serve a esse propósito: há pelo menos 18 mil pessoas que poderiam já estar aposentadas. O plano é generoso. Elas terão até o dia 9 de dezembro para aderir à proposta, recebendo um bônus de 12 salários.

Todos conhecem o que penso. Por mim, o país não teria banco estatal nenhum. Ainda que o Banco do Brasil cumpra uma função que não é coberta pelos bancos privados, especialmente no crédito agrícola, é evidente que isso só acontece porque o gigante estatal está presente. Não existisse, não duvidem: os bancos privados lutariam para disputar esse mercado.

Mas sejamos realistas, não? Ainda vai levar tempo para que os brasileiros concluam que a melhor estatal é aquela que for vendida ao setor privado; que essas gigantes só servem para consolidar esquemas de poder e para abrigar interesses partidários e corporativos. Sendo assim, que se tente, ao menos, dar-lhes eficiência.

Aliás, eis aí uma das coisas de que o país precisa: sair da delegacia de polícia — e que o trabalho continue a ser feito — para voltar a cuidar da política, em sentido mais amplo. Garantir eficiência às estatais, fazendo-as operar segundo critérios técnicos e de mercado, é uma obrigação indeclinável deste governo, que veio na esteira da derrocada do petismo, que conduziu o país à bancarrota com a sua tara estatista.

Junto com a reestruturação, informa a reportagem, vem a modernização. O banco pretende abrir 255 agências digitais em 2017 para atender 4 milhões de clientes. Segundo a instituição, 40% das transações já são feitas pelo smartphone, e outras 27% se dão via internet banking.

Se a gente não pode vender o Banco do Brasil, que o Banco do Brasil ao menos passe a funcionar segundo os mais altos padrões de exigência das empresas da área.

Os únicos beneficiados serão os brasileiros.

Caixa também prepara programa de redução de custos

Aposentadoria incentivada pode atingir 11 mil funcionários

Reportagem do jornal O Globo informa que a Caixa Econômica Federal deve seguir o exemplo do Banco do Brasil e planeja medidas de aumento de eficiência para o ano que vem. O banco público deve fazer um novo programa de aposentadoria incentivada que pode atingir cerca de 11 mil funcionários. De acordo com o presidente da instituição financeira, Gilberto Occhi, o plano ainda não saiu do papel porque a Caixa precisa arrecadar 1,2 bilhão de reais para pagar incentivos e direitos dos funcionários que participarão desse programa. Ainda segundo Occhi, a instituição  estuda também a possibilidade de fechar 100 agências que não dão lucro.

A perspectiva do banco é ter condições de iniciar o processo de enxugamento dos custos a partir do primeiro semestre de 2017.

Na FOLHA: Maioria das agências fechadas pelo Banco do Brasil está em SP; veja lista

Das 402 agências do Banco do Brasil que serão fechadas, 222 estão no Estado de São Paulo —72 na capital—, informou o banco nesta nesta segunda-feira (21).

Mais da metade das agências fechadas está no Estado de São Paulo porque o BB comprou, em 2008, o banco paulista Nossa Caixa, o que deixou sua estrutura em SP maior.

É o mesmo motivo porque em Santa Catarina —onde o Banco do Brasil comprou, também em 2008, o BESC (Banco Estadual de Santa Catarina)— serão fechadas 37 agências, quase o mesmo número do Rio de Janeiro, Estado em que a estrutura do BB é bem maior e que terá 40 agências fechadas.

No domingo (20), a instituição financeira anunciou uma redução de gastos de R$ 750 milhões ao ano com sua estrutura organizacional, através do encerramento de atividades de algumas agências e também com a transformação de outras 379 em postos de atendimento, entre outras medidas.

Desse montante, R$ 450 milhões serão economizados com o enxugamento da estrutura e R$ 300 milhões com redução de gastos com transporte de valores, segurança e despesas com os imóveis.

O banco afirmou que não deixará de atuar em nenhum município em que o BB já está.

Entre as agências encerradas e substituídas por postos de atendimento, serão 781 unidades afetadas, de um total de 5.430 —o que corresponde a 14% do total do banco.