Quase dois terços querem o impeachment de Dilma; Lula perderia eleição para os três pré-candidatos tucanos; só 7,7% aprovam o go

Publicado em 21/07/2015 16:44
por REINALDO AZEVEDO, (+ BLOGS DE VEJA.COM)

Quase dois terços querem o impeachment de Dilma; Lula perderia eleição para os três pré-candidatos tucanos; só 7,7% aprovam o governo; presidente é rejeitada por 79,9%; 69,2% a culpam por corrupção na Petrobras

Escrevi nesta manhã um post indagando por que diabos, afinal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, se tornou o principal inimigo do governo. Ele fez a crise econômica? Ele fez a crise política? Ele fez a crise de confiança? Convenham: ele é um das figuras mais influentes do país hoje, mas ainda é desconhecido da esmagadora maioria dos brasileiros. A sua pauta nem mesmo contamina o país com mau humor. Ao contrário até: como a sua agenda está bem mais próxima da do povo em geral, os que o conhecem até depositam nele algumas esperanças. O governo está encalacrado é por sua própria conta, por sua própria incompetência. E sua reputação tende a piorar. Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça não traz uma só boa notícia para o governo, para Dilma Rousseff, para o PT e para Lula.

Vou inverter o lead que anda por aí. Como Lula, o amigão de Dilma, era tido até outro dia por petistas como reserva estratégia para que o partido possa se manter no poder a partir de 2019, vamos ver como anda a reputação do rapaz. Se ele disputasse hoje um segundo turno, perderia para qualquer um dos três tucanos que podem ocupar a vaga à Presidência do PSDB em 2018. Na disputa, com Aécio Neves, apanharia por 49,6% a 28,5%; com José Serra, por 40,3% a 31,8%; com Geraldo Alckmin, por 39,9% a 32,3%. Lula se disse no volume morto. Errado! Ele é o volume morto.

Ainda assim, está um pouco melhor do que Dilma, não é? Quem não estaria? Consideram o seu governo bom ou ótimo apenas 7,7% dos entrevistados, contra 70,9% que o veem como ruim ou péssimo. Dizem ser regular 20,5% dos entrevistados. A que consequência isso leva? Se Dilma sofresse hoje um processo de impeachment, quase dois terços dos brasileiros veriam realizado o seu desejo: defendem que a presidente perca o seu mandato 62,8% dos entrevistados; apenas 32,1% se mostram contrários. Quantos sairiam às ruas em sua defesa? Garanto que bem menos do que isso.

Sabem quantos aprovam o desempenho pessoal de Dilma? Apenas 15,3%, contra 79,9% que o reprovam. É um desastre. Aquela foto em que ela e Lula aparecem agarrados ganha agora uma nova legenda: abraço de afogados.

O brasileiro, finalmente, começa a ligar os nomes às coisas. Para 53,4%, a corrupção é um dos principais problemas do país — para 37,1%, é o principal. Já ouviram falar da Lava-Jato 73,8%. Nem Dilma nem Lula conseguem escapar do peso da lambança. E a situação dela é ligeiramente pior do que a dele, embora ambos apareçam na lama: 69,2% dizem que a presidente é culpada pela roubalheira na Petrobras, e 65% pensam o mesmo de Lula. Livram a cara da presidente só 23,7%; 27,2% no caso do ex-presidente.

A população, de certo modo, tem uma percepção da realidade mais correta do que a de boa parte da imprensa: 40,4% dizem que o culpado pela corrupção é o governo; 30,4% apontam os partidos políticos; 14,2% indicam os funcionários da empresa, e apenas 35% dizem ser as empreiteiras. A maioria, no entanto, não acredita que os culpados serão punidos: 67,1%.

Os brasileiros também descobriram que a corrupção tem um preço: para 86,8%, ela prejudica a economia do país, e isso certamente ajuda a alavancar a brutal rejeição a Dilma. Os entrevistados estão mais realistas do que pessimistas: 55,5% apontam que a situação do emprego vai piorar — e eles estão certos: vai mesmo!

Encerro
Pois é… Digamos que Cunha viesse a deixar de ser uma pedra no sapato de Dilma. E daí? Ele nada tem a ver com esse cenário, produzido pela histórica incompetência dos petistas e por sua brutal arrogância no trato com a realidade.

Como é mesmo, Lula? “Olhem que eu volto!!!”

Ah, volta, Lula! Volta!!!

Por Reinaldo Azevedo

 

A nota de Mercadante enviada a este blog

A assessoria do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) envia para o blog a seguinte nota, a propósito do post “Cunha diz aceitar acareação com seu acusador, mas cobra que Dilma, Mercadante e Edinho façam o mesmo:

*
Em relação à publicação, “Cunha diz aceitar acareação com seu acusador, mas cobra que Dilma, Mercadante e Edinho façam o mesmo”, publicada no blog Reinaldo Azevedo, esclarecemos que :

1. O termo de delação premiada do senhor Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia, não foi oficialmente disponibilizado. Portanto, não é conhecido o seu inteiro teor;

2.  A empresa UTC, por ocasião da campanha ao Governo do Estado de São Paulo, em 2010, fez uma única contribuição à campanha do então candidato Mercadante, devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 27 de agosto de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092079; e

3.  A empresa Constran Construções, que pertence ao mesmo grupo, fez uma contribuição, também devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 29 de julho de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092017.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

Brasil pede ajuda de Portugal na Operação Lava Jato; investiga Portugal Telecom


LISBOA (Reuters) - A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal afirmou nesta terça-feira que recebeu pedido de autoridades brasileiras para cooperação no âmbito da Operação Lava Jato e está investigando operações relacionadas à Portugal Telecom.

"A PGR recebeu, das autoridades brasileiras, pedido de cooperação judiciária internacional, através de carta rogatória. Tal pedido insere-se no âmbito da Operação Lava Jato", informou a PGR de Portugal, em comunicado. A Operação Lava Jato investiga esquema de corrupção envolvendo contratos da Petrobras.

Mais cedo nesta terça-feira, o jornal português Público informou que o Ministério Público de Portugal está investigando envolvimento de políticos brasileiros e portugueses, acionistas e executivos no negócio de venda de ações da Portugal Telecom na Vivo para a Telefónica em 2010.

A operação teve como resultado o cruzamento de posições acionárias entre Oi e Portugal Telecom.

Procuradas, Oi e Telefônica Brasil disseram que não comentariam o assunto.

De acordo com a procuradoria portuguesa, a carta está em segredo de Justiça e, por isso, seu objeto e diligências relacionadas não podem ser divulgados.

"Existem investigações em curso relacionadas com a Portugal Telecom, as quais se encontram em segredo de Justiça", acrescentou a PGR, sem dar mais detalhes.

A Portugal Telecom é a maior operadora de telecomunicações de Portugal e foi vendida em janeiro pela Oi ao grupo de mídia francês Altice. A operadora portuguesa foi afetada pelo colapso financeiro do Grupo Espírito Santo no ano passado, o que pôs fim à fusão da companhia com a Oi.

A holding Portugal Telecom SGPS, atualmente conhecida como Pharol, permaneceu com uma participação de 27,5 por cento na Oi.

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, questionado na segunda-feira por jornalistas, disse que não participou de nenhuma forma de favorecimento ilícito de empresas brasileiras, nem foi pressionado para tal.

Temer quer distribuição de cargos concluída até o fim da semana

Temer quer fechar distribuição de cargos

Temer quer fechar distribuição de cargos

Michel Temer conversou com Eliseu Padilha antes de embarcar para Nova York e pediu que a distribuição de cargos de confiança seja concluída até o fim da semana.

Temer quer o governo blindado contra a fúria de Eduardo Cunha o quanto antes.

Por Lauro Jardim

 

Emendas parlamentares a todo vapor para blindar base aliada contra Eduardo Cunha

Padilha: suando

Padilha: suando

A propósito, a articulação política também vai tentar blindar a base aliada contra Eduardo Cunha redobrando a pressão sobre Joaquim Levy e Nelson Barbosa para que seja liberado todo o dinheiro pendente de emendas parlamentares.

Ontem, Eliseu Padilha aproveitou a presença de Joaquim Levy na reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto, para mandar o recado.

Ao ser perguntado por um ministro sobre a que pé andava o pagamento das emendas de parlamentares que não se reelegeram, Padilha bateu no joelho de Levy e disse:

- Só depende do meu amigo aqui.

Levy prometeu agilizar os pagamentos.

Por Lauro Jardim

Fernando Gabeira: As meninas entram em cena

Publicado no blog do Fernando Gabeira

 

Você poderia chamá-las de petroputas ou prostipetro, mas não seria preciso. As meninas aparecem em quase todo grande escândalo em Brasília. Não são especializadas. Finalmente, deram as caras no escândalo do Petrolão. Documentos da PF indicam que houve gastos com garotas de programa, mencionadas em rubricas como Jô 132 e 3 Monik nas planilhas de Alberto Youssef, um dos grandes nomes do caso.

Lembro-me de que uma das grandes cafetinas de Brasília uma vez me perguntou no aeroporto o que pensava das garotas de programa nesses escândalos. Disse que não as incriminava. Os políticos e empresários gostam de Rolex, compram sapatos Labutin para suas mulheres. Não se podem culpar as marcas, muito menos os vendedores que não costumam perguntar sobre a origem do dinheiro.

Mas a presença das meninas dá um tom global ao escândalo. O ex-dirigente do FMI Dominique Strauss-Kahn foi preso em Nova York por assédio. Mas na França, onde a prostituição é criminalizada, teve de responder a processo. O mesmo se passa com Silvio Berlusconi, com suas famosas bunga-bungas. Também foi processado.

Num contexto de prostituição legalizada, as coisas seriam mais fáceis. Aos documentos da Lava-Jato seriam incorporados recibos de prestação de serviços. Papai e mamãe, blow jobs e o caríssimo beijo na boca seriam especificados.

A Lava-Jato já tem inúmeros componentes cinematográficos. Mas a entrada das meninas nas festas dos poderosos assaltantes da Petrobras era uma espécie de elo que faltava. Gurus, políticos e empresários costumam revelar nesses episódios o desejo de uma satisfação sexual ilimitada. É uma espécie de calcanhar de Aquiles.

Leio que as garotas de programa já apareceram em revistas e talvez por isso cobrem mais caro. São contratadas como os ricos compram quadros, não pelas formas, mas pela fama do pintor.

Outro dia, um grupo de São Paulo me convidou para contribuir com o roteiro de um filme sobre Brasília. Respondi com uma ideia tão maluca que nunca mais voltaram ao assunto.

Era uma nave de outra galáxia que se aproximava de Brasília com a missão de ocupar alguns prédios habitados por duas tribos de cabelos pintados: os Acaju e os Graúna. Na medida em que eles se aproximavam, acompanhavam pela tela da nave o comportamento da sociedade que ainda não conheciam em detalhes.

Agora vejo que caberia nesse argumento cinematográfico uma garota de programa infiltrada que mandaria mensagens constantes para o big data; crescimento dos implantes de pênis, baixa da tesão nos dias em que o Banco Central anuncia a taxa de juros.

Sempre me interessei pela economia libidinal de Brasília. No passado, escrevi sobre as prostitutas que faziam um cordão em torno do setor de hotéis. Cheguei a propor uma cartilha para os prefeitos do interior distinguirem uma travesti de uma garota de programa.

Um equívoco. Creio hoje que para todos é melhor uma dose de ambiguidade. Uma travesti que conheço, talentosa técnica administrativa, me contou que ao descobrirem o que se trata, alguns políticos fingem que não viram.

Talvez no futuro vejamos um livro do tipo “Memórias de uma cafetina em Brasília”. Espero também que não tenha nomes. Apenas elementos que nos ajudem a descortinar o universo libidinal do poder. Se não servir para a história, no sentido mais amplo, servirá para os roteiristas que buscam histórias de gente de carne e osso.

As meninas custaram a aparecer no Petrolão. Parecia um escândalo baseado em fortunas, compra de apartamentos, obras de arte. Elas apelam não só para um sentido universal, o sexo, mas também para o fugaz reencontro com o doce pássaro da juventude.

Com a entrada da Polícia Federal na casa de Fernando Collor, constatei que, além de seu carro oficial, ele tem três carros de luxo na garagem que devem valer juntos R$ 6 milhões. São apenas três de sua coleção de 14.

Qual o sentido disso, exceto garantir a Collor que ele tem carros de luxo na garagem, que é o bambambã?

Com a grana da corrupção, compram um sopro de juventude, transando com as meninas: com a coleção carros compra-se uma infância de brinquedos de luxo.

A nave se aproxima horrorizada.

(por Fernando Gabeira)

 

Campanha de Dilma recebeu dinheiro da Suíça e a oposição está calada?

Dilma Marcelo Raúl

Rindo dos brasileiros: Marcelo Odebrecht, Dilma e o ditador Raúl Castro na inauguração do Porto de Mariel. (Ismael Francisco/Cubadebate)

A campanha de Dilma Rousseff foi financiada com dinheiro roubado da Petrobras, vindo da Suíça.

É o que Marcelo Odebrecht aparentemente admite em e-mail de 9 de janeiro de 2013 que tem como assunto “Pedido específico blindagem JEC”.

Para a Polícia Federal, JEC só pode ser o petista José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça (do Foro de São Paulo).

Para tentar se blindar contra as investigações, Marcelo Odebrecht mandou o vice-presidente jurídico da empreiteira, Mauricio Roberto de Carvalho Ferro (“MRF”) transmitir sua ameaça a Cardozo e Edinho Silva, mencionando que as campanhas de Dilma e Fernando Haddad foram financiadas com dinheiro de conta suíça.

Diz a mensagem: “Para Edinho visão da conta toda inclusive o gasto com Haddad. MRF: dizer do risco cta suíça chegar campanha dela?”

É um escândalo de potencial avassalador, sob medida para a cassação do mandato de Dilma Rousseff e a convocação de novas eleições.

Mas a oposição, por enquanto, está calada.

As mensagens de Marcelo Odebrecht também citam a sigla “JS” – no trecho “adiantar 15 p/ JS” – que a PF identificou como sendo o tucano José Serra.

E aí, PSDB? Vai amarelar mais uma vez para blindar um tucano que até outro dia pensava em se candidatar pelo PMDB em 2018?

Aécio Neves, segundo a pesquisa CNT/MDA, derrotaria Lula em eventual segundo turno por 49,6% a 28,5%, de modo que desperdiçar o capital político que a sujeira da campanha de Dilma lhe oferece agora seria muita vontade de jamais derrotar o PT.

Muita vontade de fazer jus ao apelido de Partido Só De Bundões.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

62,8% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma! “Vamos analisar o mérito”, diz Cunha sobre pedidos

A pesquisa CNT/MDA mostra que 62,8% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma Rousseff, a suposta presidente cuja aprovação ainda caiu para 7,7%.

O mais extraordinário é que os entrevistados nem sabiam ainda que ela teve sua campanha financiada com dinheiro roubado da Petrobras, vindo da Suíça, conforme aparentemente admitiu Marcelo Odebrecht em seu pedido de blindagem ao ministro da Justiça (do Foro de São Paulo), José Eduardo Cardozo.

Corrupção, inflação, desemprego e criminalidade já deviam ser suficientes para a rejeição da maioria da população ao desgoverno da mulher sapiens do PT.

Agora só falta o Congresso, supostamente representante do povo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), explicou nesta terça-feira as notificações enviadas na sexta a 11 autores de pedidos de impeachment, conformenoticiado em primeira mão neste blog.

“Eu pedi a atualização deles porque o direito não preclui, ou seja, se eu simplesmente aquivo, no outro dia apresenta-se pedido igual, preenchendo os requisitos. Então, eu não preciso me ater aos procedimentos processuais. Para isso, dá-se um prazo e notifica-se para que eles cumpram ou não. Se não cumprirem, serão arquivos de pronto. Quem cumprir, vamos analisar o mérito.”

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) me garantiu que vai cumprir. O Movimento Brasil Livre, também. Ambos apresentaram pedidos com base legal muito bem fundamentada.

Em vez de legitimar os crimes cometidos pelo PT para se manter o poder, é hora de Cunha e demais parlamentares analisarem o mérito de atender ao desejo de 62,8% dos brasileiros.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Estreia de “Veja Bem” com Felipe Moura Brasil: O PT quer limpar a própria sujeira na suposta sujeira dos outros

Estreou hoje na TVeja a minha coluna “Veja Bem”, que vai ao ar, em vídeo, todas as terças-feiras, às 13 horas, em VEJA.com.

No vídeo de estreia, dei um panorama geral das investigações que ameaçam o governo Dilma Rousseff e da estratégia petista para se defender de cada uma. Acompanhe.

O governo Dilma Rousseff, diante de cada uma das investigações que o ameaçam, repete a velha estratégia do PT: justificar seus crimes acusando os outros de terem feito igual, como se dois ou mais supostos erros fizessem um acerto.

Diante do risco de ter a sua chapa presidencial, junto ao vice Michel Temer, cassada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico durante a campanha de 2014, Dilma instituiu uma tropa de choque de advogados para defendê-la. A missão dessa banca liderada pelo coordenador jurídico da campanha Flávio Caetano é evitar a reversão do resultado das urnas e, adivinha, fazer um pente fino em busca de irregularidades nas contas do rival Aécio Neves, ainda não analisadas pelo TSE.

No Tribunal de Contas da União, a estratégia se repete. Diante do risco de ter as contas de 2014 do governo rejeitadas pelo TCU por causa de irregularidades como contingenciamentos e pedaladas fiscais, o que abriria caminho para a abertura de processo de impeachment na Câmara dos Deputados, Dilma mobilizou uma tropa de choque com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e ministros como o de Planejamento, Nelson Barbosa, para defendê-la.

Nas últimas semanas, Adams e Barbosa têm comparecido em audiências na Câmara e no Senado e feito reuniões com parlamentares com o objetivo de convencê-los de que as práticas são regulares e acontecem há anos. “São operações que foram objeto de aprovação pelo próprio TCU em exercícios anteriores”, diz Barbosa. “O atraso no repasse a bancos públicos para pagamento de programas do governo é realizado desde 1999″, diz Adams. “O governo Fernando Henrique Cardoso atrasou 23 dias com relação ao seguro desemprego”.

Ou seja: culpa do FHC, sempre foi assim – aquela mesma história.

Outra investigação que ameaça o governo é a de Lula, por tráfico de influência em favor da Odebrecht. Preocupada em absorver os efeitos da derrocada de seu padrinho político, Dilma mobilizou mais uma tropa de ministros para sair em defesa pública do ex-presidente. Em reunião de sua coordenação política, ela afirmou, “indignada”, que “todas as autoridades” que entram em sua sala “falam dos interesses de empresas em seus países”.

Segundo a Folha apurou, Dilma disse assim: “No mundo, reis, príncipes, presidentes e ex-presidentes defendem as empresas e interesses nacionais. No Brasil, querem dizer que isso é crime?”

Ou seja: todo mundo faz a mesma coisa. Omitindo que Lula recebia “vantagens econômicas” da Odebrecht enquanto defendia os interesses da empreiteira, não do Brasil, Dilma atacou mais uma vez as instituições e as leis do país, no caso os artigos 332 e 337-C do Código Penal.

Por falar nisso, Dilma havia dito que não respeita delator. Nesta manhã, o deputado petista José Guimarães reuniu-se com o conselho político de Dilma e disse que a ordem é não bater de frente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que atacou o governo e foi para a oposição após ser acusado por um delator de ter pedido 5 milhões de reais de propina. Ok. Mas na internet a história é outra.

O militante virtual do PT, Jefferson Monteiro, criador da página Dilma Bolada, apela aos truques mais sujos para demonizar Cunha diante da opinião pública. Em sua página pessoal, ele orientou a militância a enganar a equipe digital de Cunha para que os comentários negativos fiquem em destaque na página do peemedebista.

Diz ele: “A equipe digital de Eduardo Cunha está trabalhando 24 horas para deixar a imagem do santo deputado intocável em sua página no Facebook.” (Como se ele não tivesse fazendo o mesmo para Dilma, né?) “Para isso, responde e curte TODOS os comentários positivos e nonsenses dos apoiadores(pasmem, eles existem!) do deputado. Assim, estes comentários sobem e ficam em destaque, difícil achar comentários contra ele.

DICA: se quiser comentar por lá, faça primeiro um comentário bem positivo, desses chamando ele de Presidente, elogiando o trabalho e batendo na Dilma(eles adoram esses), ele certamente vai curtir e talvez até responder. Dê 10 minutos, depois volte lá é simplesmente edite o comentário com o que realmente precisa ser dito.”

Pois é. Apelando ao cinismo mais descarado – seja no TSE, no TCU, em relação a Lula ou a Eduardo Cunha -, o PT sempre tenta limpar a própria sujeira na (suposta) sujeira dos outros.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (veja.com)

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