"Ela tenta jogar, mas, além de tudo, é… inexperienta!!!", por CARLOS BRICKMANN
Carlos Brickmann: Ela tenta jogar, mas, além de tudo, é… inexperienta
Notas da coluna de Carlos Brickmann publicada em vários jornais neste domingo
Dilma, a suprema, decidiu ceder: para atender ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a quem detesta, nomeou para o Ministério do Turismo o ex-deputado Henrique Alves, de quem não gosta. E, para não parecer que se rendeu incondicionalmenta, aplicou um bom corte nas verbas já escassas do Turismo.
E que é que aconteceu?
1 – para nomear Henrique Alves, teve de afastar o ministro Vinícius Lages, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros – um político pelo menos tão poderoso quanto Eduardo Cunha. Renan manifestou seu desagrado da maneira mais clara possível: rejeitou todas as propostas de Dilma para dar novo cargo a Lages e preferiu nomeá-lo para a chefia de seu Gabinete. Para um peemedebista, recusar bons cargos é a maior demonstração de que o relacionamento vai mal.
2 – Eduardo Cunha já estava irritado com a demora na nomeação de Alves. Ficou mais irritado ainda com o corte das verbas. Mas tem um motivo de satisfação: provou para seu partido e para o país que manda mais que a presidente. Não perderá oportunidade de exercitar seu poder à vontade, goste ela ou não. E já começou: nos próximos dias, entra na pauta a redução do número de Ministérios.
3 – Renan Calheiros é frio, experiente. Não reage: só se vinga. Talvez Luiz Edson Fachin, escolhido por Dilma para o Supremo, tenha problemas para que o Senado o aprove. E Renan apoiará Cunha na redução do número de Ministérios.
Como se diz em futebol, ao mau jogador até a bola atrapalha.
Didi…
Aliás, o acordo entre Cunha e Dilma que levou Henrique Alves ao Ministério trouxe outro item desagradável: um corte no reajuste dos aposentados. No projeto que manteve o reajuste do mínimo, estavam incluídos os aposentados.
A fortuna que ganhariam – 7%, aproximadamente – foi considerada excessiva pela presidente. E os aposentados foram retirados do projeto. Vão ficar com 5,5%, e não é para sair gastando feito doidos. Nenhum jornal aproveitou a oportunidade para publicar o grande título: “Novo ministro custa o reajuste dos aposentados”.
… Dedé…
O ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou a construção de 12 novas usinas nucleares no país, sendo quatro até 2030 e outras oito entre 2030 e 2050. Sabe de nada, inocente (embora “inocente” seja uma palavra perigosíssima quando aplicada a autoridades).
Angra 3 está sendo construída há mais de 30 anos e até hoje não entrou em funcionamento. O programa nuclear brasileiro começou na primeira metade da década de 1970 e só completou duas usinas. E desde 2011, data do tsunami que atingiu a usina nuclear de Fukushima, praticamente não há no mundo construção de novas plantas atômicas para geração de energia.
A probabilidade é de que as usinas atômicas de Braga fiquem prontas junto com o trem-bala, mesmo com aqueles orçamentos elásticos de sempre.
… Muçum…
Dizem que muita gente da oposição estaria na lista de depositantes ilegais do HSBC suíço – os SwissLeaks. Deve haver. E fica difícil, por isso, entender por que Dilma está tão sossegada no caso. O senador Ricardo Ferraço, do PMDB capixaba, na oposição desde que acolheu no Brasil o senador boliviano Roger Pinto, dando-lhe ajuda para escapar da Bolívia, procurou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do PT, para saber por que o Governo brasileiro demora tanto para pedir à França e à Suíça a lista dos depositantes.
Cardozo ficou rouco de tanto ouvir. Seria interessantíssimo ver a lista completa dos depositantes brasileiros clandestinos. Estarão ligados a Petrolão, doações ilegais, essas coisas?
…Zacarias
Está certo, a Caixa Econômica Federal teve de colocar bom dinheiro no Banco Pan-Americano, de Sílvio Santos, para evitar problemas; é certo, também, que a Caixa patrocina boa parte dos clubes das divisões principais do nosso futebol, e isso é caro. Mas tirar o dinheiro justo de quem economiza para comprar sua casa?
Pois aconteceu: a Caixa aumentou os juros do crédito imobiliário pela segunda vez neste ano, agora para 9,45%, para acompanhar a Taxa Selic. Pague! E nada de reclamar: quem não puder pagar o Minha Casa, Minha Vida pode perfeitamente alistar-se em algum movimento de Sem-Teto e invadir um bom imóvel.
Eu sou a Gilma. Tenho tanta notícia para abafar que mandei comprar um microondas maior (por FELIPE MOURA BRASIL)
Oi, internautas. Eu sou a Gilma. A Gilma Ussete.
Quero dizer pr’ocês que ninguém irá me derrubar. Por quê?
Porque eu já estou deitada, lendo o noticiário. Quero dizer: ouvindo a leitura do meu assessô.
Em 3 de outubro de 2014, segundo ele, todo mundo aqui em casa já sabia que uma empresa holandesa havia corrompido a nossa PTbras.
Aqui, sim: na Casa da Gilma Ussete, que ocês conhece como CGU.
O delator estrangeiro havia dito: “Os holandeses me disseram pessoalmente que propinas foram pagas” pela empresa para funcionários da PTbras.
Por que ele foi contar esse segredo logo para nóis?
Eu conto pr’ocês: a Holanda é um país muito frio. A informação que vem da Holanda chega congelada no Brasil e precisa ser rapidamente abafada. E como ocês sabe: abafar é com nóis.
Aqui na Casa da Gilma Ussete, o microondas tem um aviso: “Refeição, 3 minutos”, “Pipoca, 5 minutos”, “Propina, até depois da eleição”.
Nós seguimos as regras de uma maneira muita clara e transparente. Tão transparente que ocês não viram nada durante a campanha eleitoral. Agora, graças a nóis, a informação está quentinha.
A empresa confessou o pagamento de 139 milhões de dólares em propinas no Brasil, sendo 300 mil para a minha campanhazinha, como ocês ficáru sabendo por aquele outro delator Molusco, quero dizer, Barusco.
Naquele mesmo período, a empresa holandesa transferiu, na verdade, 311 mil dólares para a conta de seu operador nas Ilhas Virgens, de modo que eu já mandei investigar onde foram parar esses 11 mil de diferença entre a denúncia e o recibo.
A prova de que nós desvirginamos as ilhas com os 311 mil consta de uma planilha entregue pelo delator da empresa holandesa aos funcionários aqui da CGU, que abafáru tudinho e depois me servíru com champanhe.
Aí é que veio o problema: champanhe engorda. Então eu precisei de pedalar.
Mas um monte de gente quer se meter na minha vida dizendo que eu não posso dar as minhas pedaladinhas com a bicicleta dos outros. Isso é um absurdo, pô.
Veja o ministro Augusto NERD, do TCU, o Tribunal Contra Ussete. Ele disse que eu devo de ser responsabilizada legalmente pelas minhas pedaladas fiscais:
“Existem várias situações de ilegalidade em relação às pedaladas. Já no ano passado havíamos encontrado uma situação muito crítica pelo fato de o Ministério da Fazenda não ter contabilizado algumas operações. E agora constatamos que houve uma série de empréstimos feitos pela CEF e outras instituições que somam mais de 40 bilhões de reais sem uma sustentação legal”.
Veja: 40 bilhões de reais. Hoje em dia ocês se preocupa com cada mixaria…
Então eu tive de mandar o José Eduardo Cardozo me defender. Mas ocês num acha curioso? Toda vez que eu digo “CardoZo, vai lá me defender!”, o CardoSo que sai primeiro em minha defesa é o Fernando Henrique.
O ex-presidente falou que “é especulação” dizer que eu devo de ser responsabilizada pelas minhas próprias pedaladas. Ele ainda acrescentou: “Impeachment não pode ser tese. Quem diz se houve razão objetiva é a Justiça e a polícia”.
Juro que eu não pedi para ele falar nada, tá? Nem sei o que é razão objetiva. O meu partido roubou 300 milhões de dólares da PTbras para me eleger, de acordo com a polícia e a Justiça, mas se o Cardoso acha isso subjetivo, por mim tudo bem. Objetivamente, a culpa é dele. Até porque esqueceu de me defender do escândalo do Comperj.
Dois anos depois de anunciar, em 2012, que já havia gasto 21,6 bilhões de dólares no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, a PTbras diminuiu o número para 13,5 bilhões de dólares. Ocês adivinha quem estranhou essa mixaria de 8,1 bilhões de dólares de diferença? Quem disse que “não é possível identificar de forma precisa os investimentos totais” no Comperj? Quem declarou que os dados fornecidos pela estatal são “desconexos”, “inconsistentes” e “incompletos”, e que não refletem “de maneira fidedigna” o total de investimentos já comprometidos?
Os técnicos do TCU, claro, o Tribunal Contra Ussete.
Para piorar, o vice-presidente da Camargo Corrêa, que operava o esquema no Comperj, admitiu que “era fácil” roubar da PTbras, “por conta da má qualidade dos contratos”, que permitiam uma infinidade de aditivos, que faziam disparar os custos e embutiam as propinas.
Agora querem jogar tudo isso contra mim só porque eu era presidente do Conselho da Petrobras e acobertei a corrupção aprovando sistematicamente contratos que não podiam ser aprovados.
Isso é um absurdo, pô. Cadê o Cardozo? Cadê o Adams?
Bom, eles já estão sobrecarregados.
Então mandei o ministro da Propaganda do governo, Edinho Silva, gastar o dinheiro d’ocês para fazer propaganda maciça na TV, no rádio e na internet, a partir do mês que vem. Os slogans são “Ajustar para Avançar” e “Dialoga, Brasil” (mas não com o Estado Islâmico dessa vez).
Edinho disse: “Queremos que a informação sobre nossas ações chegue sem ruídos, para que todos saibam onde o dinheiro dos impostos está sendo gasto.”
Aqui em casa todo mundo já sabe que está sendo gasto em propaganda do governo, mas colocamos a informação no microondas também.
Por falar nisso, o ministro Levy anunciou para maio um grande plano nacional de infraestrutura e só precisa encontrar mecanismos de financiamento.
Aqui em casa todo mundo já sabe que o mecanismo é meter a mão no bolso da população.
É tanta notícia para abafar que já mandei comprar um microondas maior.
Eu sou a Gilma. Tchau, internautas.
* Relembre a Gilma no blog:
- Eu sou a Gilma. Eu permiti ocês protestá
- Eu sou a Gilma. Viva a mulher morta brasileira!
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Suspeita da Receita
Entraram na mira da Receita Federal gastos atípicos feitos pela Sinopec, a gigante do petróleo chinesa contratada pela Petrobras para construir um trecho do gasoduto Sudeste Nordeste.
Em abril de 2007, os chineses despejaram 8,4 milhões de reais em uma empresa chamada Hutton Equipamentos criada dias antes dos repasses.
Por Lauro Jardim
Sibá em xeque
Dois meses e meio após ser alçado à liderança do PT, Sibá Machado enfrenta uma crise de credibilidade entre seus pares.
A situação se agravou desde a semana passada. Deputados petistas têm dito estar envergonhados da veemência de Sibá na defesa de João Vaccari.
Mesmo antes da prisão do tesoureiro, Sibá já havia sido criticado por ter se postado ao lado de Vaccari na mesa da CPI da Petrobras, parecendo ser seu advogado. Muitos dizem que ele poderia defendê-lo sem expor tanto o partido e, consequentemente, o governo.
Mas o incômodo expõe, no fundo, um problema mais grave em torno de Sibá: muitos colegas comentam que ele ainda não está preparado para o cargo, principalmente num cenário de animosidade com o presidente da Câmara e de tão profunda crise.
Escolhido em fevereiro por ser da Construindo um Novo Brasil – a corrente majoritária do PT que se sentia desprestigiada por ser alijada da articulação política com a escolha de Pepe Vargas, da adversária Democracia Socialista -, Sibá frequentemente tem passado a bola no plenário para outros deputados encaminharem as votações pelo PT.
O mesmo acontece no Colégio de Líderes, quando, em embates com Eduardo Cunha, também tem sido necessário que colegas o socorram na argumentação.
Por Lauro Jardim
Gilmar Mendes e o laranjal. Ou: A política na clandestinidade e a tese delubiana
A política brasileira, eu já disse aqui, virou caso de polícia. Hoje, os destinos do país estão sendo decididos mais em repartições da PF e do Ministério Público Federal do que no Congresso ou no Palácio do Planalto. O otimismo tolo diz que assim é porque agora se investiga mais. O realismo prudente sabe que assim é porque se rouba mais. Quadrilhas se apoderaram do estado, de seus entes e de suas franjas a serviço de um poder que não é mais projeto. Felizmente, já é um arranjo em desconstituição.
O mais curioso, ou nem tanto, é que as posições não mais se distinguem. Empresários notoriamente conservadores, por exemplo, que jamais tiveram — ou teriam, em condições normais de temperatura e pressão — simpatia pelas esquerdas se tornaram notáveis parceiros do PT. Alguns atuam como seus serviçais, embora todos saibam que não existe parceria gratuita nessa área. O que são o mensalão e o petrolão senão a combinação perversa das piores práticas do setor privado com as mais asquerosas pilantragens do setor público?
Atenção! Embora a ladroagem que se constata tenha se imbricado com o financiamento de campanha, é evidente que existiria sem ele. Essa é apenas uma das áreas que foram capturadas pela bandidagem. Atribuir as falcatruas à lei que permite o financiamento de campanhas eleitorais por empresas corresponde a falsear a realidade, a mentir. Tal afirmação desafia os autos do mensalão e do petrolão. Tal tese, não custa lembrar, foi sacada da algibeira por Arnaldo Malheiros, advogado de Delúbio Soares.
Hoje, meus caros, um verdadeiro pânico toma boa parte dos grandes empresários brasileiros. Eles temem que as empresas sejam proibidas de fazer doações legais a campanhas eleitorais, como quer a Ordem dos Advogados do Brasil, o que empurraria o financiamento das eleições para a clandestinidade. Conhecendo como conhecem os bastidores da política, estão certos de que, aí sim, passarão a ser alvos de chantagem. Dado o tamanho do estado brasileiro, o sistema político terá como criar dificuldades para vender facilidades.
Muito bem! Essa questão está em debate no Supremo. A OAB apelou a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para declarar ilegal a doação de empresas. O ministro Gilmar Mendes pediu vista, e a questão, por ora, está congelada. Na quinta passada, ele concedeu uma palestra no Instituo Legislativo Brasileiro. E disse mais do que o óbvio: cabe ao Congresso, não ao Supremo, definir a forma de financiamento. Sugeriu que o Poder Judiciário calce as sandálias da humildade para reconhecer a competência específica do Legislativo.
Considerou ainda: “Não podemos falar em financiamento público ou privado sem saber qual é o modelo eleitoral, se vai ser modelo majoritário, proporcional, em lista. Isso não é competência do Supremo, é do Congresso”. Na mosca! Como é que se vai definir o financiamento de um sistema que se ignora?
O ministro fez outra advertência: proibir o financiamento de empresas e permitir o de pessoas físicas corresponde a encomendar um “verdadeiro laranjal”. Muitos não entenderam a metáfora. Explica-se: uma das teses influentes é estabelecer um valor máximo para a doação de indivíduos, o que a todos igualaria. Bem, há duas piadas macabras aí:
a: essa lei, então, igualaria bilionários e miseráveis; vai ver é essa a tão sonhada justiça social das esquerdas;
b: milhões de pobres acabariam cedendo seu CPF para lavar doações previamente captadas pelos partidos. É esse o laranjal a que Mendes se refere.
Adicionalmente, é claro que o sistema teria de recorrer ao financiamento público de campanha, o que oneraria ainda mais o Tesouro. Não! A roubalheira que há no Brasil sequestrou também o financiamento de campanha, mas não existe por causa dele. Seria o mesmo que sugerir que as ditaduras estão livres da corrupção. Estão?
Essa conversa do financiamento de campanha só se tornou influente porque o petismo e suas franjas — onde se encontra, infelizmente, a OAB — tentam convencer que o partido não é culpado pelas falcatruas que praticou.. Seria tudo culpa do sistema.
Uma ova!
Por Reinaldo Azevedo
Onyx Lorenzoni x Marina Silva: mil a zero
Onyx Lorenzoni, em entrevista ao site de VEJA:
“Hoje, pelos movimentos populares, talvez seja o melhor momento nos doze anos do DEM, que passou por tantas coisas complicadas… agora era o momento de sermos reconhecidos pela população que se mobilizou. O PSDB é visto por eles como uma oposição ma non troppo, nem tão vigorosa. E toda essa massa de eleitores olha para a gente com imenso respeito e carinho e quer se identificar com a gente.”
“No Brasil e na América Latina, a política, por uma série de razões, foi para o lado esquerdo da década de 1990 para cá. Mas os resultados são muito ruins. Venezuela, Bolívia, Argentina, Brasil… A eleição do ano passado é o ponto onde a volta começa a acontecer. Não havia nenhum candidato de centro-direita no Brasil, competitivo e com programa claro. Havia candidatos de centro para a esquerda. É por isso que eu digo: o Brasil carece de um partido de centro-direita claro e forte que possa reunir princípios que a centro-direita pratica no mundo todo. Eu acredito que um candidato à Presidência nascido daí seria muito competitivo para um cenário em que o Brasil busca outras respostas que a esquerda nem o centro podem dar.”
Marina Silva, ao ser questionada pelo Estadão se “Depois da frustração com a esquerda, vem aí uma saída pelo lado oposto”:
“A solução não está em renegar a esquerda e ir para a direita, não está na dualidade, na polaridade. Nós temos, sim, de lidar com o paradoxo. Quais os legados que devemos preservar? A estabilidade econômica não pode ser monopólio do PSDB nem a inclusão social é uma exclusividade do PT.”
Marina Silva finge não saber que a verdadeira inclusão social é fruto das oportunidades e do crescimento surgidos a partir da verdadeira liberdade econômica, sem a qual existe apenas um Estado inchado e assistencialista como o do PT, que redistribui migalhas em troca de votos, enquanto fica com o maior pedaço do bolo.
O único “paradoxo” com o qual ainda temos de lidar é Marina Silva, uma candidata sucessivamente derrotada nas urnas, mas que insiste em criar falsas dualidades para se vender como alternativa a tudo isso que aí está.
Mil a zero para Onyx Lorenzoni, mesmo que ainda não desgarrado do centro.
* Relembre no blog:
- Marina Silva é o FHC de saias: adora apanhar do PT
- Vídeo imperdível: Onyx Lorenzoni detona Vaccari e prova que tesoureiro do PT mentiu na CPI da Petrobras
- Esquerda x Direita: Entenda de uma vez
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Demétrio erra ao tentar dissociar PT de cúpula corrupta. Ou: A estrela deve sumir!
A coluna de Demétrio Magnoli na Folha este fim de semana gerou a revolta de muitos leitores meus, que pediram uma análise. Como estava em um evento em Passo Fundo, confesso não ter tido tempo para ler o artigo, o que fiz agora. Sim, merece uma análise – e uma resposta. Demétrio está errado, em minha opinião. Antes, vejamos o que ele disse.
O sociólogo não poupa a cúpula petista de críticas, afirma que uma quadrilha se incrustou no partido, defende como legítima toda a revolta do povo com a sigla, mas sustenta que é preciso dissociar essa quadrilha da sua base, dos milhões de brasileiros que acreditaram na estrela vermelha e em seus ideais. Para Demétrio, aquele que quer “exterminar” o PT da política peca pelo mesmo autoritarismo antidemocrático dessa cúpula petista. Diz ele:
O PT não se confunde com a organização criminosa nele incrustada. O partido, semeado no chão da luta contra a ditadura militar, não é uma sigla de conveniência como as criadas por Gilberto Kassab, o despachante do Planalto para negócios cartoriais. É sua militância e sua base de filiados, responsável por eleições internas que mobilizam centenas de milhares de cidadãos. É, sobretudo, sua base eleitoral, constituída por vários milhões de brasileiros. O PT é parte do que somos.
[...]
Na mensagem ao 5º Congresso Nacional do PT, a direção partidária interpreta o “sentimento antipetista” como reação conservadora “às ações políticas de inclusão social” dos governos Lula e Dilma. Vendando os olhos dos militantes, embalando-os numa ilusão complacente, os dirigentes postergam uma difícil, mas inevitável, revisão crítica. De fato, o “sentimento antipetista” expressa a vontade de evitar a identificação entre Estado e Partido. Já a manipulação exterminista desse sentimento não passa de uma cópia invertida do desejo petista de anular o direito à divergência.
No Palácio, o PT perdeu o patrimônio moral indispensável para defender a democracia. Hoje, triste ironia, são os críticos do PT que podem desempenhar o papel de advogados da sua existência como ator legítimo. Pedir o impeachment da presidente, por bons ou maus motivos, não atenta contra a ordem democrática. Sobram razões para gritar por um governo sem o PT, algo que serviria tanto ao Brasil quanto ao PT, que só na planície será capaz de entender as virtudes do pluralismo político. Por outro lado, cultivar a ideia da supressão do PT revela o impulso autoritário de amputar nossa história.
Vaccari é caso de polícia; o PT, não. A estrela fica.
Não posso concordar com tal análise. Creio que ela erra ao tratar como vítimas inocentes aqueles que são, na verdade, cúmplices da quadrilha. Senão, vejamos: por que essa base petista não pediu a cabeça daqueles corruptos julgados e condenados da alta cúpula? Por que preferiram tratá-los como heróis injustiçados? Se a postura oficial do PT é defender seus corruptos, então quem permanece no partido só pode ser conivente com isso. Não há inocentes ali.
A acusação de que é antidemocrático o desejo de “exterminar” o PT enquanto partido é falsa, e ao tentar nivelar todos por baixo, Demétrio ignora um dado simples: se o próprio PT adota viés antidemocrático como um todo, defende ditaduras comunistas, tenta controlar a imprensa e instaurar no Brasil o chavismo, então claro que não há nada de antidemocrático em exigir a retirada do jogo de quem não aceita as regras do jogo.
Seria antiesportivo cobrar a saída de um time que ignora as regras, o árbitro e insiste em confundir o campo com um ringue? Não são os que pedem o fim do PT que possuem viés autoritário, e sim o próprio PT. A estrela vermelha nasceu com tal viés. É possível alegar que muitos não sabiam, que eram ignorantes, inocentes, mas sua ignorância não é desculpa para inocentar a verdadeira natureza autoritária do partido, seu DNA stalinista.
O PT pode ter sido um partido com viés de esquerda um dia, mas faz tempo que deixou de ser isso. Hoje, é sim uma espécie de organização criminosa disfarçada de partido, um ajuntamento golpista que não respeita a democracia, que a trata como uma “farsa”, como teria dito o próprio ex-presidente Lula ao Le Monde, um instrumento “burguês” das “elites”. Ao adotar tal visão, o PT se coloca à margem da democracia. E por isso não merece fazer parte dela, pois pretende apenas destruí-la de dentro.
Quando encontrei Demétrio durante o almoço no Fórum da Liberdade em Porto Alegre, ele me disse rindo que achava graça quando eu frisava sempre o “esquerdista” antes de seu nome. Eu fazia ele se sentir um trotskista. Eu expliquei que ele realmente é um esquerdista, e que é bom destacar isso para mostrar que há vida inteligente e civilizada na esquerda.
Demétrio representa essa esquerda mais civilizada, que deve ter espaço garantido em nossa democracia. Não o PT. O PT representa apenas o golpismo autoritário, o chavismo, o eterno flerte com o regime cubano. Demétrio erra ao tentar defender o PT e dissociar sua base de sua cúpula, já que esta fala em seu nome, não Demétrio, tratado como “reacionário” por todos os membros do partido.
A estrela não fica. A estrela deve sumir, para o bem de nossa democracia!
Rodrigo Constantino
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Não sei se é "fato venéreo", mas o ódio que a presidenta Dilma tem por Henrique Alves é que ela recebeu de presente, mandado por ele, um bambolê... Segundo as más línguas era para ela treinar e : TER JOGO DE CINTURA !!!