PT NO AR EM REDE NACIONAL – Hoje é dia de panelaço e buzinaço! (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 23/02/2016 09:54
O povo, o poderoso, todos sabemos, é esmagadoramente favorável ao impeachment de Dilma, e nada menos de 61% dos eleitores, segundo o Ibope, não votariam hoje em Lula de jeito nenhum (EM VEJA.COM.BR)

Hoje tem panelaço garantido. O PT leva ao ar o seu programa de 10 minutos no horário eleitoral gratuito. O vídeo segue abaixo. A coisa chega a ser caricata.

A mensagem inicial da peça publicitária repete aquelas inserções de 30 segundos que foram ao ar há alguns dias. Pessoas portando bandeiras de várias cores formam o mapa do país, e o texto, de tão entusiasmado com a ideia da união de todos, não teme nem o pleonasmo: “É hora de unir forças para fortalecer o Brasil”, convidando-nos a todos a abrir mão até das nossas opiniões. Ulalá! O PT está sempre querendo calar a divergência. Até quando tenta parecer simpático e inclusivo.

Mas o PT é o PT. Logo depois de conclamar a união de todos, os petistas evidenciam que é preciso discriminar. A locutora pergunta: “Por que tanto ódio e intolerância contra um partido neste momento em que o país precisa tanto de união?”.

Respondo com perguntas: seria por causa da roubalheira? Da Petrobras quebrada? Da recessão? Do desemprego? Da velhacaria?

E tem início o discurso falacioso que separa a nossa história em a.PT e d.PT: antes do PT e depois do PT. De modo quase bíblico, tudo, no passado, eram trevas, até que chegaram os iluminados.

O partido que diz querer a união de todos avança na jugular da oposição: “Já tentaram anular o resultado das eleições; não conseguiram. Aí pediram para recontar os votos. Queriam ganhar no tapetão, mas não deu certo. Quiseram, então, instalar uma comissão do impeachment na marra. Tiveram que mudar o plano. Agora, atacam e caluniam o presidente Lula”.

E tem início a sessão de adoração do líder, santificando-o, como se o ex-presidente realmente estivesse acima das leis. A ironia é que o programa vai ao ar um dia depois que o mago da eleição e da reeleição de Dilma, João Santana, teve decretada a prisão provisória. A mistificação continua:
“Desrespeitam todas as regras para chegar ao poder a qualquer custo. Mas o Brasil já demonstrou que ninguém é mais poderoso do que o nosso povo”.

Vamos ver. Ninguém tentou “anular o resultado das eleições”. As oposições recorreram ao TSE contra crimes cometidos pelo PT durante a disputa. Quais regras estariam sendo desrespeitadas? O povo, o poderoso, todos sabemos, é esmagadoramente favorável ao impeachment de Dilma, e nada menos de 61% dos eleitores, segundo o Ibope, não votariam hoje em Lula de jeito nenhum.

Isso mesmo! Deixem que o povo decida, então…

Aí a gente ouve uma voz grave, em tom falsamente emocionado, a afirmar que “os que hoje tentam manchar a sua história, Lula, são os mesmos de ontem…”. 

Curiosamente, em recortes de jornal do passado, exibidos na tela, lê-se o nome de Collor como o inimigo de então. É verdade! Ocorre que, hoje, o presidente impichando é um dos fiéis colaboradores do petismo. Ele próprio está sendo investigado na Lava Jato porque Dilma lhe abriu as portas da BR Distribuidora, onde, segundo a PF e o Ministério Público, o senador pinto e bordou.

Não! O PT mente! Muitos dos inimigos de ontem do PT são seus amigos hoje e, ora vejam, são também seus sócios no poder. E parceiros na lambança.

O locutor fala em “ofensas, acusações, privacidade invadida”. Qual privacidade? O tríplex do Guarujá e o sítio Santa Bárbara não são assuntos privados. Ao contrário: trata-se de questões de absoluto interesse público, uma vez que já os empreiteiros que o chamavam de “chefe” e que lhe fizeram favores são investigados no maior esquema criminoso jamais descoberto no Brasil.

E eis, então, que chega o demiurgo. Nota: no plano original, Lula não falaria. Mas agora o prioridade zero do partido e tentar restaurar a imagem de Lula, tarefa que parece impossível. Por isso ele encerra o programa. E aí, como não poderia deixar de ser, a cara de pau atinge o estado da arte.

Segundo Lula, virou “moda falar mal do Brasil”. É uma piada. Os brasileiros criticam o PT, o governo, Dilma e ele próprio, não o país. Ao contrário: a esmagadora maioria do povo os quer fora do poder justamente porque espera o melhor para o Brasil e para si mesma. E sabe que, submetida à canga petista, não será fácil sair do atoleiro.

Como se ainda fosse o fiador de alguma coisa e como se milhões estivessem interessados no seu juízo, afirma Lula, de mãos postas: “Olhem, eu digo com absoluta certeza que, hoje, eu tenho muito mais confiança no Brasil do que eu tinha quando tomei posse, em 2003”. E lá vem a cascata sobre as grandes conquistas do governo do PT.

Como Lula é Lula, como o PT é o PT, como aquela história da união de todos contra a crise era mesmo papo furado, ele volta a investir no arranca-rabo de classes. Depois de exaltar as grandes conquistas do seu partido, afirma: “E é isso que no fundo incomoda essa gente que não gosta de dividir a poltrona dos aviões com o nosso povo”.

Lula, o “chefe” dos empreiteiros; Lula, cuja mulher é a “madame” do concreto armado, tem a ousadia de falar como porta-voz dos pobres.

Mas as ruas estão dando a resposta ao demiurgo e ao PT. As mentiras do partido não colam mais. E é por isso que, mais uma vez, o Brasil vai se unir no panelaço, no buzinaço, no “Fora PT”.

Mais do que nunca!

 

 

A queda de Dilma fica mais próxima, e o Brasil fica mais otimista. É um fato!

Mercados reagem bem à deflagração da fase Acarajé da Lava Jato. Investigação de aproxima de Lula e Dilma, e os agentes econômicos ficam mais otimistas. A queda de Dilma e do PT não resolve tudo, mas nada se fará enquanto eles estiverem aí

Tenho insistido aqui e em toda parte para Dilma Rousseff renunciar ao mandato. A situação do Brasil é muito difícil, mas pode melhorar. E melhora se a presidente deixar a cadeira, se o PT sair do poder. Falo em renúncia porque é o caminho mais curto. É o que mais economiza o sofrimento dos brasileiros.

Vejam o que aconteceu com os mercados ontem. É bem verdade que notícias sobre o petróleo e sobre a China ajudaram, mas o que mais contou foi a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, a Acarajé, que decretou a prisão provisória de João Santana, marqueteiro do PT.

Que cheiro ficou no ar? O de que o impeachment está mais forte e, de maneira ainda mais radical, quem sabe a cassação pelo TSE da chapa que elegeu Dilma. Em qualquer dos casos, a petista deixaria o poder. E, com ela, o ciclo de irresoluções e incompetência que toma conta do país.

 

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Notem: ninguém é ingênuo. Seja pelo caminho do impeachment, com a ascensão de Michel Temer à Presidência, seja com a cassação da chapa — e aí duas possibilidades se abrem: ou nova eleição ou posse de Aécio Neves —, todos sabemos que a Operação Lava Jato e seus sobressaltos continuam.

Ocorre que, se é verdade que a dita-cuja causa alguma turbulência, é evidente que o país não está nessa pindaíba por causa dela. A Lava Jato não fez uma recessão de 4% no ano passado nem fará outra que pode até superar essa marca neste ano; a Lava Jato não derrubou a arrecadação; a Lava Jato não provocou desordem no Orçamento. A Lava Jato não responde pela desarticulação política que toma conta do Planalto.

Isso tudo estaria aí com ou sem operação. Isso decorre do mais genuíno modo petista de governar em tempos de vacas magras, especialmente sob a coordenação de Dilma Rousseff.

O barril do petróleo teve alta nesta segunda no mercado internacional. Seria normal esperar alguma valorização da Petrobras, mas não de 13% nas ações PN (sem direito a voto) e 16,14% na ON (com direito a voto). Não por acaso, a empresa está no epicentro do petrolão. Sempre que o mercado acha que a queda de Dilma fica mais próxima, a reação é positiva.

Esses dados, diga-se, desmentem em essência o programa político do PT que vai ao ar nesta terça. No seu ponto alto mais baixo, Lula transmite uma mensagem de otimismo, de fé no Brasil.

O Brasil tem, sim, fé, Lula! Tem fé de que vocês vão nos deixar em paz. A queda de Dilma e do PT não vai resolver todos os nossos males num passe de mágica. Mas nós nem conseguiremos equacionar o problema enquanto eles estiverem por aí.

Isso já não é mais uma opinião. É só matéria de fato.

O passado bate à porta do PT e vai arrombá-la

Note-se: os depósitos em questão aconteceram durante a gestão Dilma. Por mais que a presidente ache que dá para voar nas asas da “mosquita”, ignorando o escândalo, este insiste em se agitar e em fazer barulho no armário

O cerco está se fechando. O marqueteiro João Santana, consta, está voltando para o Brasil. Há algumas possibilidades para ele, a saber: a) demonstrar que a conta que recebeu US$ 7,5 milhões no exterior não é sua; b) evidenciar que as empresas que repassaram US$ 3 milhões desse total não têm vínculo nenhum com a Odebrecht; c) deixar claro que os outros US$ 4,5 milhões não saíram de contas do lobista e pagador de propina Zwi Skornick.

E, bem…, sempre há a possibilidade de admitir que é tudo verdade — a conta é mesmo sua e aquelas são as fontes pagadoras —, mas que nada se fez ao arrepio da lei. Afinal, ele teria efetivamente prestado serviço a essas empresas. Mas quais?

Santana é um portento da multiplicação da riqueza. Em 2004, o patrimônio declarado por ele e por sua mulher, Mônica, era de R$ 1 milhão. Dez anos depois, saltou para R$ 78,6 milhões. Isso é que é profissional bem pago! E olhem que ele não produziu nesse tempo um miserável parafuso — nem parafuso intelectual, diga-se. O que ele fez foi produzir narrativas para o petismo que levaram o eleitorado a acreditar uma vez em Lula e duas vezes em Dilma. Deu no que deu.

 

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Sua fama atravessou fronteiras e serviu a outros políticos da América Latina, sempre afinados com o PT. Uma das saídas é tentar demonstrar que essa dinheirama toda que entrou em sua conta decorre desses trabalhos no exterior, mas aí é preciso saber por que são aquelas as fontes pagadoras.

Isso tudo já passou há muito do limite do tolerável. Os advogados busquem os caminhos que lhes facultar a lei para tentar suspender imediatamente a prisão provisória de Santana e sua mulher, Mônica, e para provar que o que parece não é. Mas eu insisto que há uma diferença entre a lógica da vida e a dos tribunais.

No comunicado em que renuncia à campanha eleitoral que coordenava na República Dominicana, ele denuncia a existência de um “clima de perseguição” no Brasil. Eu mesmo já apontei aqui medidas atrapalhadas ou mesmo atrabiliárias da Lava Jato. Quanto, no entanto, o marqueteiro de três campanhas petistas recebe US$ 7,5 milhões de duas fontes investigadas pela Lava Jato, ambas com contratos com a Petrobras, e quando não há nenhuma razão conhecida para que tais pagamentos tenham sido feitos, é de perseguição que se fala? A acusação, nesse caso, chega a ser ridícula.

Note-se: os depósitos em questão aconteceram durante a gestão Dilma. Por mais que a presidente ache que dá para voar nas asas da “mosquita”, ignorando o escândalo, este insiste em se agitar e em fazer barulho no armário. O passado bate à porta do PT.

Já aconselhei Dilma a renunciar ao mandato, saindo, de algum modo, menos lanhada dessa história toda com o peso nas costas das lambanças fiscais. Mas ela insiste em ficar. E os subterrâneos da campanha do petismo começam a ameaçá-la.

Nesta terça, Rui Falcão, gênio da raça petista, teve uma ideia: resolveu dizer que o PT já fez a sua prestação de contas e que não tem nada a ver com as finanças de João Santana.

Vai dar certo? Bem, é claro que não! O PT vai ter de responder por suas escolhas. O Brasil já não engole mais as suas falcatruas.

 

Chega de palhaçada! A ordem legal exige que Lula seja oficialmente um investigado!

Chega de palhaçada e de tergiversação. A ordem legal pede, cobra, exige que Luiz Inácio Lula da Silva, um cidadão como qualquer outro, seja oficialmente um investigado da Operação Lava Jato. Se querem saber, de verdade mesmo, ele ainda não o é.

Numa espécie de relatório, a Polícia Federal aventa a possibilidade de que a Odebrecht tenha repassado R$ 12,4 milhões para o Instituto Lula. Lá se diz: “O possível envolvimento do ex-presidente da República em práticas criminosas deve ser tratado com parcimônia, o que não significa que as autoridades policiais devam deixar de exercer seu mister constitucional”.

Sei o que quer dizer “mister constitucional”, mas não tenho ideia do que queira dizer exatamente “tratar com parcimônia” o “possível envolvimento de Lula”. A palavra parcimônia vem de “parco”, de “escasso”. Quer dizer “econômico”. Associa-se, por isso, por metáfora, à ideia de “discreto”, de pouco espetaculoso.

 

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Bem, de saída, vamos combinar: até agora, então, com os demais envolvidos ou supostos envolvidos, a Lava Jato poderia ser acusada de tudo, menos de discreta, de parcimoniosa. Por que haveria de sê-lo com Lula? Já aí parece haver uma desigualdade viciosa, não é mesmo?

Se há o que investigar, que se investigue então. Mas que se abra um inquérito, ora bolas! Que se abra outro para apurar a atuação do ex-presidente, então no cargo máximo, no empréstimo do grupo Schahin ao PT. Três delações premiadas põem o petista no centro do imbróglio. José Carlos Bumlai, o amigão do chefão, admite ter sido laranja na operação.

Da mesma sorte, saibam, Lula não é oficialmente investigado nas lambanças envolvendo o apartamento de Guarujá e o sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Ora bolas! Até o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB passou por uma investigação, não é mesmo?, que foi arquivada pelo Supremo, com a anuência da Procuradoria-Geral da República. Por que não Lula?

O ex-presidente, não obstante, até agora, vai se esgueirando, vai escapando, vai escorregando, como se não houvesse no Brasil um sistema legal independente o bastante para investigá-lo. Há ou não há? E a autoridade não tem nem de ter nem de não ter parcimônia. Isso simplesmente não se coloca. É preciso, em qualquer caso, que se cumpra a lei. E ponto final.

Quem assegura a Lula essa inimputabilidade branca e com que propósito? Uma coisa é o chefão petista sair por aí, a bater no peito, jurando ser o homem mais honesto do mundo e ameaçando, de forma subliminar, o processo político com a cólera das massas. Outra, muito diferente, é a ordem legal se deixar intimidar por isso.

Lula tem de ser objeto não de um, mas de vários inquéritos. Até porque os petistas decidiram chamar seus milicianos para protegê-lo justamente porque sabem que só um ente pode persegui-lo. E não é a oposição. Lula deve satisfações é à ordem legal, à ordem institucional e à ordem democrática.

 

Veja o bilhete descarado da mulher de João Santana (no blog de Felipe Moura Brasil, veja.abril.com.br)

Escrito à mão pela mulher e sócia do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, um bilhete endereçado a Zwi Skornicki e ao filho dele, Bruno, mostra o descaramento e as artimanhas com que ela trata com um operador de propinas os métodos para receber recursos em contas secretas no exterior.

A Globonews exibiu uma imagem da mensagem que deu rumo às investigações da Lava Jato contra o marqueteiro de Lula e Dilma Rousseff.

Reproduzo abaixo:

Bilhete Santana

“Zwi/Bruno

Mando cópia do contrato que firmei com outra empresa como modelo. Acho que o nosso pode ser simplificado, este é muito burocrático, mas vcs que sabem.

Apaguei, por motivos óbvios, o nome da empresa. Não tenho cópia eletrônica, por segurança. Espero notícias.

Segue também os dados de minha conta com duas opções de caminhos. Euro ou dólar. Vcs escolhem o melhor.

Grata.

Abs

Mônica Santana”.

Este blog acha que o impeachment e a cassação de Dilma Roussef também podem ser simplificados, porque os processos andam muito burocráticos.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo, veja.com

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