Lula ainda não recebeu o recado de que já está morto e assombra o país como alma penada

Publicado em 13/05/2015 22:01
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

Lula ainda não recebeu o recado de que já está morto e assombra o país como alma penada

Lula é um assunto aborrecido.
Lula é um assunto chato.
Lula é um assunto do passado.
Lula é um assunto do Brasil que está morrendo.
Lula é um assunto contra o país nascente.
Lula é, em suma, e aqui já se disse, o cadáver adiado que procria.

Mas somos, os jornalistas, obrigados a falar dele, não é? Afinal, está por aí, se movimentando, tentando tirar o nariz fora d’água, sobreviver à sua triste decadência, incapaz de ser generoso com a própria história, com a própria biografia. Poderia, de fato, como prometeu, ter se retirado de cena quando estava no auge. Poucos se atreveriam — porque este é um país que gosta de alimentar mitos — a pôr o dedo na ferida, a apontar que as dificuldades pelas quais passamos agora tiveram origem, sim, no governo do companheiro, especialmente nos quatro anos finais.

Ocorre que Lula não é generoso consigo mesmo porque não consegue ser generoso com os outros. A glória de mandar e a vã cobiça sempre vêm primeiro. E eis que o vemos desesperado, mexendo-se como mosca presa numa teia de aranha, para tornar viável a sua candidatura à Presidência em 2018.

Na terça-feira à noite, lá estava Lula a descer o porrete em Dilma num encontro fechado com jovens sindicalistas, depois de ter dado algumas bordoadas na imprensa, que, segundo disse, dá crédito à palavra de bandidos. Os bandidos, no caso, são aqueles que, até outro dia, operavam em favor do seu partido, no esquema criminoso montado na Petrobras. Agora, o Apedeuta anuncia que vai sair país afora arregimentando as esquerdas e os movimentos sociais em defesa do PT.

Nesta quarta, Lula participou de um seminário no instituto que leva o seu nome, promovido em parceria com a tal Unasul (União das Nações Sul-Americanas), aquela estrovenga que ele criou em companhia de Hugo Chávez. E lá estava ele com a ladainha bolorenta da necessidade de integração dos países do continente, oferecendo como exemplo de ação virtuosa, santo Deus!, a construção do porto de Mariel, em Cuba, que teve financiamento secreto do BNDES.

Para o chefão petista, que deveria receber um raio fulminante enviado por Nelson Rodrigues lá do outro mundo, é o “complexo de vira-lata de parte da classe política que faz privilegiar acordos comerciais com Estados Unidos, em vez de América Latina e África”. Este senhor diz tal barbaridade quando, já está demonstrado, o Mercosul se transformou num dos fatores de atraso do Brasil.

Já disse aqui há algum tempo e volto a fazê-lo: Lula não está a criar uma só facilidade a Dilma Rousseff. Ao contrário. Na véspera da votação da MP 665, o horário político do PT, de que ele foi a estrela, quase pôs tudo a perder. O homem acusou o Congresso de atuar contra os trabalhadores, e, por muito pouco, a emenda não foi rejeitada. Agora, às vésperas da votação da MP 664, ele volta a fazer agitação sindical e proselitismo rombudo. Assim, a sua sucessora é obrigada a enfrentar, de um lado, a pressão dos “companheiros” — a CUT conseguiu liminar do STF para ocupar as galerias do Senado —  e, de outro, de partidos da base dispostos a arrancar mais alguns nacos de poder.

É evidente que Lula tem consciência de que a sua ação é desestabilizadora. Mas ele só sabe jogar assim. Que coisa impressionante! Todos conhecem o mito da alma penada. Em essência, ela é o quê? É o vagar de alguém que já morreu, mas que ainda não sabe; é o perambular de um ente que não aceita o lugar que lhe está reservado na terra dos mortos.

Lula é essa alma penada na política brasileira. Mas custa caro!

Por Reinaldo Azevedo

 

Qual é, Lula? Agora o PT quer ter o monopólio dos bandidos? Vamos democratizar a bagaça, companheiro!

Não há nome que provoque tamanho pânico no PT como o de Ricardo Pessoa, o dono da UTC, apontado pelo Ministério Público Federal como o coordenador do chamado “clube das empreiteiras”. É, entre todos os empresários enroscados na Lava Jato, o mais próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, com quem estabeleceu uma relação de amizade. E se julga abandonado pelo amigo.

Entre os presos, foi quem mais se deixou abater na cadeia, demonstrando maior inconformismo com a situação. Um acordo de delação premiada chegou a ser anunciado em fevereiro, mas houve depois um recuo. Não está claro por quê. Nos bastidores, o que se comenta é que ele se nega — ou se negava? — a admitir a tese do cartel.

Três meses depois, tudo indica que o acordo finalmente saiu. E, como se nota, a colaboração foi acordada depois de um habeas corpus do Supremo ter posto fim à prisão preventiva. Advogados que conhecem o caso — e já escrevi isto aqui — haviam me dito que Pessoa recusava qualquer forma de colaboração enquanto estivesse na cadeia. No seu caso, a prisão preventiva atrapalhava, em vez de ajudar, a investigação.

Pelo que se sabe até agora, Pessoa é quem põe a bomba mais perto do PT, de Dilma e de Lula. Nesta terça, o ex-presidente resolveu ter um chilique e saiu acusando a imprensa de dar crédito a denúncias de bandidos.

Pois é. Parece que o Babalorixá de Banânia e o PT querem ter o monopólio da bandidagem, não é mesmo? Enquanto Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa (que o chefão petista chamava “Paulinho”) operavam para os companheiros, estes os tratavam como pessoas de bem. Agora que a casa caiu, Lula gostaria que o jornalismo os ignorasse.

Digamos, Lula, que sejam todos bandidos… Cabe a pergunta: para quem eles operavam até anteontem? Leiam o que informa a VEJA.com.

*
O presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, viajou para Brasília nesta quarta-feira para firmar um acordo de delação premiada com a Justiça. Apontado como “chefe do clube do bilhão”o empresário, que está em prisão domiciliar, foi levado à Procuradoria Geral da República para formalizar seu compromisso de colaborar com as investigações em troca de uma redução de pena.

A decisão deve ter consequências importantes para a Operação Lava Jato, já que Pessoa atuou como porta-voz do do chamado “clube do bilhão”, que reunia as principais empreiteiras do país, e foi amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As colaboração dele deixa o escândalo do petrolão ainda mais perto do Palácio do Planalto.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Pessoa admitiu ter destinado recursos de propina para as três últimas campanhas eleitorais do PT à Presidência. Em 2006, por meio de caixa dois. Em 2010 e 2014, em doações registradas na Justiça Eleitoral. Ele também pagou 3,1 milhões de reais a José Dirceu para obter favores do PT, além de ter financiado com caixa dois a campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo em 2012.

Reportagem de VEJA também mostrou que Pessoa está disposto a contar como ajudou a financiar as campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa para o governo da Bahia – o primeiro, em 2006 e 2010. O segundo, em 2014.

VEJA revelou ainda uma anotação de Pessoa, apreendida pela Polícia Federal, segundo a qual ele menciona o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. “Todas as empreiteiras acusadas no esquema criminoso da Operação Lava Jato doaram para a campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?”, diz o texto apreendido.

Por Reinaldo Azevedo

 

Câmara aprova texto-base da MP 664 que altera regras de pensão por morte e auxílio doença

No Globo:
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, por 277 votos a favor, 178 contra e uma abstenção, o texto-base da Medida Provisória 664, que torna mais rígida a concessão de pensão por morte e auxílio doença e é uma das MPs do ajuste fiscal. No entanto, o governo poderá sofrer derrotas na votação dos destaques que podem modificar o texto, como o que altera o fator previdenciário, que deverá ser votado na quinta-feira.

A oposição usou a tribuna da Casa para criticar as medidas previstas na MP. Nas galerias, militantes da Força Sindical aplaudiam deputados contrários às medidas e vaiavam os que estão defendendo. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu silêncio e respeito aos que falam na tribuna.

Deputados da oposição abriram, no início da noite, uma faixa no plenário com críticas e acusações de que o PT traiu sua base popular, os trabalhadores. E, em seguida, começaram a cantar o refrão do samba “Vou Festejar”, que diz “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.”Eu posso pedir às galerias para silenciar, mas não aos deputados”, disse Cunha.

Por Reinaldo Azevedo

 

Sem a política, sobra a ditadura. A gente escolhe o quê?

Ainda vou tratar com mais vagar a coisa. Mas faço uma primeira abordagem. O ajuste fiscal é necessário?  É, sim! As medidas que estão sendo votadas, na sua essência e no seu mérito, são absurdas? A resposta é “não”. Como se explica, então, a posição da esmagadora maioria da oposição e das centrais sindicais?

Bem, a das centrais, para ser entendida, não requer muita prosopopeia. Defendem um ponto de vista que é do interesse das corporações que representam. E as oposições?

Vamos lá: incompreensível é o posicionamento do governo, não é? Se a questão do ajuste não tivesse estado no centro do debate eleitoral, talvez se pudesse esperar um comportamento mais compreensivo. Ocorre que Dilma venceu a disputa por margem bastante apertada atribuindo ao adversário intenções, segundo ela, malévolas, que estão agora na essência do pacote fiscal.

Obviamente, o PT não pode ganhar, quando faz promessas de estelionatário e quando põe em prática o estelionato.

Além de votar contra, a obrigação mínima da oposição é desgastar o governo o máximo possível. Isso é só política. E, sem política, o que se tem é ditadura. É tão simples!

Por Reinaldo Azevedo

 

Os atuais ministros do STF e Fachin

Há um jeito de fazer campanha em favor da aprovação de Luiz Edson Fachin com a aparência de que se está fazendo apenas um registro objetivo. Basta indagar a um ministro do Supremo: “O que o senhor acha?”. E se ouvirão, necessariamente, elogios. Afinal, os atuais membros do tribunal diriam o quê? Todos haverão de elogiar a competência do homem.

Mas é claro que há falas e falas. O decano do STF, Celso de Mello, afirmou que o candidato tem “alta qualificação profissional” e que o Senado “agirá com sabedoria”. Espero que aja, sim, e que rejeite o nome.

Roberto Barroso saiu-se com uma declaração estranha: “Eu acho que as resistências, em grande parte, têm mais a ver com uma conjuntura do país do que com a qualificação do professor Fachin, que é inequívoca”. Perfeito! Ninguém disse que ele não sabe direito. A questão é saber que direito o sabe, se me permitem o gracejo estilístico.

Para Marco Aurélio, Fachin “é um grande quadro para o Supremo e que não pode ser utilizado como instrumento para retaliar o poder Executivo que o indicou”. Quem falou em retaliação, ministro? O senhor acha ilegítimo que se rejeite um nome em razão de suas opiniões, de seus valores, de seu credo, vamos dizer, jurídico, ainda que ele tenha a Constituição na ponta da língua?

Podemos, claro!, decretar o fim da política inclusive para eleger presidente da República. Que tal um vestibular?

Uma dica para os repórteres: perguntem aos ministros do Supremo se eles fariam a mesma leitura que fez Fachin da Constituição do Paraná e da Lei Complementar quando decidiu ser, ao mesmo tempo, procurador do Estado e advogado de banca privada. Eles a consideram tecnicamente correta?

Um pouco mais de seriedade, por favor!

Por Reinaldo Azevedo

 

Direto ao Ponto

1 Minuto com Augusto Nunes: Mensaleiro condenado pelo Supremo entra em cena no Petrolão e confirma que foi o chefão da turma quem apadrinhou Paulinho de Lula

Destaque do PP no escândalo do mensalão, o deputado pernambucano Pedro Corrêa foi cassado em março de 2006 e, em 2013, condenado a mais de 9 anos de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal. No mês passado, ainda cumprindo pena por ter embolsado alguns milhões de reais em troca do apoio ao governo Lula, reiterou que é irrecuperável: a Polícia Federal descobriu que Corrêa também se incorporou à quadrilha do Petrolão.

Nesta terça-feira, quase no fim de um depoimento em Curitiba, o veterano mensaleiro confirmou que foi Lula quem escolheu Paulo Roberto Costa para comandar a diretoria de Abastecimento da Petrobras. O afilhado do presidente já confessou ter feito o diabo. O padrinho de Paulinho do Lula, claro, faz de conta que nunca soube de nada. Conta tudo, Pedro Corrêa!

Carlos Brickmann: A campanha de Fachin mostra que é ótimo ser ministro do Supremo

O advogado Luiz Edson Fachin, indicado pela presidente Dilma para o Supremo Tribunal Federal, tem o posto em alta conta. Para alcançar a honra de integrar a mais alta corte do país, recebendo muito menos do que profissionais tão bem sucedidos quanto ele, investiu com força em imagem. Para apoiar sua candidatura, contratou Renato Rojas da Cruz, que foi, pela empresa Pepper, o chefe dos marqueteiros digitais na campanha de Dilma (segundo seu currículo, comandava a equipe de criação de redes sociais). Rojas montou um site de apoio a Fachin,www.fachinsim.com.br. Sua participação era desconhecida, mas o segredo foi escancarado pelo bloghttps://br.noticias.yahoo.com/blogs/claudio-tognolli/, do jornalista Cláudio Tognolli. A campanha “Fachin sim” utiliza também o Facebook, o twitter e o You Tube. Preço? Não se conhece o número exato; mas Rojas já trabalhou na cúpula de uma campanha presidencial e é professor da Universidade de Brasília. É bem cotado no mercado de campanhas.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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