Lula confessou mensalão a Mujica. Pior: justificou! Ex-presidente uruguaio entrega petista em livro
Bomba atômica! Lula confessou mensalão a Mujica. Pior: justificou! Ex-presidente uruguaio entrega petista em livro
Lula sabia de tudo. Lula confessou tudo. Lula justificou tudo.
A notícia está no Globo. O petista disse ao então presidente José Mujica, do Uruguai, que o mensalão era “a única forma de governar o Brasil”.
Sim, o mensalão: a compra de apoio político com dinheiro público para beneficiar o governo do PT.
O episódio foi relatado pelo próprio Mujica aos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, da revista semanal ‘Búsqueda’, que o reproduziram no livro-reportagem “Uma ovelha negra no poder”, lançado no Uruguai nesta semana.
Os autores convivem com Mujica há 17 anos. Todas as conversas com ele estão gravadas.
Segundo o ex-presidente uruguaio, seu ex-vice Danilo Astori estava na sala e também ouviu a confissão de Lula. Ou seja: são duas testemunhas.
Mujica disse aos jornalistas:
“Lula não é um corrupto como (Fernando) Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros. Mas viveu esse episódio (do mensalão) com angústia e um pouco de culpa”.
Um “pouco”.
Quando o assunto do mensalão veio à tona numa reunião feita em Brasília nos primeiros meses de 2010, Lula disse textualmente a Mujica, segundo ele próprio:
“Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens. Essa era a única forma de governar o Brasil”.
Os jornalistas ainda relatam que a proximidade de Mujica e Lula era tão grande que o uruguaio “soube que Dilma seria a candidata (à Presidência) muito antes que isso se tornasse público” e também que, depois, Lula apoiaria sua reeleição.
“(Mujica) Entendeu perfeitamente essa jogada”, escreveram Danza e Tulbovitz. “Lula preferia ser o poder nas sombras e, depois do mensalão, não ficar exposto demais”.
Em outras palavras: Lula era o chefe.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Ex-presidente do Uruguai diz que Lula lhe confidenciou um crime contra o Estado brasileiro. Babalorixá de Banânia tem de ser convocado a depor na CPI do Petrolão! Já!
Luiz Inácio Lula da Silva, sim, ele mesmo!, tem tanta intimidade com as grandezas do universo que já se referiu à Terra como “planetinha”. Tudo é uma questão de ponto de vista, não é mesmo? Pensem bem: o que é o universo perto de Lula? Mera distração de Deus nas horas intersticiais do tédio. O Senhor pensou grande mesmo quando deu à luz o Babalorixá de Banânina. Aí desafiou: “Agora eu vou mostrar para Michelangelo quem é o verdadeiro Michelangelo…”.
O Altíssimo se referia, claro!, àquele momento em que o artista, depois de esculpir Moisés, deu-lhe num toquezinho no joelho e disse: “Parla” (“fala!), tal era a perfeição da obra. Sim, meus caros, Lula é um Moisés que rivaliza com o próprio — ele também abre os mares se preciso — e supera o de Michelangelo: afinal, fala! Pelos cotovelos! Por isso mesmo, dada essa grandeza, Lula deve agora explicações ao mundo.
Como o mundo não se interessa mais pelas coisas que ele diz e pensa; como ninguém mais se importa com a personagem acidental que Marilena Chaui achava poder revolucionar a filosofia, basta, então, que se explique à CPI do Petrolão. Convocá-lo passou a ser, agora, um imperativo moral. E por quê?
José Mujica, o esquisito que já governou o Uruguai, e que também fala pelos cotovelos, revelou num livro-depoimento chamado “Una Oveja Negra al Poder” — “Uma ovelha negra no poder” —, escrito pelos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, que, em 2010, o Moisés de Garanhuns e de São Bernardo lhe confidenciou que o mensalão “era a única forma de governar o Brasil”. Vale dizer: Mujica afirma em seu depoimento que Lula lhe confidenciou um crime contra o Estado brasileiro.
Notem: o que foi o mensalão? Consistia no uso de recursos públicos e privados para formar uma espécie de estado paralelo. O que é o petrolão? Trata-se de um mensalão muito mais ousado, em que, da mesma forma, recursos públicos e privados são empregados para capturar o estado.
Mujica e Lula são companheiros à esquerda. Ambos se dizem socialistas, ainda que um cultive o socialismo à brasileira, e o outro, à uruguaia. Refiro-me, claro!, a dois exotismos sem paralelo no mundo, hoje ou em qualquer tempo. Em comum, no entanto, eles têm aquele papo furado contra as elites, contra os conservadores, contra a tradição… Cada um deles, também, é irresponsável a seu modo. De toda sorte, duvido que Mujica esteja mentindo. Lula certamente lhe fez mesmo aquela “confidência”, até porque é os que petistas vivem dizendo por aí.
Num debate eleitoral na televisão, em 1986, o empresário Antônio Ermírio de Moraes, que morreu no ano passado, afirmou que “a política é a arte de pedir voto aos pobres, dinheiro aos ricos e mentir aos dois”. Lula, como ninguém, levou adiante essa máxima.
Em entrevista recente ao jornal espanhol El País, afirmou Mujica: “A esquerda morre quando a cobiça de se fazer dinheiro entra na política. Por que a corrupção prolifera tanto? Parece sensato que pessoas de 60, 70 anos se emporcalhem com uns pesos imundos? Eles sabem que têm pouca vida pela frente. O tema de ter dinheiro para ser alguém pode ser uma ferramenta de progresso no mundo do comércio, onde se correm riscos empresariais, mas estamos fritos quando se mete na política. Isso aconteceu na Itália, em parte da Espanha. É inexplicável o que se passa no Brasil”.
Não é inexplicável, não! É muito explicável! Mujica, mesmo sendo meio doidivanas, não assumiu o poder com o propósito de aniquilar as demais forças políticas, de se estabelecer como partido único, de eliminar a oposição. Também não tinha e não tem a ambição de liderar a esquerda latino-americana.
O nosso Moisés tinha propósitos maiores, não é? Tanto é assim que criou o Foro de São Paulo, com Fidel Castro. Lula deveria ter feito outra confissão a Mujica: “É impossível dar um golpe nas instituições, como queremos, sem recorrer a coisas como o mensalão”. Aí, sim, estaria a dizer a verdade.
Por Reinaldo Azevedo
Programa de Dilma “Mais Desemprego” é sucesso nacional. Nordeste apresenta a maior taxa do país
Dilma Rousseff tem mais um motivo para se orgulhar.
A taxa de desemprego alcançou a marca de 7,9% no primeiro trimestre deste ano, o maior índice registrado desde o primeiro semestre de 2013, quando atingiu 8%.
O número de desempregados no país chegou a 7,9 milhões de pessoas, subindo 23% em relação aos três últimos meses de 2014.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE.
Resultado: 1.400.000 desempregados a mais – e com mais dificuldade para obter o seguro-desemprego, cassado pelo governo.
O Nordeste, curral eleitoral do PT, foi a região que registrou a maior taxa de desempregados, com 9,6%.
A receita agora é simples: distribuir mais Bolsa Família com o dinheiro que o país não tem.
Parabéns, Dilma Rousseff.
O programa “Mais Desemprego” é sucesso nacional.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Como educar a “oposição” com gansos
Por conta da quantidade insuficiente de policiais militares e agentes penitenciários, cinco gansos reforçam a segurança da penitenciária superlotada de Esperantina, no Piauí.
A notícia está no UOL. A diretoria colocou as aves na área externa, entre o prédio e o muro de contenção, para impedir fugas de presos.
Eles estão lá há dois anos e meio e já impediram cinco presos de fugir no final de 2014.
Ao ver estranhos, os gansos emitem sinais de alerta e atacam quem tenta chegar perto.
A ideia tem de ser copiada em Brasília.
Por conta da quantidade insuficiente de opositores ao governo do PT, precisamos com urgência do reforço dos gansos no Congresso.
É preciso colocá-los entre Michel Temer e os colaboracionistas de DEM, PSB, PV e Solidariedade para impedir a fuga deles para o lado de Dilma Rousseff.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Dilma Rousseff deixa mulheres de presos políticos na mão
Conforme o esperado, Dilma Rousseff amarelou pela quinta vez na semana e não recebeu as venezuelanas Lilian Tintori, mulher do opositor Leopoldo López, e Mitzy Ledezma, mulher do prefeito de Caracas Antonio Ledezma.
Elas vieram ao Brasil pedir ajuda para a libertação de seus maridos, ambos sequestrados e mantidos em cativeiro pela ditadura chavista de Nicolás Maduro, apoiada por Dilma, Lula e PT.
Dilma também ignorou Rosa Orozco, que teve uma filha assassinada durante protesto contra o governo, na capital da Venezuela.
A petista repassou a tarefa de receber as três ao Itamaraty, mais especificamente a Clemente Baena Soares, diretor do departamento das Américas.
Que fique a lição para as mulheres venezuelanas: não adianta pedir socorro aos cúmplices da ditadura assassina.
Bem mais eficaz é denunciar sua cumplicidade.
* Relembre aqui no blog:
- Para vencedores do Nobel, Dilma é cúmplice de ditaduras
- Polícia de Maduro mata adolescente em protesto. Cúmplices morais: Lula, Dilma, PT, PSOL, PCdoB…
- Dilma é cúmplice moral do sequestro do prefeito de Caracas, cujos apelos ela ignorou um ano atrás
- A inimiga número 1 da ditadura amiga do PT jamais será perdoada por ter chamado Chávez de ladrão em sua frente. Dilma se cala diante da perseguição de Maduro a María Corina, enquanto o mundo se solidariza com a ex-deputada
- Dilma, “a mãe do Brasil”, é cúmplice do sofrimento das mães da Venezuela. Uma delas diz: “Não foi a oposição que matou meu filho, foram os coletivos armados”
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Áudio revela a fraude de Guido Mantega na Petrobras
Não foi só o rombo nas contas públicas com pedaladas fiscais.
Guido Mantega também tentou esconder o rombo de R$ 88,6 bilhões no patrimônio da Petrobras.
A Bloomberg, no começo de março, já tinharevelado que Dilma Rousseff mandou atropelar a lei para que o rombo fosse escondido.
A petista recebeu ligações de Mantega e Graça Foster na noite em que ambos “estavam no meio de uma reunião do conselho e discordaram acaloradamente”.
A Folha de S. Paulo obteve o áudio dessa reunião de oito horas, realizada no dia 27 de janeiro deste ano. A gravação comprova as posições do ex-ministro da Fazenda e da então presidente da Petrobras antecipadas pela Bloomberg.
Enquanto Mantega pressionava pela fraude, Graça defendeu que o mercado fosse informado, o que acabou ocorrendo em uma nota explicativa e desagradando Dilma, que a substituiu pouco tempo depois por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil.
Quando finalmente divulgou seu balanço três semanas atrás, a Petrobras desprezou aquele valor e admitiu ter perdido R$ 44,6 bilhões em patrimônio, principalmente pela má gestão e pela corrupção na construção de refinarias.
A gravação
Mantega, que presidia o conselho de administração, diz no áudio:
“Acho uma temeridade divulgar esse número. Vai afetar o nosso rating, custo financeiro, a solidez da empresa por algo de que não temos certeza. Cria a possibilidade de que a Petrobras tenha um endividamento muito maior em relação a seu patrimônio.”
Graça poderia ter respondido que temeridade é entregar o Brasil a Mantega. Mas apenas se mostrou preocupada em ser responsabilizada por omitir informações:
“E se a CVM me pergunta sobre esses números? Se existe, porque não divulgaram? Quem está escondendo esse número? De quem é a responsabilidade? Da diretoria ou do conselho?”
Ela tinha receio de vazamentos, porque “mais de cem pessoas tiveram acesso”.
Mantega responde que a empresa “faz vários relatórios e nem todos são revelados”.
Em seguida, o afilhado político de Dilma busca a cumplicidade dos colegas: “o que discutimos aqui está sobre regra de sigilo. Somos todas pessoas responsáveis. [O número apurado pela consultoria] não deveria vazar”.
Graça argumenta que há ainda outro motivo para divulgar os números.
No dia seguinte, a Petrobras corria o risco de que 27 credores pedissem a antecipação do vencimento de US$ 19,3 bilhões em dívidas, porque a estatal não conseguia divulgar o balanço, uma obrigação estabelecida em contrato.
“Temos que negociar com esses credores. Pode ter chinês batendo na nossa porta cobrando todo tipo de coisa. Agora, quanto mais informação você mostra, mais chance tem de ser bem-sucedido.”
Não foi o caso de Graça, é claro. No governo do PT, quanto mais você mostra, menos chance tem de manter o cargo.
A ameaça
Na reunião, Mantega teve o apoio de Luciano Coutinho, Miriam Belchior e Sérgio Quintela. Graça, dos representantes dos acionistas minoritários, Mauro Cunha e José Monforte, e do representante dos funcionários, Silvio Sinedino.
“Se não divulgarmos os dados, estaremos mentindo. Estamos vendo uma mudança de 180 graus no que foi discutido dois dias atrás, o que reflete mais uma vez a interferência do acionista controlador da companhia (o governo)”, disse Cunha.
Dilma, de fato, queria que Mantega mentisse. Uma pena que a Folha não tenha obtido o áudio de seu telefonema para a madrinha.
O jornal informa, no entanto, que Mantega acaba concordando com a publicação do cálculo, porque, nos bastidores da reunião, o governo tomou conhecimento de que Cunha e Monforte pretendiam protocolar o número na CVM caso ele não fosse divulgado.
“Foi só nesse momento, às 22h, que Mantega permitiu que o cálculo fosse divulgado.”
Essa gente é assim: só admite o mínimo de transparência à base de ameaça.
Procurado, o ex-ministro informou à Folha que “o que importa é que, sob sua presidência, o conselho divulgou os dados, e que discussões internas fazem parte do processo de decisão da companhia”.
Assim como Dilma Rousseff sobre as investigações do Petrolão, Mantega também se vangloria daquilo que tentou impedir.
É próprio de todo petista.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Decisão absurda! Juíza manda pagar salário a quem não trabalha!
Parece piada, mas é verdade! Vamos ver.
Em todo o mundo livre, a greve é uma decisão de uma categoria de trabalhadores, ou de parte dela, que decide arcar com o ônus da paralisação. Esse ônus — deixar de receber os dias trabalhados — é a cota de sacrifício para o bem vindouro. E se a greve for malsucedida? Bem, como em todo jogo, pode-se ganhar ou perder. Também o patrão tem a sua cota: a paralisação da produção. Sim, eu sei, no serviço público, o patrão é o povo, coitado!
Só no Brasil a greve vira uma questão cartorial. É estupefaciente!
A juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4.ª Vara da Fazenda Pública, proibiu, imaginem vocês, o Estado de cortar o ponto dos professores em greve. O argumento? Segundo ela, a “greve é um direito” e, até que não seja julgada a sua legalidade, os dias não podem ser descontados. Ou por outra: a juíza, com a sua decisão, iguala grevistas a não-grevistas, quem trabalha a quem não trabalha.
Sim, a greve é um direito — sempre considerei um absurdo que também o seja para servidores, mas nem trato disso agora. Por isso mesmo, grevistas não podem ser punidos por um greve considerada legal. Mas receber como se trabalhando estivessem?
Ora, meritíssima! Grevista que recebe salário não faz greve, mas cabula o emprego, não é mesmo? Bebel Noronha, a presidente do sindicato, não tem representatividade para emplacar uma greve para valer, e a Justiça, então, decide lhe dar uma mãozinha.
É o fim da picada! Grevistas, agora, têm o bônus do salário, o bônus de não trabalhar e, se a reivindicação for atendida, o bônus do novo benefício. Cadê o ônus? É a isso que se pode chamar “Justiça”, palavra que, na origem remete a equilíbrio? Tenham a santa paciência!
Por Reinaldo Azevedo
A pantomima de Jandira Feghali e o fascismo das esquerdas nababescas. Ou: Mais respeito com Roberto Freire! Ou ainda: Que o meu texto seja lido no Conselho de Ética da Câmara!
Assisti nesta quarta, na Câmara, a um dos espetáculos mais asquerosos dos últimos tempos. A protagonista foi a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), uma notória criadora de caso, que diz as mais estúpidas barbaridades com aquele seu ar de suposta superioridade moral. E põe suposta nisso! Seu pensamento é detestável. Sua argumentação é pilantra. Seu feminismo é burro e obscurantista. E até Dilma Rousseff, que hoje tenta pegar carona em tudo o que é rebarba nas redes sociais, resolveu entrar no debate. A principal vítima da baixaria foi o deputado Roberto Freire (PPS-SP), um homem decente e correto, de 73 anos.
Tudo começou quando o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), 43 anos distribuídos numa massa relativamente corpulenta, resolveu ter um faniquito porque as galerias haviam jogado no plenário uma chuva de “PTrodólares”, notas que imitavam a moeda americana, com as efígies de Dilma, Lula e João Vaccari Neto. O comunista do Brasil surtou e, junto com os petistas, cobrou que os manifestantes fossem retirados da Câmara. Ainda lembrarei como os aliados de Orlando costumam ser delicados com aqueles de que discordam.
Freire se aproximou do microfone que fica no plenário para contraditar Silva. Um senhor de 73 anos tocou os ombros do jovem de 43 não para agredi-lo, mas para chamar a sua atenção. Pode não ter sido o melhor meio, mas terá sido aquilo agressão? Foi o que bastou para que Jandira, metida a Mulher Comunista Maravilha, se pusesse entre os dois. Ora vejam! Mãe Jandira, 57, queria proteger um correligionário de 43 da suposta agressão de um senhor de 73! É ridículo! É patético! É asqueroso! É moralmente doloso!
Ali no empurra-empurra, o deputado do PPS teria tocado ou, sei lá, puxado o braço de Jandira, que começou a gritar feito uma doida, afirmando que estava sendo agredida por um homem. Acusou o “machismo” de Freire e a sua suposta truculência. O nome disso é assédio moral, é falsa comunicação de um crime, é oportunismo político. Eu assistia a tudo enojado, quase vomitando.
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi ao microfone em defesa de Freire. Afirmou que estava ao lado, que assistiu a tudo e que o deputado do PPS não havia agredido ninguém. E disparou a seguinte frase: “Quem bate como homem tem que apanhar como homem”.
Ah, aí Jandira viu o pretexto ideal para a sua pantomima. Como soava um pouco ridículo se dizer agredida por Freire, a deputada e outros esquerdistas mixurucas viram em Fraga a vítima ideal. Afinal, como não cansam de lembrar meus coleguinhas de esquerda na imprensa, ele é “coronel da reserva da PM do DF” e membro de uma tal “bancada da bala”, inventada por jornalistas “progressistas”.
É evidente que ao empregar o verbo “bater”, o deputado não estava se referindo à porrada, mas ao embate natural num Parlamento. Até porque, ali, as pessoas não trocam socos. A sua frase, em essência, é menos sexista e discriminatória do que o teatro de quinta estrelado por Mãe Jandira. Aliás, não há nada de sexista: ela trata é de igualdade. Num Parlamento, não existem homens, mulheres, brancos, negros, gays, héteros… Num Parlamento, existem representantes do povo. Qualquer discriminação de identidade reduz o papel da representação. Se cada um se portasse de acordo com a sua condição e votasse pensando apenas em protegê-la, jamais haveria mudança.
Ah, mas aí começou a gritaria, como se Fraga estivesse advogando que se batesse em mulher. Infelizmente, vi e vejo essa interpretação ser repetida nos jornais. Na Folha desta quinta, por exemplo, Bernardo Mello Franco escreve: “Líder da bancada da bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) (…) afirmou que uma colega merecia ‘apanhar como homem’”. FRAGA NÃO DISSE ISSO. E MELLO FRANCO SABE MUITO BEM. ATÉ A GRAMÁTICA, NÃO FOSSE O CONTEXTO, EXPLICA POR QUE NÃO. Na própria Folha Online, leio um desdobramento da cena lamentável de ontem. Não há a menor menção a Freire e à origem da confusão, que explica o resto. Não é assim que se faz.
Tenham mais respeito
Jandira Feghali foi à tribuna. Cascateou à vontade, afirmando que quem lutou no Araguaia não teme machismo. Que nojo! Os primeiros guerrilheiros começaram a chegar à região em 1967, quando ela tinha 10 anos e ainda, suponho, brincava de boneca. Quando a coisa acabou, estava com 17. Não lutou no Araguaia. “Ah, Reinaldo, ela se referia ao PCdoB…” Entendi! Agora existe a “guerrilha herdada”. Vão se catar!
Roberto Freire era comunista quando essa escolha rendia cadeia e morte, como, aliás, aconteceu com alguns de seus contemporâneos. Sim, eu repudio a ideologia à qual ele estava ligado, mas tenho apreço pela coragem. Jandira ingressou no PCdoB em 1981. Em 1985, o partido já estava legalizado. O único risco que sempre correu é o de ser atropelada pelos fatos, pela verdade e pela história. E Orlando Silva? É um comunista do Brasil desde 1988…
Tenham mais respeito, os dois, por Roberto Freire. Se não têm a grandeza de reconhecer a sua coragem e a sua retidão, tenham ao menos o decoro de não se dizer ameaçados por um homem de 73 anos, que nunca agrediu ninguém.
Ademais, fosse para escolher, qualquer pessoa decente ficaria com Freire, que foi comunista quando isso podia implicar tortura e morte. Jandira e Orlando são comunistas quando isso significa poder e cargos.
Parece que Jandira vai denunciar Fraga no Conselho de Ética. O deputado pode usar, se quiser, esse meu texto como contribuição à sua defesa. Não o conheço. Nunca falei com ele. Mas sei que a frase “Quem bate como homem apanha como homem”, além de ser um chavão frequentemente repetido por aí, sem intenção machista, não significa estímulo ao espancamento de mulheres. Quer dizer apenas que, ao escolher determinadas formas de luta, as pessoas escolhem também a forma do contra-ataque. Só isso.
Qualquer linguista sabe que os termos são permutáveis sem mudança de sentido:
“Quem bate como mulher apanha como mulher”;
“Quem bate como gay apanha como gay”;
“Quem bate como corintiano apanha como corintiano”;
“Quem bate como vegetariano apanha como vegetariano”;
“Quem bate como idiota apanha como idiota”.
E vai por aí.
Eu só não reconheço a validade da frase “Quem bate como Jandira apanha como Jandira”. Sabem por quê? Porque espero que seus adversários não adotem, na resposta, a baixeza a que ela recorreu no ataque.
Ela e Orlando Silva devem desculpas a Freire! E setores da imprensa devem a Fraga a leitura do que ele disse, não do que ele não disse. Têm o direito de não gostar dele, mas não o de lhe atribuir o que não lhe pertence.
Ah, sim, quase me esqueço. No Twitter, algum estafeta de Dilma escreveu: “A política fica menor –com p minúsculo– quando é praticada com base no sexismo e no machismo. Minha solidariedade à deputada Jandira Feghali, ameaçada no plenário da Câmara, na noite de quarta-feira (6), por expor suas ideias”.
Cuidado, presidente! Quem bate como Dilma apanha como Dilma. Fosse eu Fraga, cobraria da petista um esclarecimento. Quem fez a ameaça? Mesmo quando se é chefe do Executivo, a calúnia e a difamação não parecem ser boas escolhas.
Texto publicado originalmente às 23h56 desta quinta
Por Reinaldo Azevedo
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