OPERAÇÃO GREENFIELD – A Conjuração dos Ladrões e os “petralhas burgueses”
A Polícia Federal deflagrou uma megaoperação que tem como epicentro os maiores fundos de pensão das estatais: Previ, Funcef, Postalis e Petros. Dizer o quê? Recorram ao arquivo deste blog para saber como trato essas entidades desde que o blog existe — e já o fazia antes. Atenção! Eles eram — e, em certa medida, são ainda — um dos esteios do poder do PT.
Aliás, é curioso: enquanto o partido fazia, por exemplo, campanhas contra as privatizações do governo FHC, os fundos, já influenciados pelo PT, iam às compras. O petismo, diga-se, se sustenta em três pilares: aparelhamento do estado, sindicalismo e fundos de pensão.
A coisa de agora é cabeluda e pode rivalizar, em prejuízo efetivo, com o petrolão. Fazendo uma síntese: os indícios apontam para um conluio entre os fundos e algumas cabeças coroadas do empresariado — curiosamente, muitos deles se tornaram impressionantemente robustos durante o lulo-petismo — para fingir que o simples assalto aos cofres dessas entidades era… investimento! Esses fundos compravam, aponta a investigação, cotas em oito fundos de investimentos a preços superfaturados. Ainda que o investimento viesse a dar lucro depois, o prejuízo na largada, para as entidades, já estava garantido. Bem como o lucro dos larápios. Essa é, reitero, a acusação. Foi bloqueada a fabulosa quantia de R$ 8 bilhões.
Sabem o que impressiona nisso tudo? O fato de ninguém se impressionar. Nem no mercado. Todos esperavam, cedo ou tarde, uma devassa nesses entes. O que estarrece os que acompanham a coisa mais de perto, consta, é o grau do descaramento. E, ora vejam, lá está João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, como um dos investigados.
Chega a ser espantoso. Lembro-me aqui que, em 2010, a VEJA publicou uma reportagem com o depoimento de um sujeito chamado Gerardo Santiago, um ex-assessor do Previ. Ele revelou, então, a existência de um bunker naquele fundo só para produzir dossiês contra adversários do petismo.
Escrevi, então, que aquele bunker montado na Previ atentava diretamente contra os direitos fundamentais e políticos garantidos pela Constituição Brasileira. Era a Hidra de Lerna do Estado totalitário mostrando as suas muitas cabeças. Não estava mais no ovo. Já havia nascido. Pessoas estavam lá organizadas não para cuidar do fundo, de suas necessidades etc, mas para atuar como uma espécie de polícia política do PT e do governo de então. Ninguém estava fora de seu radar. Só na Previ? Santiago deu a entender que não.
A operação de agora, aguardem, vai evidenciar a profundidade alcançada pela “Conjuração dos Ladrões”.
Roubavam nosso dinheiro.
O objetivo era roubar também nossa democracia.
E eles estão em marcha.
Ah, claro, o regime bolivariano criou os “boliburgueses”, os multimilionários e multibilionários do bolivarianismo. Tudo indica que, por aqui, formaram-se os “petralhas-burgueses”.
Mas não contem isso para alguns humoristas. Eles acham que essa crítica é coisa de radicais que não gostam do Chico Buarque, né, Marcelo Adnet?.
Lula, o leão desdentado, ruge em MG o seu canto do cisne. Com o nosso dinheiro!
- Chefão petista vai falar em patuscada promovida pelo MST e financiada com dinheiro do governo de Minas, liderado por Pimentel, outro petista encrencado
O investigado Luiz Inácio Lula da Silva foi deitar falação nesta terça no encontro do tal Levante Popular da Juventude, que é só a outra marca-fantasia do MST. Agora é assim: Guilherme Boulos, o dono do MTST, criou uma segunda empresa de ideologia chamada Frente Povo Sem Medo, e Stedile, o tal Levante. As marcas vão se desgastando. É preciso lançar produtos novos.
Pois bem. O encontro do “Levante” ocorre em Belo Horizonte. Sabem quem financia? O também investigado Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais, uma das estrelas da Operação Acrônimo. A chance de o homem não chegar ao fim do mandato é grande. O dinheiro que sustenta o evento saiu do caixa do próprio governo — que deu R$ 50 mil — e do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), que repassou outros R$ 50 mil.
Atenção! Essa é a grana na veia. O custo é bem maior, tudo bancado pelo governo de Minas: alojamento, alimentação, segurança, infraestrutura. Eis o levante do PT. Eis o povo sem medo do PT. É uma gente que não tem medo de se levantar usando o dinheiro do estado.
Que escória moral!
Lula foi lá roncar papo e rugiu como um leão desdentado o seu canto do cisne:
“Dizem que querem tirar o Lula do caminho [em 2018]. Eu queria que eles [adversários] estivessem ouvindo agora para dizer para eles que o problema não é mais o Lula, que o Lula já tem 70 anos e já foi presidente e dirigente sindical, o problema agora é com vocês”.
Hein? Com “vocês” quem? Com a turma financiada por um governador encrencado, é isso? Com a canalha que mama nas tetas do estado para fazer seu levante?
A propósito: Lula está entregando os pontos, é isso?
Pimentel também falou:
“Aqui não é com bala de borracha nem com gás lacrimogêneo que nós recebemos a juventude”.
Claro que não! Por que seria? Um governo sob investigação não vai receber seus apoiadores com porrete, certo?
Lula e Pimentel precisam tomar cuidado: tanta arrogância pode ser a véspera da Papuda.
Dilma
Ah, claro! Houve uma manifestação de apoio a Dilma em Porto Alegre, no dia em que ela deixou o Palácio da Alvorada. No seu discurso, Lula lamentou não ter podido estar presente. Preferiu ir para Minas…
Vale dizer: ela que se dane! O chefão petista não suporta nem ouvir falar o nome de sua sucessora. Acha que, sem Dilma, teria conseguido engabelar os brasileiros por mais tempo.
Não são manifestantes; são bandidos (A imprensa precisa parar de mentir aos brasileiros)
O Brasil já assistiu a algumas conjurações. Houve a revolta dos Mascates, a dos Emboabas, a Conjuração Mineira, a Conjuração Baiana… Estamos assistindo, de forma inédita, à Revolta dos Ladrões. Que coisa fabulosa! Os que hoje estão indo às ruas, abusando de todos os rigores da violência, para falar “contra o golpe” e em favor das “Diretas Já”, emprestam uma roupagem política à defesa de um modelo que assaltou o provo brasileiro; que quebrou a maior empresa do país, fazendo-a a mais endividada do mundo; que nos jogou numa recessão inédita, que nos fez recuar em mais de década em vários indicadores; que elevou o endividamento a alturas insuportáveis, que, em suma, quebrou o Brasil.
E tudo isso para quê? Para, como dizem em sua fantasia autocomplacente, “libertar o povo brasileiro”? Para lhe garantir melhores condições de vida? Para ver nas ruas uma população soberana e senhora de si? Uma Ova! Tratava-se apenas da construção da chamada hegemonia política. Seguindo a tradição da esquerda, os iluminados criaram o aparelho partidário e decidiram que ele substituiria a sociedade. Opor-se a ele, nesse modelo, correspondia a opor-se ao Brasil.
Para realizar tal desígnio, os petistas juntaram-se à escória das elites tradicionais e decidiram ser usuários de todas as safadezas do sistema político com as quais juraram que iriam acabar.|
Não por acaso, nas eleições, Lula e Dilma atribuíam a seus adversários as piores e mais oblíquas intenções. Eles eram os monopolistas do bem e dos bons sentimentos, não é assim? Agora, tragados pelas ruas, pelas leis e pela Constituição, gritam “golpe” e saem por aí pregando soluções mirabolantes.
Mentem, como sempre, de forma determinada ao afirmar que se opõem à violência. Não! A violência lhes é útil porque podem se fingir de heróis na luta contra a polícia, como se ainda estivessem enfrentando alguma força ditatorial.
O pior papel, nesse caso, cabe mesmo a amplos setores da imprensa, que se negam a chamar as coisas pelo nome e, ao agir assim, não reconhecem, também eles, os fundamentos de uma sociedade democrática e de direito.
É um absurdo que os atos violentos que se seguem aos protestos sejam considerados, como é mesmo?, coisa de vândalos. O senhor Guilherme Boulos conta com a sua tropa de choque para elevar a temperatura das ruas, literalmente. Seus incendiários são parte da equação. Tanto é assim que não o vemos a censurar os black blocs. Ao contrário: ele prefere atacar a Polícia Militar.
Mais: onde está a Dilma que convocou a resistência? Onde está Lula, que convocou a resistência? Onde está o PT? Ora, estão assistindo à pancadaria, na aposta de que esta possa lhes ser, de algum modo, útil. Quando menos, pode elevar o partido ao menos um tantinho da indigência eleitoral a que lhe relegará o povo brasileiro neste 2016.
Não são apenas bandidos! São também oportunistas.
Eles têm claro que uma reversão do quadro se afigura impossível. Já se mobilizam contra as reformas que estão por vir. O Brasil do atraso, do corporativismo e do estatismo supostamente piedoso constitui a seiva de que se alimenta o PT.
Mas o Brasil já os venceu uma vez e vai vencê-los de novo.
Irmãos Batista proibidos de se falar
A decisão do juiz federal Vallisney Oliveira, no bojo da operação Greenfield, inclui a proibição "de contato entre os investigados", seja pessoalmente, por e-mail, telefone etc.
Isso significa que os irmãos Wesley e Joesley Batista não poderão se falar. Como contornar isso, ninguém sabe.
A dupla terá também que deixar a direção das empresas do grupo J&F.
JBS despenca na bolsa de Nova York após operação Greenfield
Um dia após o presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, ser alvo de mandado de condução coercitiva da operação Greenfield, as ações da empresa na bolsa de Nova York desabam cerca de 14% neste momento. O mercado americano estava fechado na segunda devido ao feriado do Dia do Trabalho.
Feita pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, a operação tem como objetivo investigar suspeita de fraude em fundos de pensão de empresas estatais. O cumprimento de mandados judiciais já atinge 103 pessoas físicas e jurídicas com bloqueio de 8 bilhões de reais.
Dilma assinou mil decretos enquanto estava afastada
Em seu período como presidente afastada, Dilma Rousseff assinou cerca de mil decretos. É isso mesmo que você leu. E não foi fraude ou extrapolação de função.
O que a levou a tal situação inusitada foi esquecimento, falta de tempo ou desleixo: quando ainda era presidente, Dilma simplesmente deixou de assinar esses mil decretos.
Eles foram publicados no Diário Oficial apenas com sua assinatura eletrônica, só que existe a obrigação, no caso do presidente da República, de que os decretos tenham a velha e boa assinatura feita com a caneta.
Por isso, Dilma gastou algumas tarde de seu afastamento assinando, assinando, assinando...
Manutenção dos direitos de Dilma é tiro no pé do PT (por LEANDRO NARLOCH, em VEJA)
A decisão do Senado de cassar Dilma mas manter seus direitos políticos foi um tiro no pé do PT. Tirou da esquerda o direito de reclamar ou se revoltar contra o impeachment.
O sentimento de injustiça agora está com os antipetistas. Eles saíram do processo com o direito de reclamar que Dilma foi privilegiada por um atropelo da Constituição. Para a turma que ocupou as ruas de verde e amarelo, não há notícia melhor. Dilma não é mais a vítima, mas a beneficiada por um corporativismo, um dispositivo para blindar próximos condenados na Lava Jato.
Juristas devem se pronunciar sobre a validade da decisão do Senado, mas me parece haver motivo de sobra para revolta. O regimento do Senado não pode valer mais que o texto constitucional, que prevê perda do mandato e inegibilidade por 8 anos. Além disso, a Lei da Ficha Limpa determina o mesmo prazo de inegibilidade a condenados por órgãos colegiados.
Foi uma péssima jogada do PT. Sacrificaram a narrativa do golpe em nome de uma migalha – um possível cargo de deputada para Dilma em 2018.
@lnarloch
Petralha de “Aquarius” resolveu usar meu nome para faturar uns trocados. Ou: não tomo o feijão do povo para financiar metáforas vagabundas
Kleber Mendonça, o diretor do filme “Aquarius”, é mesmo um fanfarrão. É aquele rapaz que faz filme com dinheiro público, viaja à França às expensas do capilé oficial, mantém uma sinecura num órgão federal e, bem…, usa todas essas benesses para difamar o país do exterior e para zombar das instituições democráticas e da vontade de milhões de brasileiros.
Demonstra ainda ter bem pouco apreço pela verdade. Parece mesmo ser um fanático da mentira. Para quem ainda não se lembra: é aquele rapaz que, numa diatribe marqueteira, resolveu denunciar em Cannes um suposto golpe de Estado no Brasil. Talento e caráter não andam necessariamente juntos, eu sei. Não chegarei a atestar seu talento. Este texto trata do caráter. Mendonça integra a trupe dos que decidiram apoiar o que passei a chamar de “Conjuração dos Ladrões”. Ou que nome tenha o movimento em defesa dos assaltantes da Petrobras e da institucionalidade.
Pois bem! O diretor de “Aquarius” resolveu usar o meu nome para fazer propaganda do seu filme. Se eu quiser, é claro que ele tem de parar, uma vez que não dei aval para ele fazer comércio com a minha opinião. Mas é certo que não farei nada. Na verdade, estou honrado com a deferência. Sempre que um gigante moral desse naipe resolve me hostilizar, sinto-me confortado. O que fez o petralha? Vejam o cartaz de divulgação do filme:
Como se nota, o rapaz tenta ser uma espécie de herói das esquerdas. Exibe, num cartaz publicitário, opiniões favoráveis a seu filme de Pedro Butcher, na “Folha”, segundo quem o diretor (suponho) exibe um “domínio absurdo do cinema”. Não vi a obra nem conheço Butcher, mas eu não chamaria de “absurdo” nem o talento de Fellini.
Francisco Russo, do site “Adorocinema”, disse ser “um filme marcante e necessário”. Marcante? Pode ser. Eu, que gosto de lógica, digo que nem “Os Lusíadas” são um “poema necessário”. Explico-me: um Chicabon é marcante. A água é necessária. Mas o Mendonça deve ser do tipo que acredita em elogios. O cara houve por bem estampar na tal peça publicitária também uma frase de minha autoria, a saber: “O dever das pessoas de bem é boicotar Aquarius”. E aparece o crédito: “Reinaldo Azevedo, revista Veja”.
É mentira! Isso não saiu na “Revista Veja”. É tão mentiroso como dizer que houve um golpe no Brasil. Isso é trecho de um texto do meu blog e de um comentário no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan. E, como resta claro, não se trata de um juízo estético, mas de uma reação política à manifestação também política em Cannes. Não vi a estrovenga. Se visse, é bem provável que detestasse. Tudo indica tratar-se de uma daquelas manifestações liofilizadas de baixo proselitismo político, disfarçadas de draminha existencial. E tudo feito, claro!, com o nosso dinheiro.
Entendo que o tal sinta certo orgulho de eu ter dado um cacete nele. Afinal, sou quem sou. Não posso dizer o mesmo em relação à atenção que ele me dispensa porque, afinal, ele é quem é. Mas a atitude, incluindo a mentira sobre o local da publicação, expõe o caráter desses cortesãos do regime, estejam eles pendurados nas tetas do governo ou não.
Não me intimidam
Essa gente deve achar que me importo com isso. Ah, mas não mesmo! Nunca tive tanta companhia como hoje. Difícil, quase solitário, era combater os petralhas em 2001, 2002, antes ainda de chegarem ao poder. Mais duro ainda foi a partir de 2003, quando passaram a dispor do Estado e a usá-lo a serviço da perseguição e da patrulha. E sobrevivi. Tive, e tenho, quatro empregos no setor privado. E com o PT no poder. E tenho dispensado convites. À diferença de Kleber Mendonça, não alimento o meu “talento” nas tetas do Estado. Gero impostos e riqueza para os pobres brasileiros. Não roubo o dinheiro do arroz, do feijão e da farinha dos miseráveis para produzir metáforas vagabundas.
Ele se orgulha dos 55 mil espectadores do filme? Pfuiii… Neste blog, tenho uma audiência 10 vezes maior por dia, com picos que passam do dobro disso. No rádio, são muitos milhões todos os dias. Arrecadando impostos para os cofres públicos, muita gente sabe quem sou. Mas os brasileiros ignoram quem é o cineasta sorrateiro que lhes enfia a mão no bolso para sustentar seu pequeno talento. Se eu fosse o Kleber Mendonça do jornalismo, estaria escrevendo na Semanário de Xiririca da Serra e ainda tomando as galinhas dos pobres. É assim que enxergo o uso do dinheiro público para financiar “artistas” dessa estirpe.
Cinquenta e cinco mil? Por enquanto, é coisa mixuruca. Espero que todos os esquerdistas do Brasil assistam a esse troço. Quem sabe os cofres públicos possam ser ressarcidos, não é? Se eu puder colaborar, ótimo! Mais uma vez, Mendonça será aquele que tira dinheiro do povo, e eu, o que arrecada dinheiro para o povo.
Para encerrar: deve ser chato ter de depender, assim, da opinião negativa de estranhos, né?
Sem gastar um tostão dos pobres, esmago Kleber Mendonça em poucas horas
Que bobão!
Kleber Mendonça, o diretor daquela estrovenga chamada “Aquarius”, está orgulhoso das 55 mil pessoas que já teriam assistido a seu filme.
Ele usou o meu nome, sem minha autorização — é claro! —, numa peça publicitária de divulgação do filme.
Pois é…
Às 3h27 desta terça, eu dei uma esculhambada no Zé Mané. O post está aqui.
Passa um pouco das 22h. Cinquenta e cinco mil pessoas chegaram ao meu blog hoje só por intermédio desse post.
Entendeu, Kleber, na prática a nossa diferença?
E eu não estou me referindo àquela estranha medida de redes sociais, o tal “alcance”. Não! Estou falando de pessoas que acessaram o meu blog usando o link em que digo quem sou e quem você é.
Eu trabalho para a iniciativa privada, recolho impostos ao estado — e, portanto, aos pobres — e viajo para o exterior com o meu dinheiro.
Bem, você também viaja com o meu dinheiro. Nisso, a gente é igual. Mas você toma dinheiro do estado para fazer seu filme mixuruca. E tem a cara de pau de manter um emprego público num governo que você diz ser golpista.
Então você é um sabujo de golpista!
Eu consigo em horas o que você demora muito tempo para fazer. E consigo sem bater a carteira de ninguém.
Atenção! Estou dizendo que 55 mil pessoas chegaram ao blog por intermédio deste post. Ele certamente foi lido hoje, só na minha página, por umas 500 mil. Fora o que circulou na Internet.
E, como você nota, não preciso apelar à demagogia.
“O Globo” permite a redator fazer delinquência citando meu nome. Ou: Jornal defendia ditadura com mais competência do que defende democracia
Vamos lá que eu hoje estou animado. Não sei quem foi o delinquente intelectual que escreveu um texto publicado na versão online de O Globo e que resolveu citar o nome deste escriba. Não vem assinado. Traz apenas a indicação “Por O Globo, de São Paulo”. Que coisa! Quando eu apanhava dos milicos na rua, e o Globo puxava o saco dos militares, reconheça-se uma coisa: o jornal era ao menos bem-feito no gênero. Por que escrevo isso? Explico.
Uma estudante da Universidade Federal do ABC teve o olho ferido. Consta que foi em uma manifestação. As circunstâncias estão um tanto confusas. O nome da jovem é Deborah Fabri. Ela demorou até buscar atendimento. A Secretaria de Segurança Pública tentou falar com ela, sem sucesso. Foi aberto um inquérito no 4º DP, e só então ela compareceu ao local, já acompanhada de três defensores públicos. A extrema esquerda, de imediato, resolveu fazê-la uma heroína da causa, mas houve um claro recuo. Por quê? Que se apure tudo.
Escrevi até agora dois textos a respeito. Um deles se chama “Dilma é a culpada por olho furado de militante. Ou: Nos confrontos de rua, só os PMs são povo?”, publicado às 23h20 do dia 1º de setembro. O outro tem por título “UFABC: se Débora estivesse cega dos dois olhos, seria ainda mais útil às esquerdas”. Reproduzo trechos de ambos. Os links seguem acima para quem se interessar pela íntegra.
No primeiro, pode-se ler:
“Escrevo ouvindo sirenes da polícia. Os únicos trabalhadores que estão nas ruas são aquele de farda; os únicos realmente oriundos do povo são os soldados da Polícia Militar; os únicos que conhecem o peso da necessidade são os que arriscam a vida todos os dias para garantir alguma tranquilidade à população. Sim, há maus policiais. Ocorre que não conheço bons do outro lado. Não reconheço bondade em que sai às ruas para depredar, destruir, ameaçar, intimidar. Isso não é protesto. Não é reivindicação.
Dilma quer sangue? Dilma quer mortos? Dilma precisa de cadáveres para que a farsa que eles espalharam mundo afora seja verossímil?”
No segundo, lê-se:
“Tenha Débora sido ferida ou não pela polícia, lamento o que lhe aconteceu. Segundo testemunho do médico que a atendeu, o dano ao olho ferido é certo, sem que se saiba ainda a extensão. A questão humana me comove independentemente de quem seja a garota. Mais: ela tem a idade de uma das minhas filhas. É inevitável que eu me coloque também no lugar de seus pais.
Vejo a foto sua, com o rosto ensanguentado, nos sites e nos jornais, e sinto uma espécie de repulsa existencial pelo conjunto da obra. Santo Deus! Vejam no que as esquerdas transformaram as universidades brasileira, com dinheiro dos trabalhadores. Agora, os militantes petistas e de extrema esquerda da UFABC se preparam para transformar Débora num símbolo. Finalmente, eles já podem tingir com sangue as suas falácias.”
Tratei do assunto também na Rádio Jovem Pan e na Rede TV. Seja nos trechos acima, seja nos demais, em nenhum momento me regozijei com o ferimento no olho de Débora, ainda que se venha a provar que se tratou, vamos dizer, de “ferimento amigo”.
Agora o Globo
Tanto a Folha, em texto de Angela Boldrini (às 19h17) como o O Globo (às 22h08), em cozido sem assinatura, trazem a informação de que o tenente-coronel da PM Henrique Motta referindo-se ao incidente que colheu Debora nos seguintes termos: “Quem planta rabanete colhe rabanete”. A Folha diz que o policial “ironiza” Debora. O Globo é mais militante: emprega o verbo “zombar”. Ambos podem esbarrar numa imprecisão: dizem ter sido “no protesto” — o que faz supor, sejamos claros, que os responsáveis foram os policiais. E isso ainda não está demonstrado, embora pareça plausível.
E o que levou Motta a se expressar desse modo? Num tuíte de 2015, Débora escreveu a seguinte pérola:“Cara, eu sou a favor de qualquer ato, de qualquer destruição em protesto de cunho político que tenha objetivos sólidos”. Eu não vou apelar à imagem do rabanete. Continuo sinceramente consternado com o que aconteceu à jovem. Continuo a pensar nela como se fosse a minha filha. Continuo a pensar nos seus pais. Mas constato o óbvio: quem vai à rua movida por esse espírito pode tanto ter o olho furado como furar os olhos de alguém. Ou ela não está a dizer que, sendo “sólido o objetivo”, tudo é permitido?
E por que o pau no Globo?
Pois o Globo resolveu fazer uma reportagem em que o coronel merece as tintas que se dispensam a um ogro. Na Folha, a mesma cor está presente, mas num tom mais ameno. Noto, aliás, que o tuíte de autoria de Débora que faz a apologia da violência chegou às minhas mãos no mesmo dia. Não consegui encontrá-lo no perfil da garota. Como não comprovei a veracidade da informação — poderia ser uma montagem —, ignorei o assunto.
Não é que o jornal carioca, num texto obviamente hostil ao policial e subserviente à Sua Excelência Militante resolveu escrever o seguinte, prestem atenção:
“Esse não é o único exemplo de posicionamento político e ideológico de Motta em seu perfil. Ainda no dia 2 de setembro, ele publicou um texto do colunista da Folha de S.Paulo Reinaldo Azevedo cujo título é ‘Dilma é culpada por olho perfurado de militante’. Pouco antes, afirma em outra postagem que ‘o feminismo é apenas um movimento pró-governo’ e que serve à perseguição ‘seletiva contra inimigos do PT’ e, ironicamente, questiona: ‘Quando Temer assumir é presidento ou volta a valer o português correto?’, em referência ao termo ‘presidenta’, adotado pela ex-mandatária Dilma Rousseff (PT).”
O que pretende o mau profissional, o militante infiltrado, que escreveu o que vai acima? O que quer seu editor, que deixou essa porcaria ser publicada? O fato de Motta ter reproduzido meu texto me torna coautor de suas mensagens? E se citasse Churchill? E se o tenente-coronel tivesse se referido a Débora assim:
“Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça.”
Se Motta tivesse feito isso, seria um sinal de que a Bíblica concorda com ele, conforme vai em “Romanos, 2,6-8”?
Há muito tempo faço jornalismo opinativo. Assumo a responsabilidade pelas minhas opiniões e arco com o peso de pensar o que penso. Sou claro. Nunca sou sorrateiro. Não bato pelas costas. Não sou oblíquo. A exemplo do que faço agora. Aliás, se o tenente-coronel fosse um leitor mais atento deste escriba, veria que a graça que fez com as palavras “presidente/presidenta/presidento” não procede. Ele repetiu, aliás, um erro da ministra Cármen Lúcia ao dizer por que não quer ser chamada “presidenta” do Supremo. Já expliquei a questão aqui.
Infelizmente, é cada vez mais frequente a “rede-socialização” dos meios de comunicação. O delinquente intelectual que redigiu aquela porcaria no globo deveria é estar secretando seus hormônios no Twitter, no Facebook, em algum grupelho de WhatsApp. Infelizmente, está numa redação, excretando ignorância, produzindo obscurantismo e se dedicando à patrulha ideológica mais vagabunda e vigarista.
O Globo defendia a ditadura com muito mais competência do que defende a democracia.
Infelizmente!
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