Estrela cadente na economia: PT ganhou loteria e rasgou bilhete

Publicado em 14/05/2015 15:52
Blog Rodrigo Constantino e Lauro Jardim, de veja.com

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Em vigor desde 1º de janeiro, as “bandeiras tarifárias” das contas de luz arrecadaram 2,4 bilhões de reais no primeiro trimestre.

Mas, e neste governo há sempre um “mas”, a bilionária soma não foi suficiente para cobrir os gastos que alcançaram 4 bilhões de reais – ou seja, há um déficit de 1,6 bilhão de reais que foi coberto pelas distribuidoras de energia, que serão ressarcidas nos próximos meses.

E de onde virá essa dinheirama? Simples: a bandeira tarifária vermelha, que custa 5,50 reais por cada 100 quilowatts-hora consumidos, será reajustada para cobrir o rombo atual.

Por Lauro Jardim

 

Esteves e a crise

Andre Esteves: pessimista

Andre Esteves: pessimista

Numa palestra anteontem para investidores em Nova York, André Esteves resumiu suas preocupações em relação ao Brasil. Disse o dono do BTG Pactual:

- A essa altura está fácil para o governo evitar o desastre, mas é virtualmente impossível retomar o curso do crescimento econômico.

Esteves também está preocupado com a possibilidade de o Banco Central continuar elevando a taxa de juros. Acha um erro do BC dificultar ainda mais a respiração da economia.

Por Lauro Jardim

 

A cúpula dos ricos

slim

Slim: encontro na República Dominicana

Começa hoje na República Dominicana o encontro das famílias mais ricas da América Latina, promovido anualmente pelo magnata mexicano Carlos Slim – uma espécie de cúpula dos grande empresários da região que reúne cerca de 150 milionários e bilionários e seus herdeiros.

Em 2011, a reunião aconteceu no Brasil.  Num outro Brasil. Para se ter uma ideia, Eike Batista, então o homem mais rico do país, foi ao encontro levando o filho Thor. Um dos palestrantes foi Lula, então no auge do seu prestígio. Recém-saído do poder, botou no bolso 250 000 reais para falar aos empresários.

Por Lauro Jardim

 

Como os impostos prejudicam os pobres

Por Jefferson Viana, publicado no Instituto Liberal

Viver no Brasil atual está complicado. Cada vez mais o paquidérmico Estado pesa sobre o cidadão. Muitos fatores contribuem para tal afirmação: carga tributária altíssima, burocracia em doses cavalares, inflação em disparada, juros extorsivos, infraestrutura atrasadíssima e arcaica, leis trabalhistas que impedem a geração de empregos, corrupção e ineficiência de boa parte dos servidores públicos, protecionismo imbecil da fraquíssima indústria nacional e gestão infantil dos recursos públicos.

Todas essas coisas têm em comum dois aspectos: são geradas pelos governos e prejudicam a parcela mais pobre da sociedade. Mas nesse artigo irei tratar dos impostos, em especial.

Impostos são todas as tarifas cobradas pelo Estado em cima de produtos, serviços ou dinheiro recebidos por qualquer pessoa, com a intenção de uso para o bem comum. Moral da história: o governo toma parte do seu dinheiro para devolvê-lo em forma de serviços e benesses, que você poderia pagar se o governo não lhe tirasse. O indivíduo trabalha 44 horas por semana sem alguma ajuda governamental. Todavia, quando você recebe seu salário, além do Estado levar uma parte do seu pagamento via INSS, FGTS, contribuição sindical e outros encargos, embute uma taxa abusiva no valor final de produtos e serviços, com a desculpa que o valor será utilizado para a manutenção de serviços como educação, saúde, manutenção de estradas, segurança, justiça e outros mais.

Nossos amigos socialistas irão questionar – mas e os pobres? Eles são isentos de Imposto de Renda e não podem pagar por serviços privados. Caro amigo, cerca de 40% de tudo que é ganho é perdido em taxas sobre consumo; mais 8% de FGTS descontados em contracheque que lhe são devolvidos em rendimento pífio em aplicação na Caixa Econômica Federal, e quando o governo bem entender.

Porém o nosso caro amigo retruca dizendo que o governo financia a habitação via FGTS, no programa Minha Casa, Minha Vida.  Então o nosso querido amigo acha totalmente correto o Estado decidir onde eu quero usar o meu dinheiro. E ainda temos o INSS, um sistema de pirâmide Ponzi onde o trabalhador participa independente da sua vontade. No final das contas, mesmo a camada mais humilde sendo isenta do Imposto de Renda, deixa cerca de 60% de seus vencimentos na mão do governo.

Para dar um exemplo: um trabalhador recebe R$ 1.500 por mês, e tem apenas R$ 600 disponíveis para sua utilização, pois o governo levou boa parte de seu salário via descontos em folha, tarifas sobre serviços e taxas sobre o consumo. Se não houvesse impostos, esse mesmo trabalhador teria mais R$ 900 disponíveis. Com esse valor a mais, ele poderia pagar um bom plano de saúde e uma escola/faculdade particular, mesmo nesse sistema atual em que vivemos. Que dirá em um ambiente de livre-concorrência, onde os preços tendem a cair.

Em um ambiente livre de encargos ou com impostos bastante reduzidos, o poder de compra do indivíduo tende a aumentar. Logo, diminuindo os índices de pobreza.

A desculpa para a cobrança de tributos é a promoção da igualdade social. Porém, aqui, no nosso país, como em outros países da América Latina e África, o tipo de tributo cobrado gera ainda mais desigualdade. Por aqui, a cobrança sobre o consumo representa 44% do total, enquanto as cobranças sobre renda e patrimônio somam 26% do bolo. Se tomarmos países que são considerados desenvolvidos como exemplo, veremos que acontece o inverso: a maior parte dos impostos é cobrada sobre renda e patrimônio e não sobre consumo. Nos Estados Unidos, cerca de 18% do total incide no consumo e 56% é sobre renda e patrimônio; no Canadá, 24% contra 57%; no Reino Unido, 30% x 50%.

Quando a instituição governamental cobra mais impostos no consumo que na renda e patrimônio, ela está prejudicando quem usa a maior parte do seu salário para fins de consumo. O indivíduo que ganha R$ 1.500, consome todo o seu dinheiro, não conseguindo poupar nada. Logo, ele é altamente tributado em todo o seu vencimento. O sujeito que ganha R$ 20.000 por mês, consome apenas uma parte do salário dele em consumo, poupando ou investindo a outra parte restante do seu vencimento. Portanto, a tributação mais alta incide sobre uma porcentagem menor de seu salário do que incide no salário do mais pobre. Isso favorece o acúmulo de capital por parte dos ricos e impede o pobre de acumular riquezas, visto que não conseguem poupar, aumentando cada vez mais o abismo social entre os pobres e a classe média, e entre a classe média e os ricos.

Os governos das nações em “desenvolvimento” alegam que este tipo de cobrança se dá, justamente, pelo fato da renda em seu país ser baixa, por isso, sobretaxando o consumo com o fim de arrecadar mais dinheiro. O que é um total absurdo! Em vez de reduzirem os gastos da máquina pública, para que não tenha a necessidade de uma arrecadação tão alta, preferem roubar os mais pobres. Evidente: políticos socialistas vivem da campanha da miséria; se ela acaba, morre junto com ela o político populista e demagógico.

O Estado toma o seu dinheiro para gerar mais pobreza e lhe tirar a opção de escolha. A solução para este problema é teoricamente simples, porém, de difícil execução num país onde a nossa classe política vislumbra os próximos  quatro anos ao invés de planejar as próximas quatro décadas. Precisamos urgentemente, diminuir o tamanho do Estado. Para que bancos estatais, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banrisul, Banco do Nordeste e Banpará? Para que serviço de entrega de correspondências estatal, como os Correios? Para que empresas estatais de fornecimento de água como a CEDAE no Rio de Janeiro e a SABESP em São Paulo? Para que empresas estatais de  eletricidade como Eletrobras e CELG?

O Estado é comprovadamente um gestor menos eficiente que a iniciativa privada. Portanto, manter serviços sob gestão do Estado é impedir que os pobres tenham acesso à mesma qualidade de serviços que tem a classe média e a classe mais abastada. O caro amigo que defende o uso do Estado para a promoção do bem estar aos pobres, é responsável direto ou indireto pela péssima qualidade e pela ideologização do ensino público e tem as mãos sujas de sangue inocente dos que morrem todos os dias na fila do SUS. O caro amigo que defende uma solução à esquerda, inconscientemente ou não, não quer que o seu filho estude com o filho da empregada, ou não quer sentar-se ao lado do pedreiro na cadeira de um hospital.

O Estado promove segregação social e você é quem sustenta tal ideia. O socialista quer manter os mais humildes longe de seus hospitais caros e escolas bilíngues, quer mantê-los amontoados na favela, pois considera que viver em condições sub-humanas é algo bom, algo revolucionário, pitoresco, pauta de capitalização em campanhas políticas e ótima pauta para programas de televisão que defendem bandeiras progressistas, como o “Esquenta”, da  apresentadora Regina Casé, exibido na Rede Globo de Televisão. E, por fim, tiram as vagas dos pobres nas universidades públicas, que na teoria deveriam ser para quem não pode pagar. O socialista, este sim, não suporta pobres, muito menos o advento da mobilidade social.

“Indicador de Infelicidade” é o maior em 9 anos: parabéns, PT!

Medir prosperidade não é algo trivial, mas os economistas tentam. O PIB per capita é um cálculo relativamente simples e objetivo, cumprindo bem seu papel, com ressalvas. Mas medir a felicidade é algo ainda mais difícil, pois extremamente subjetivo. O “índice de Infelicidade”, no entanto, é uma forma bastante interessante que foi encontrada para dar uma ideia do fardo que recai sobre a população em geral quando as condições econômicas vão mal.

Basta somar o índice de inflação ao índice de desemprego, uma fórmula que não poderia ser mais simples, mas que não deixa de ser engenhosa. A inflação, afinal, é o pior imposto que existe, penalizando todos, em especial os mais pobres. E o desemprego é fatal, é aquela ameaça que parece uma espada pendurada sobre a cabeça, afetando a qualidade de vida de todos que o temem.

Quando a inflação está elevada e o desemprego também, aí temos o pior dos mundos: a renda sendo corroída pelo imposto inflacionário criado pelo governo, e muita gente perdendo o emprego ainda por cima. É terrível, gera pânico na população, e o governante tende a perder totalmente sua popularidade. É justamente o que está acontecendo com o Brasil de Dilma:

Entre os três últimos meses de 2014 e os três primeiros deste ano, o indicador (também conhecido como “índice de miséria”) saltou de 13,5 para 15,5 pontos. Trata-se do maior nível registrado desde o último trimestre de 2005, segundo a LCA Consultores.

O cálculo considerou a inflação, acumulada em 12 meses, de 8,1% em março e a taxa de desemprego de 7,3% (com ajuste sazonal), entre janeiro e março deste ano, segundo a Pnad Contínua, pesquisa que mede o nível de ocupação em todo o país.

Fonte: Folha

Fonte: Folha

Falar em década perdida daqui a pouco vai parecer suave demais, otimista. O que estamos vendo é um enorme retrocesso mesmo. O Brasil andou para trás! E tudo por conta dos equívocos ideológicos do PT, de sua arrogância, incompetência, falta de conhecimento econômico e sede pelo poder, que levou ao populismo extremo que vimos até aqui. Quem paga o pato é sempre o povo, principalmente os mais pobres, as maiores vítimas da alta inflação e do crescente desemprego.

Quem ainda estranha o panelaço? Só não bate na panela quem está, de alguma forma, se dando bem nesse esquema que pune o trabalhador honesto…

Rodrigo Constantino

 

Estrela cadente na economia: PT ganhou loteria e rasgou bilhete

Enquanto eles acham graça, o povo paga a conta…

Hoje já é consenso que o PT fez lambança na nossa economia, e que a euforia da era Lula foi totalmente infundada, pois calcada em pilares de areia, insustentáveis. Mas dizer isso em 2005 era bem diferente. Com a China “bombando” ainda e o preço das commodities em começo de boom, alertar para as trapalhadas do PT era pedir para atrair críticas vorazes. Foi o que fiz em Estrela Cadente, que estou relendo e publicando, capítulo a capítulo, aqui no blog. Não devemos olhar para onde caímos, e sim onde escorregamos. Segue a crítica feita já em 2005:

O risco de focarmos demais na árvore é deixarmos de ver a floresta. Lula tem utilizado bastante o crescimento econômico para ganhos políticos, como se tudo fosse resultado de medidas do seu governo. Pretendo mostrar que, na verdade, as causas por trás do avanço econômico brasileiro recente estão lá na floresta, não em nosso pau-brasil. O PT parece contar com a miopia dos eleitores, que não teriam visão suficiente para enxergar o quadro completo. Vou tentar servir de óculos para alguns então.

De fato, nossa economia vem crescendo razoavelmente. Teria potencial para crescer muito mais, não fossem os freios da burocracia, impostos e juros elevados. Mas é verdade que temos experimentado taxas elevadas de crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB. Em 2004, por exemplo, este crescimento foi de 5,2%, a maior taxa desde 1994. Mas a China cresceu 9,5% em 2004, a Índia cresceu mais que 7%, a Rússia cresceu também cerca de 7%, e por aí vai. Em 2005, segundo levantamento realizado pela consultoria Economist Intelligence Unit, o crescimento brasileiro poderá chegar a quase 4%, enquanto os outros países emergentes, como China, Índia e Rússia, deverão crescer 8,1%, 7,7% e 6%, respectivamente. O estudo foi feito com 157 nações, e Argentina e Chile deverão crescer mais que o Brasil também, em torno de 5%. O Brasil ficou na 97º posição do ranking. O último colocado seria Zimbábue, do “presidente” Robert Mugabe, que tem forte admiração por políticas como as cotas e fez uma reforma agrária nos moldes defendidos pelo MST.

Portanto, vemos que o Brasil está crescendo sim, mas bem aquém de outras nações com tamanho parecido. Além disso, devemos analisar quais setores estão puxando esse crescimento brasileiro, para entender melhor suas causas. Passando então uma peneira nos diferentes setores, temos que os mais dinâmicos e com maior crescimento são justamente os voltados para o comércio exterior, como agronegócio e minerais. As nossas exportações deram um salto, como foi o caso em inúmeras outras nações. Isso deveu-se basicamente ao acelerado processo de crescimento chinês, que vem absorvendo boa parte das commodities do mundo. Nenhuma política do governo Lula é responsável pelo crescimento chinês, nem tampouco pela extração e exportação de minério de ferro da Companhia Vale do Rio Doce. Os preços do minério da CVRD, aliás, foram negociados com siderúrgicas internacionais, e irão aumentar mais de 70% este ano. Apenas isso será responsável por mais de 4 bilhões de dólares a mais na balança comercial de 2005. Nenhum mérito de Lula.

O governo Lula ganhou na loteria. O presidente assumiu a cadeira no Planalto justo em um momento bastante favorável no ambiente econômico externo. A China está crescendo rapidamente e demandando recursos do mundo todo. Os Estados Unidos, locomotiva do crescimento global e gerador de empregos por todos continentes, vai mostrando pujância econômica também. Enquanto isso, a taxa de juros está em patamares historicamente ridículos de baixa, permitindo que um surto de liquidez tome conta do mundo. Sem elevados retornos em casa, investidores do mundo desenvolvido ficam menos avessos ao risco, e apostam suas economias em terras mais aventureiras, como o Brasil. Uma chuva de dólares procura ativos em países mais arriscados e exóticos. E o presidente Lula surfa essa onda gerada pelos ventos de fora.

Enquanto isso, justiça seja feita, o governo FHC pegou um verdadeiro vendaval contrário, que diferente do que pensa Lula, não é o tsunami que destroçou a Ásia. Durante o governo FHC tivemos a crise da Ásia em 1997, seguida da crise da Rússia em 1998, o debacle do Long Term Capital Management no mesmo ano, a corrida de dólares que forçou nossa desvalorização, e a crise do Y2K, na virada do milênio. As condições climáticas eram outras, completamente diferentes e adversas.

E mesmo assim, cabe destacar que dados do Ministério do Trabalho mostram que os pagamentos do seguro-desemprego aumentaram nos últimos anos. Tal informação vai na contramão do que vem sendo divulgado pelo governo Lula, que ressalta o crescimento de emprego com carteira assinada. O gabinete do Deputado Federal Eduardo Paes (PSDB-RJ) realizou uma consulta ao sistema de acompanhamento de gastos do governo (Siafi) e notou que desde 2000, o ano em que se pagou menos seguro-desemprego foi 2001, na gestão de FHC, quando teriam sido destinados R$ 6,9 bilhões ao pagamento do benefício. Em 2004, no governo Lula, esse gasto teria subido para R$ 7,3 bilhões. Eduardo Paes pergunta então “como o governo pode anunciar um aumento na criação de emprego, enquanto verificamos uma expansão dos saques de seguro-desemprego”? Paes conclui que trata-se de uma incoerência, uma possível maquiagem dos dados. “Não passa de uma bravata”, desabafa. Os números mostram que durante a gestão petista já foram gastos R$ 15 bilhões com o seguro-desemprego.

Além disso, segundo uma pesquisa com base em dados do IBGE, somente entre 2002 e 2003 a renda das famílias brasileiras viu-se reduzida em 14%, a maior taxa média registrada nos últimos 15 anos. O principal vilão é o Estado brasileiro, um verdadeiro aspirador de recursos privados, que absorve, além dos quase 40% do PIB em impostos, cerca de 80% de todo o crédito disponível no país, puxando a taxa de juros para cima. Enquanto a vida do trabalhador fica mais sofrida com maiores impostos, o governo Lula aumentou as despesas do gabinete presidencial de R$ 76 milhões aproximadamente gastos em 2002 por FHC para cerca de R$ 373 milhões em 2004, segundo dados levantados por consultores com senha especial de acesso ao Siafi. O número de funcionários no Palácio do Planalto praticamente triplicou na era Lula, que ainda nem acabou. Nossa “República sindical” gasta bem mais que diversas monarquias em termos per capita. Está sendo bem caro para o povo manter um presidente operário!

Voltando às exportações, o governo consegue na verdade prejudicar nosso potencial exportador. Existem diversas barreiras que impedem um crescimento ainda maior, como gargalos de infraestrutura e logística, instabilidade no campo causada pelos baderneiros do MST, carga tributária asfixiante e burocracia lenta. No Brasil, o comércio exterior é regulado por cerca de 200 leis e 1.800 normas! As nossas estradas de ferro foram totalmente sucateadas pelos governos passados, e na época da concessão ao setor privado, em 1996, a condição delas era precária. As empresas privadas vem investindo pesado para recuperar o quadro, mas ainda reclamam da interferência estatal. O setor privado poderia estar gerando muito mais divisas para o país, servindo como uma locomotiva do crescimento, caso o Estado deixasse a economia em paz. Eis o verdadeiro “custo brasil”: o governo!

No agronegócio, as barreiras colocadas pela incompetência estatal são enormes, principalmente no que diz respeito ao MST. Valmir Assunção, coordenador do MST na Bahia, tentou justificar a destruição de uma plantação da empresa Veracel Celulose, invadida pelos sem-terra, afirmando que “ninguém come eucalipto”. Eis a “lógica” desse movimento que desrespeita várias leis, deixando cada vez mais evidente que seu objetivo tem caráter político, não social. Alguém deveria explicar para o sujeito que ninguém come aviões também, ou minério-de-ferro, ou bobinas de aço. Entretanto, a exportação desses produtos permite a geração de empregos em nosso país, assim como a entrada de divisas, que podem ser trocadas por alimentos. O MST é um obstáculo claro para nosso desenvolvimento. Como diz o especialista no tema, Xico Graziano, “o Brasil não precisa de reforma agrária”. Ele aponta, após densa pesquisa, que os assentamentos do MST tornaram-se favelas rurais, e que “o modelo fundiário defendido pelo MST e encampado pelo governo Lula é falido”. Um dos setores que mais cresce no país, por volta de 7% ao ano, vem sofrendo constantemente ataques por guerrilheiros do MST, enquanto o presidente da República, que representa o posto máximo do Estado de Direito, veste o boné de tal instituição, literal e metaforicamente falando.

O melhor exemplo para provar essa realidade dos assentamentos está no caso da antiga Fazenda Maisa, o atual Eldorado dos Carajás II. Um dos maiores assentamentos do país, não passou de um fracasso completo, ainda com barracas e situação precária dois anos depois de ser citado como modelo da reforma agrária de Lula. O Incra teria liberado mais de R$ 6 milhões em 2004 para o Eldorado do Carajás II, e mais R$ 2,7 milhões serão liberados agora. Uma “favela rural” custa caro, pelo visto. E sobrevive apenas com eternas esmolas, tiradas do bolso do trabalhador brasileiro.

Fora isso, o governo é lento em assinar contratos de livre-comércio. O Alca, Área de Livre Comércio das Américas, vive sendo adiado. Entrementes, o governo Lula faz diversas viagens para países que não acrescentam praticamente nada em termos comerciais, levantando suspeitas de que possui outro objetivo em mente, como a cadeira do Conselho de Segurança da ONU. Uma dessas viagens, por exemplo, incluiu a Síria, Líbano e Líbia, países pobres, quase sem comércio com o Brasil, e dominados por regimes autoritários. Foram excluídos do roteiro a Arábia Saudita, Jordânia e Israel, países bem mais ricos e com muito maior potencial para um comércio paralelo. Israel ainda foi criticado pelo presidente, sendo que trata-se da única democracia no Oriente Médio.

O governo Lula busca acordos entre os vizinhos pobres na América do Sul também, enquanto mantém muitas vezes um tom antiamericano desnecessário, ignorando que os Estados Unidos são nosso principal cliente. Esse antiamericanismo tolo ficou visível no episódio do fichamento de turistas americanos, pedido pelo procurador da República José Pedro Taques, alegando o direito de reciprocidade jurídica, já que os americanos tinham criado uma lista de países a terem seus cidadãos fichados na entrada aos Estados Unidos. Ora, essa nação vivia momentos de tensão por medo de terrorismo, e o Brasil tem reconhecidamente um passaporte visado, por não termos um tipo físico muito dominante. A medida, que teve no silêncio do governo a sua aprovação, mais parecia uma reação infantil, que na prática apenas afastava os desejados dólares do turismo. O Chile, em contrapartida à este claro antiamericanismo ideológico, foi logo costurar um acordo bilateral com o “Tio Sam”, e vem mostrando excelentes resultados. Lula parece preferir ser cabeça de sardinha a rabo de baleia. E com isso o Brasil permanece um país de economia fechada, com baixa exportação em relação ao PIB. Em 2003, por exemplo, o Brasil foi o 25º colocado no ranking de exportações no mundo, perdendo para países como Tailândia, Irlanda, Malásia, Suiça, Rússia, Cingapura, Taiwan, México, Coréia e outros.

Um dos maiores obstáculos gerados pelo governo para o crescimento econômico são os impostos. A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo, chegando perto de 40% do PIB. Outras nações que competem com o Brasil no comércio internacional possuem carga na faixa dos 20% do PIB, ou menos. Além disso representar um custo direto para as empresas, prejudicando a competitividade delas, pretendo demonstrar como os empregados é que acabam pagando a conta, com menores salários. Isso, além de agravar a desigualdade de renda, afeta o crescimento econômico. E a culpa é do governo.

A Gerdau é um bom caso para estudo, já que é uma multinacional brasileira, com boa parte dos seus negócios no exterior. Trata-se de uma gigante do aço, tendo produzido 13,4 milhões de toneladas de placas, blocos e tarugos em 2004. A empresa gerou um valor adicionado líquido de quase dez bilhões de reais em 2004. No Brasil, esse valor adicionado foi de R$ 6,8 bilhões, enquanto no exterior foi de R$ 3 bilhões. Porém, analisando a distribuição desse valor, vemos que os colaboradores brasileiros levaram um bilhão de reais, comparado a R$ 1,2 bilhão para os colaboradores estrangeiros, mesmo que para um valor gerado bem menor. Será que o patrão fica mais caridoso quando atravessa a fronteira? Será que o altruísmo só existe no exterior? Claro que a explicação é outra. Dos quase R$ 7 bilhões de valor líquido gerado no Brasil, metade, ou R$ 3,5 bilhões, foi para o governo sob a forma de impostos, enquanto no exterior foram apenas R$ 550 milhões para os cofres públicos, cerca de 18% do total gerado. Resta menos para dividir entre acionistas e empregados. Como fica evidente, o verdadeiro inimigo dos empregados não é o patrão, mas o Estado. Ele que absorve como uma esponja gigante os recursos gerados no país, reduzindo abruptamente o que sobra para funcionários. E não podemos esquecer que o PT de Lula, na “moita”, editou a Medida Provisória 232, que aumentava ainda mais os impostos. Esse é o Partido dos Trabalhadores!

O governo brasileiro vem aumentando rapidamente seus gastos, absorvendo a riqueza privada para manter esse “mamute” gigante com fome insaciável. Lula prometeu na campanha lutar para gerar 10 milhões de empregos, mas pelas contratações públicas, é capaz de tentar obter tal meta através do Estado. Até janeiro de 2005, haviam sido contratados mais de 80 mil servidores civis, fora os 75 mil recrutas do serviço militar, em comparação ao efetivo existente no final de 2002. O Estado conta com mais de um milhão de funcionários, cujo rendimento médio mensal está na faixa dos R$ 3.500, enquanto a média nas atividades privadas não chega a mil reais. Os gastos com pessoal e encargos saltaram de R$ 65,2 bilhões em 2003 para R$ 73 bilhões em 2004. O subcontrolador-geral da União, Jorge Hage Sobrinho, considera positivo o aumento dos gastos públicos com funcionários, “porque reflete o fato de o governo Lula estar abrindo concursos e recompondo a máquina pública”. Interessante é que essa máquina já consome 40% da produção privada. Para pagar esses R$ 3.500 mensais, na média, para os servidores públicos, o Estado toma quase metade da renda gerada pelo setor privado, que tem salário médio inferior a mil reais.

Isso para não falar da previdência, uma verdadeira bomba-relógio. O rombo previdenciário estimado para 2005, pelos dados conhecidos no começo do ano, supera R$ 30 bilhões para o setor público federal. O déficit do setor privado, através do INSS, fica perto de R$ 20 bilhões, para muito mais funcionários. Ou seja, o rombo do setor público, para sustentar pouco mais de um milhão de empregados, é bem maior que o rombo do setor privado, que cuida de quase 20 milhões de aposentados. A trajetória é explosiva. Além disso, não temos uma previdência privada, como no Chile, onde o trabalhador é livre para escolher onde aplicar sua poupança. Temos um valor compulsório determinado pelo governo, e ainda por cima retido para ser aplicado pelo próprio governo, a uma rentabilidade pífia. Somos uma nação de súditos explorados que bancam a orgia financeira de Brasília!

Com estes dados disponíveis, duas conclusões saltam aos olhos de quem ainda não foi contaminado por dogmas marxistas. Primeiro, que a luta de classes verdadeira se dá entre pagadores de impostos, incluindo empresários e trabalhadores, e burocratas do governo, muitas vezes agindo como sanguessugas parasitas. Segundo, que o “neoliberalismo” está mais distante do Brasil que Plutão da Terra!

Rodrigo Constantino

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Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    O Governo petista, que pretende integrar o Brasil na "Pátria Grande" preconizada pelo Foro de São Paulo, comanda dois [2] tipos de pessoas: Os "Inocentes Úteis" e os "Criminosos". Quando faltam criminosos, ele os cria - institui regras cada vez mais incumpríveis, para manter os empresários com o "rabo preso" e todos agindo como Idiotas Úteis. Existe uma Revolução Cultural em curso, a doutrinação dos estudantes é cada vez mais precoce - exemplo, creche obrigatória a partir dos quatro [4] anos de idade e ambas as categorias tornam-se PERFEITOS Idiotas Úteis para que a elite dirigente do Partido se mantenha no poder e uma vez conquistado este poder, descarta sem escrúpulos, sem dó nem piedades os idiotas utilizados para alcançá-lo.

    Por isso, caro João Batista Olivi, os propósitos socialistas estão arraigados de uma tal maneira em nossa cultura a ponto de que o antigo conceito de ROUBO de um tostão ou de um milhão era o mesmo crime, agora não é mais. Hoje em dia depois que o Dirigente do PDT considerou que o maior pecado do PT foi ter "roubado demais" e agora o Juiz da Comarca de Franca-SP considerou como "quadrilhinha" a tropa de adulteradores de Defensivos Agricolas que mantinha encarcerados por causa da suposta periculosidade e os libertou por analogia ao que o STF havia feito com a "quadrilha" que assaltou a maior empresa pública do país, estabelecendo uma espécie de escala tal como "roubar pouco pode..." e tudo isto é noticiado sem maior repercussão. Há um certo conformismo no sentimento coletivo, que podemos caracterizar como a "Omissão dos Bons" com que contam as minorias revolucionárias ao longo da história para dominarem o poder.

    Meus amigos, nosso subdesenvolvimento está garantido pelo menos até o ano de 2025. Não há a menor perspectiva de um regime de direita ou centro direita vencer as eleições antes disto, exceto mediante uma ruptura institucional.

    Chegamos num ponto em que ficou IMPOSSÍVEL retirar "democraticamente" através de votações as excessivas benesses garantidas constitucionalmente para o povo. Além disto o "capimunismo" [Capitalismo de Estado] e o regime juridico vigente, a Justiça ROMANA ou positivista (segundo a qual o Rito Processual é mais importante do que o "Mérito da Questão") garantem na prática a permanência dos esquerdopatas no comando do país.

    A maior especialidade da esquerda é fazer colheita no pomar alheio. Muitos liberais estão cegamente plantando pomares para "eles" especialmente na Agropecuária, sustentáculo maior da Economia Brasileira, apesar do Setor ser constantemente defenestrado pelos inimigos de plantão, como ambientalóides e ongues indigenistas, quilombolas, procuradores do trabalho usw...

    Tenho a convicção, caro amigo João Batista Olivi, de que somos apenas 4,0% da população acima de 12 anos de idade pregando Menos Marx, mais Mises?!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Telmo, falo e repito sempre, a elite do Brasil é muito fraca, ruim, despreparada, ignorante. A elite dirigente então, nem se fala. Na agropecuária, grandes fortunas, grandes rolos. Acontece que tudo é orquestrado, e vou citar um exemplo; Sim amigos, ele mesmo, Blairo Maggi finalmente encabeçou o movimento para conseguir "subsidios", ou seja, pediu dinheiro de graça, para que ele e seus amigos possam produzir alcool no norte do MT. Esse é o conceito de desenvolvimento para essa turma, o governo nos dá dinheiro para que nós, os iluminados possamos produzir alcool para vocês. Não se iludam produtores do Brasil, com o tempo, todas as terras passarão as mãos dos subsidiados. E não venham me falar que isso é um privilégio, pois tem outro nome. Com a infra-estrutura o grupo é maior e possui mais lideranças, ao contrário do alcool de milho, encabeçado por Blairo Maggi, possui pessoas de maior peso como Kátia Abreu. Como sabemos, construir infra-estrutura para o governo é o negócio mais rentável do Brasil. Então a ilusão é essa, acreditar no que falam os politicos e negar-se a acreditar naquilo que estão vendo. O que estamos vendo hoje nada mais é do que o resultado de anos de doutrinação, desde a década de 50, pois os mais velhos em sua maioria, são os mais empedernidos defensores desse sistema fracassado e que insistem em anunciar como o melhor que há. Blairo Maggi pensa que Lula é seu amigo e que sua descendencia está garantida em função dessa amizade, só que, Blairo Maggi e inúmeros outros irão fornecer aos comunistas a corda com que serão enforcados. Dentre os idiotas úteis, são os maiores.

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