“Taca-le pau, Dilma!”- Energia elétrica para indústria sobe até 53% em março!
“Taca-le pau, Dilma!”- Energia elétrica para indústria sobe até 53% em março!
Parabéns, presidente Dilma Rousseff! A conta de energia elétrica da indústria pode aumentar até 53% em março. Além da elevação do preço em si, as indústrias do Sudeste terão de pagar R$ 79 por megawatt-hora, informa o Estadão, para “subsidiar programas sociais, pagar despesas do setor e custear o funcionamento das termelétricas”, que estão operando ininterruptamente para poupar água dos reservatórios do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No fim de 2012, como vocês se lembram, por decisão da Soberaníssima Sapientíssima, a tarifa teve uma redução de 20%. O preço já está acima do patamar anterior ao da queda.
No dia 6 de setembro de 2012, em pronunciamento (vídeo abaixo, com a íntegra), disse a governanta:
“Na próxima terça-feira (…) vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução de que se tem notícia, neste país, nas tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos. A medida vai entrar em vigor no início de 2013. A partir daí todos os consumidores terão sua tarifa de energia elétrica reduzida, ou seja, sua conta de luz vai ficar mais barata. Os consumidores residenciais terão uma redução média de 16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28%, porque neste setor os custos de distribuição são menores, já que opera na alta tensão. Esta queda no custo da energia elétrica tornará o setor produtivo ainda mais competitivo. Os ganhos, sem dúvida, serão usados tanto para redução de preços para o consumidor brasileiro como para os produtos de exportação, o que vai abrir mais mercados, dentro e fora do país. A redução da tarifa de energia elétrica vai ajudar também, de forma especial, as indústrias que estejam em dificuldades, evitando as demissões de empregados.”
Então tá. Devemos entender que, agora, Dilma pretende provocar uma elevação dos preços, diminuir as exportações. fechar os mercados, prejudicar a indústria e causar desemprego. É isso aí. “Taca-le” pau, Dilma! Ensina os brasileiros a votar!
Por Reinaldo Azevedo
Eis o óbvio: haverá recessão em 2015. Pessimismo ainda é modesto… Ou: Recessão de salvação
Pronto! Chegou! O Boletim Focus prevê o óbvio, que, como diria Chico Buarque, já está em todas as bocas e em todos os becos: haverá recessão neste ano. A previsão, por enquanto, é de um encolhimento de 0,42%. Trata-se de um pessimismo modesto. A embicada será maior. Querem um chute? Menos 1,5%.
Trata-se da sétima piora consecutiva nas expectativas dos economistas e agentes econômicos ouvidos para a elaboração do boletim Focus. Quem está surpreso? Não este blog, claro! No dia 20, escreveu-se aqui o seguinte:
E o mais impressionante é que a previsão de inflação, apesar dos juros estratosféricos, cresceu em vez de cair: passou de 7,15% para 7,27% da semana passada para esta. Há um mês, estava em 6,67%. E, para arremate dos males, o mercado também elevou a sua previsão para a Selic: chegaria a 12,75% ao fim de 2015 — antes, 12,5% (hoje, está em 12,25%). Para 2016, a expectativa continua em 11,5%. Para o dólar, a previsão segue em alta: R$ 2,90 no fim deste ano (antes, R$ 2,80). Para 2016, saltou de R$ 2,90 para R$ 2,93.
Então ficamos assim: a expetativa é de um ano com juros estratosféricos, inflação acima da meta, recessão e dólar nas alturas. Eis aí o produto de 12 anos de poder petista. O país vive a pior situação entre os Brics e só é superado em ruindade na América Latina pela Venezuela e pela Argentina, que estão em fase de desconstituição.
Era óbvio, não é? Previa-se crescimento zero antes do pacote recessivo de Dilma. Depois dele, obviamente, a recessão era uma obviedade. Era só uma questão de tempo. Eis aí. “Ah, mas, em 2016, a gente se recupera!” Não! Será outro ano horrível.
Agora vamos ficar atentos ao discurso dos petistas: os companheiros inventaram a “recessão de salvação”.
Por Reinaldo Azevedo
José Eduardo Cardozo 1 – A demissão moralmente obrigatória de quem nunca deveria ter sido nomeado
Quem me acompanha aqui sabe que já discordei de Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo, muitas vezes. E já concordei com ele também. E nem sempre o PT estava em pauta. Eu não critico ou aplaudo pessoas, mas sua atuação pública e suas opiniões. Barbosa voltou a ser alvo da fúria dos petralhas porque, há quatro dias, postou esses dois comentários em sua conta no Twitter — eu os reproduzo também em texto para facilitar a vida de quem replica meus posts.
1) “Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a Presidente Dilma demita imediatamente o Ministro da Justiça.”
2) “Ajuda à memória coletiva: pesquisem sobre 1 controvertida decisão do TCU de jun/jul 2012, pouco antes do início do julgamento da Ap 470.”
Vamos entender o que ele escreveu. Barbosa se referia à reportagem da mais recente edição da revista VEJA, informando que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez uma reunião, em seu gabinete, com o advogado Sérgio Renault, defensor da empreiteira UTC, que pertence ao empresário Ricardo Pessoa, preso desde novembro pela Operação Lava-Jato. O ex-deputado e advogado petista Sigmaringa Seixas também estava presente. Pessoa é visto pelo Planalto como homem-bomba. Amigo pessoal de Lula, considera que foi abandonado pelo petismo e já deixou registrado num manuscrito que a dinheirama financiou os companheiros, inclusive a candidatura de Dilma. É claro que há aí uma senda para o impeachment, daí o pânico.
Cardozo primeiro negou o encontro. Ao perceber que era inútil, admitiu o que seria uma conversa informal — parte de suas atribuições, segundo disse. O estranho é que a audiência não estava em sua agenda. Mais estranhas ainda foram as, digamos, garantias que ele passou a Renault em sua conversa. Anunciou uma reviravolta no caso da Lava-Jato logo depois do Carnaval, quando nomes graúdos da oposição também seriam tragados pela voragem. Como o ministro sabe? Eis um mistério.
Fato: depois da conversa de Cardozo com o advogado, a UTC, a OAS e a Camargo Corrêa recuaram de eventuais acordos com o Ministério Público. Segundo um advogado confidenciou à revista VEJA, também se tratou de outro assunto naquela reunião: a garantia de que Lula estava entrando pessoalmente na, digamos, “jogada”. Com que poder? Não se sabe.
É evidente que conversa dessa natureza é inaceitável. E, por isso, com justeza, Barbosa cobrou a cabeça de Cardozo — a quem, diga-se, ninguém minimamente razoável reconhece credenciais para ocupar aquele cargo. Vamos entender agora a segunda mensagem do ex-ministro do STF. Escreveu ele: “pesquisem sobre uma controvertida decisão do TCU de jun/jul 2012, pouco antes do início do julgamento da Ap 470”. A Ação Penal 470 é a do mensalão.
Muita gente não entendeu. Refresco a memória de vocês. O caso é um pouco complicado e eu o expliquei em detalhes aqui em meu blog no dia 20 de julho de 2012. Para entender o caso, leitor, você tem de saber o que é “bonificação por volume”. Trata-se do desconto que veículos de comunicação concedem a agências de publicidade, que costumam ficar com o dinheiro como parte de sua remuneração, em vez de devolvê-lo aos anunciantes. Segundo a lei que havia no Brasil, no caso de estatais, as agências eram obrigadas a devolver esse desconto às empresas. Pois bem: o TCU constatou que agências de publicidade, muito especialmente as de Marcos Valério, haviam embolsado, até 2005, ano em que explodiu o mensalão, R$ 106,2 milhões.
Agora, é preciso a gente se lembrar que Ana Arraes, a mãe do então lulista Eduardo Campos, foi conduzida ao TCU em setembro de 2011. E foi ela a relatora justamente desse caso do dinheiro sequestrado pelas agências. Ana contrariou o parecer técnico do tribunal e disse não ver nada de errado na retenção. E o fez com base em uma lei proposta sabem por quem? Pelo então deputado federal petista José Eduardo Cardozo, o mesmo que faz reuniões impróprias.
A “lei” inventada por Cardozo, a 12.232, mudava a regra: as agências poderiam ficar com o dinheiro do desconto e pronto! Só foi sancionada pelo então presidente Lula em 2010. Ocorre que o texto tornava legal a retenção daquele dinheiro também para contratos já encerrados. Entenderam? Cardozo assinou um projeto, sancionado de bom grado por Dom Lulone, que, na prática, tornava legal a ilegalidade praticada por Valério. Uma lei não pode retroagir para punir ninguém, mas, para beneficiar, pode. Ao tentar legalizar parte da dinheirama do mensalão, é evidente que o deputado Cardozo procurava influenciar a decisão dos ministros do Supremo no julgamento do mensalão.
Felizmente, a operação deu errado, e a cúpula do PT foi parar atrás das grades, ainda que já tenha saído de lá. Mas a operação vergonhosa deixou sua marca. Em outro post (abaixo), trato da face cordial da truculência.
Por Reinaldo Azevedo
José Eduardo Cardozo 2 – A face cordial da truculência
O ministro José Eduardo Cardozo engana com aquela aparência de urbanidade. É uma das faces cordiais da truculência do petismo. Quem o conhece de perto não se surpreende que tenha feito reunião com o advogado de uma das empreiteiras para, digamos, dar uma direção política para o caso.
A sua atuação na investigação da formação de cartel para a compra de trens em São Paulo e Brasília chegou a ser examinada pela Comissão de Ética da Presidência da República. Até ela! O caso é escabroso. Um documento apócrifo — descobriu-se depois que o autor é ex-diretor da divisão de transportes da Siemens Everton Rheinheimer — com acusações contra secretários do governo Geraldo Alckmin surgiu nas mãos do então deputado estadual do PT, Simão Pedro, hoje secretário de Serviços de Fernando Haddad. O documento, em seguida, foi parar no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), presidido pelo petista Vinicius Carvalho — que já havia sido subordinado de… Simão Pedro!
Dali, o papelucho foi parar nas mãos de Cardozo, que o repassou à Polícia Federal, que decidiu abrir um inquérito. Ou por outra: o ministro funcionou como um repassador de denúncias apócrifas. Pior: não existe protocolo de entrada do documento na PF. A coisa assumiu ares de estado policial mesmo. Nota: no dia 10, a Primeira Turma do STF arquivou o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República para investigar o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) e o ex-deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), atualmente suplente de senador. Eram dois dos acusados no documento apócrifo que Cardozo passou adiante.
Já fiz um levantamento neste blog demonstrando como Cardozo colaborou, por atos e omissões, para que as jornadas de junho de 2013 degenerassem em violência. O post está aqui. Inicialmente, o governo federal apostava que a bomba dos protestos explodiria no colo de Geraldo Alckmin. Deu tudo errado. Não só isso: no Ministério da Justiça, Cardozo se comportou como um chefe de facção, hostilizando permanentemente a polícia de São Paulo.
Reportagem de setembro do ano passado da VEJA informa que, no dia 5 daquele mês, a mando de Cardozo, Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça, encontrou-se com o delegado Leandro Daiello, superintendente da Polícia Federal, para colher informações sobre o Inquérito 1209/2012, que apurou suspeitas de corrupção no Ministério do Meio Ambiente quando Marina Silva era ministra, em benefícios que teriam sido concedidos à empresa Natural Source International. Entre os investigados, estava o empresário Guilherme Leal, que apoiava a candidata do PSB à Presidência. Atenção! O inquérito já tinha sido arquivado por falta de provas, a pedido do Ministério Público. Não custa lembrar: no começo de setembro, Marina aparecia à frente de Dilma em simulações de segundo turno.
Abrão disse que estava apenas querendo saber em que pé estava a coisa porque “uma revista” — ??? — estaria fazendo uma reportagem a respeito e o havia procurado. Revista??? Abrão trabalha para a publicação? É “foca” do veículo? Está na folha de pagamentos? Se apenas quisesse informações, por que foi pessoalmente à sede da PF? Não bastava um ofício? Teve de manter um encontro que nem estava na agenda do superintendente da PF?
Leiam o farto material que a revista VEJA traz das alucinações em curso nos bastidores do governo. Com a morte de Márcio Thomaz Bastos, foi-se, de fato, o grande mago das operações para inocentar o PT. Bastos servia ao regime exemplarmente, mas tinha uma qualidade que até os adversários reconhecem: fazia a defesa de suas causas e clientes sem procurar incriminar inocentes ou fazer vítimas “do outro lado”. Está morto. Sobrou José Eduardo Cardozo. Que, obviamente, jamais será Bastos na vida não porque lhe sobrem qualidades, mas porque lhe faltam.
Por Reinaldo Azevedo
Advogado não é garoto de programa para marcar encontro. Ou: A diferença entre prerrogativa e lambança
Advogado não é nem garota nem garoto de programa. É claro que pode se encontrar com o ministro da Justiça. Pode se encontrar com quem quiser. Os profissionais dessa área sabem que estou entre os maiores defensores de suas prerrogativas. O direito de defesa pleno é um apanágio da democracia. E, por óbvio, serve muito especialmente a quem cometeu crimes. Atenção! No dia em que os acusados, culpados ou não, não puderem se defender, todos teremos perdido uma prerrogativa importante e seremos, por óbvio, culpados daquilo que o estado decidir que somos. Assim, vivam os advogados!
Dito isso, sigamos. Os encontros, no entanto, têm de ser transparentes, sim. Foi o que afirmou nesta quarta o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, de quem costumo divergir, diga-se. Não desta vez. Leiam trecho dereportagem da Folha. Volto em seguida.
*
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius Furtado Coêlho, defendeu nesta quarta-feira (18) os “direitos e prerrogativas” de advogados serem recebidos pelo ministro da Justiça, mas ponderou que a audiência precisa ser “transparente” e “pública”.
Nos últimos dias, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) tem sido alvo de críticas por ter se encontrado com advogados de empreiteiras sob investigação da Operação Lava Jato, que apura o escândalo de desvio de dinheiro em contratos da Petrobras.
“Não pode ser uma seleção deste ou daquele advogado. Tem que ser realmente uma questão aberta, impessoal, independente do caso que isso envolver”, afirmou Furtado após participar da abertura da campanha da Fraternidade deste ano, na manhã desta quarta-feira (18).
“Assim como os médicos, quando têm problemas, procuram o ministro da Saúde e a área cultural procura o ministro da Cultura, é natural que um advogado procure o ministro da Justiça se tiver queixas a apresentar. (…) Assim como ele vai procurar o ministro do Supremo se a queixa for contra o que estiver sendo feito pelo Supremo”, completou.
(…)
Retomo
Muito bem! A crítica do ex-ministro Joaquim Barbosa aos advogados, como quase sempre, peca pelo exagero e pela imprecisão. Numa coisa, reitero, ele está certo: José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, tem de ser demitido. Adiante.
O que queria Sérgio Renault, advogado da UTC, com Cardozo? Qual era a pauta? Ele foi reclamar de alguma ilegalidade cometida pela PF? De algum abuso de autoridade? De algum comportamento irregular? Não que se saiba. Pagamos o salário do ministro. Ele exerce uma função pública. De natureza pública também é o processo contra o cliente de Renault. A verdade tem de ser dita.
Tanto pior quando ficamos sabendo, como revelou reportagem da VEJA, que Cardozo garantiu a seu interlocutor que a temperatura da Lava-Jato vai baixar porque, depois do Carnaval, a oposição também estará enrolada. Tanto pior se, na conversa, dá-se a garantia de que Lula vai entrar na parada para ajudar as empresas, como se tudo não passasse de um negócio entre privados.
Não, senhores! Um advogado ser recebido é, parece-me, parte das práticas corriqueiras no Estado de Direito. Para combinar com o ministro, no entanto, a linha de defesa de um acusado, aí não! Especialmente quando esse acusado já deixou claro que está com muita dinamite amarrada à volta da cintura e pode levar o Palácio do Planalto para os ares.
Por Reinaldo Azevedo
Movimento marca protesto em frente à casa de Cardozo; está errado! Em local público, tudo bem!
Leiam o que informa a VEJA.com. Volto em seguida.
O movimento “Vem pra Rua”, que organizou protestos na eleição presidencial contra corrupção, elegeu como alvo da vez o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O grupo convocou um panelaço para esta quarta-feira, às 19h, em frente à casa do ministro, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, para pedir sua demissão. O ato se repetirá em Brasília na próxima terça-feira (24), em frente ao Ministério da Justiça. O encontro de Cardozo com advogados de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, revelado por VEJA, motivou a convocação das manifestações. Segundo Rogério Chequer, organizador do movimento, eles não contataram políticos da oposição para participar dos atos, como aconteceu na eleição.
Voltei
Vou escrever aqui o que já escrevi quando os alvos dos protestos eram, por exemplo, o então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), ou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), pouco me importando quem promova a manifestação. As respectivas casas de autoridades públicas não são… públicas. Eu me oponho a esse tipo de pressão. Promover um panelaço ou o que seja — desde que de forma pacífica — em frente ao Ministério da Justiça? Ok. É um local público. Respeitados os dispositivos legais, é um direito. Eleger a casa das pessoas, pouco importando o que tenham feito, não é um bom procedimento. É autoritário.
Sim, foram os esquerdistas que começaram com essa prática no Brasil e mundo afora. Como quase tudo o que não presta, é da turma que vem a inspiração. À diferença do que sugerem alguns idiotas, nem organizado nem lidero nada. Apenas digo o que penso. Sugiro vivamente ao pessoal do “Vem pra Rua” que mude o endereço do protesto.
Por Reinaldo Azevedo
As conversas impróprias do ministro da Justiça
Na VEJA:
Desde a morte do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos no ano passado, o PT perdeu seu grande estrategista em momentos de crise. Chamado carinhosamente de “God” (Deus, em inglês) pelos amigos, o onipresente MTB foi convocado para coordenar a defesa das empreiteiras tão logo deflagrada a Operação Lava-Jato. Ele tinha uma meta clara: livrar seus clientes de penas pesadas na Justiça e, de quebra, o governo petista da acusação de patrocinar um novo esquema de corrupção para remunerar sua base aliada no Congresso.
Negociador nato, Thomaz Bastos se dedicava a convencer o Ministério Público Federal de que a roubalheira na Petrobras não passava de um cartel entre empresas — e que, como tal, deveria ser punido e superado com o pagamento de uma multa bilionária. Nada além disso. A morte tirou o criminalista cerebral da mesa de negociação. MTB deixou um vácuo. O governo perdeu sua ponte preferencial com as empreiteiras, o diálogo entre as partes foi interrompido, e as ameaças passaram a dominar as conversas reservadas. Foi nesse clima de ebulição que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assumiu o papel de bombeiro. Ex-deputado pelo PT e candidato há anos a uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cardozo se lançou numa ofensiva para acalmar as construtoras acusadas de envolvimento no petrolão, que, conforme VEJA revelou, ameaçam implicar a presidente Dilma Rousseff e o antecessor Lula no caso se não forem socorridas. Há duas semanas, o ministro recebeu em seu gabinete, em Brasília, o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC, que estava acompanhado do ex-deputado petista Sigmaringa Seixas.
O relato da conversa percorreu os gabinetes de Brasília e os escritórios de advocacia como um sopro de esperança para políticos e empresários acusados de se beneficiar do dinheiro desviado da Petrobras. Não sem razão. Na reunião, que não constou da agenda oficial, Cardozo disse a Renault que a Operação Lava-Jato mudaria de rumo radicalmente, aliviando as agruras dos suspeitos de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. O ministro afirmou ainda que as investigações do caso envolveriam nomes de oposicionistas, o que, segundo a tradição da política nacional, facilitaria a costura de um acordo para que todos se safem. Depois disso, Cardozo fez algumas considerações sobre os próximos passos e, concluindo, desaconselhou a UTC a fechar um acordo de delação premiada. Era tudo o que os outros convivas queriam ouvir. Para defender a UTC, segundo documentos apreendidos pela polícia, o escritório de Renault receberá 2 milhões de reais. Além disso, se conseguir anular as provas e as delações premiadas que complicam a vida de seu cliente, amealharia mais 1,5 milhão de reais. Renault esgrime a tese de que a Lava-jato está apinhada de irregularidades, como a coação de investigados. No encontro, Cardozo disse o mesmo ao advogado, ecoando uma análise jurídica repetida como mantra pelos líderes petistas.
Depois da reunião no ministério, representantes de UTC e Camargo Corrêa recuaram nas conversas com o Ministério Público para um acordo de delação premiada. A OAS manteve-se distante da mesa de negociação. “Na quarta-feira (um dia depois do encontro em Brasília), fomos orientados a suspender as conversas com os procuradores”, confidencia um dos advogados do caso. Cardozo não operou esse milagre sozinho. “Chegou o recado de que o Lula entrará para valer no caso e assumirá a linha de frente. Isso aumentou a esperança de que o governo não deixe as empresas na mão”, diz outro advogado de uma empreiteira.
Procurados por VEJA, Cardozo, Renault e Sigmaringa tropeçaram nas próprias contradições ao tentar esclarecer a reunião no Ministério da Justiça, classificada por eles como um mero bate-papo entre amigos sobre assuntos banais. Cardozo disse inicialmente que não se reuniu com Renault. Depois, admitiu o encontro. A primeira reação de Sigmaringa também foi negar a audiência com Renault no gabinete do ministro, para, em seguida, recuar. Os amigos compartilham, como se vê, do mesmo problema de memória. Na versão de Cardozo, a reunião teria sido obra do acaso. Sigmaringa, um “amigo de longa data”, teria ido visitá-lo. Renault, que estava em Brasília e tinha um almoço marcado com o ex-deputado, decidiu se encontrar com Sigmaringa também no ministério. Pimba! Por uma conjunção cósmica, o advogado da UTC, empresa investigada pela Polícia Federal, acabou no gabinete de José Eduardo Cardozo.
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no tablet, no iPhone ou nas bancas. Tenha acesso a todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no iba clube.
Por Reinaldo Azevedo
Os progressistas do xixi, do cocô, do vômito e das drogas adoram a cidade inventada por Fernando Haddad, este flagelo que se abateu sobre São Paulo. Em 2016, ele concorre à reeleição, tendo Chalita como vice. Quer dizer: pode piorar!
O prefeito Fernando Haddad concedeu na semana passada uma entrevista ao “Jornal da Manhã”, da Jovem Pan. Tomou uma surra de Marco Antonio Villa. Não conseguiu responder a uma só questão de modo objetivo. Jogava todos os embates para o terreno ideológico: ele seria o “progressista”, e Villa, o “reacionário”; ele seria “o bem”, e o interlocutor, “o mal”: uma trapaça tipicamente petista. Mas o prefeito dispõe de algo que falta a seu interlocutor: uma equipe de comunicação organizada para distorcer a verdade e puxa-sacos financiados, encarregados de repetir uma mentira para ver se ela passa por verdade. Espalharam a versão, falsa como a cidade que Haddad anuncia em seu discurso, de que o prefeito foi o grande vencedor de um confronto que não existiu. Como se sabe, o político é ele — logo, quer é a versão; ao outro, só interessavam os fatos, que o prefeito fez questão de ignorar. E é de fatos que trato aqui.
Na madrugada desta terça, a Polícia Militar teve de recorrer a bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para dispersar ditos foliões que se reuniam na Vila Madalena. Foi Haddad quem transformou o bairro num mijódromo a céu aberto, num vomitódromo a céu aberto, num cagódromo a céu aberto, num motel a céu aberto, numa área livre — mais uma! — para o consumo de todas as drogas ilícitas, vendidas abertamente e aos brados.
Os moradores do bairro que se danem. Os pagadores de IPTU que se danem. Os cidadãos que se danem. As maiorias que se danem. Afinal, como Haddad fez questão de deixar claro a Villa, ele é um homem “moderno”, e quem se importa com direitos individuais, com Constituição, com Código Penal, com o mínimo necessário de ordem para manter a civilidade é só um reacionário.
No dia 9, relatei no programa “Os Pingos nos Is” (link aqui), na Jovem Pan, o que eu havia constatado numa visita que fiz a amigos na Vila Madalena. Reproduzo um trecho da minha fala:
“Em frente à casa desse meu amigo, havia fezes, urina, vômito, tocos de cigarro de maconha, latinhas queimadas por uso de crack… Ninguém gosta daquela festa à porta da sua casa. E aí é que começa a civilização. Não existe civilização sem reconhecer a existência do outro. Se você não quer ninguém fazendo xixi na porta de sua casa, não faça xixi na porta da casa alheia. Se você não quer ninguém vomitando na porta de sua casa, não vomite na porta da casa alheia. Se o poder público promove uma coisa dessas, como o sr. Haddad está promovendo, para dar uma de moderninho, é preciso cobrar dele a responsabilidade. Aliás, as pessoas já estão cobrando: nota dele [no Datafolha]: 4,2%; rejeição: 44%. O problema é o cara abraçar uma pauta sem olhar a cidade real”.
Pois é…
No dia 2 de julho do ano passado, durante a Copa do Mundo, escrevi neste blogum post cujo título era este: “A Vila Madalena se transformou na Cracolândia dos descolados”.
Lia-se lá:
Na Cracolândia, não valem as leis do Código Penal. Na Vila Madalena, também não.
Na Cracolândia, não vale a Lei Antidrogas. Na Vila Madalena, também não.
Na Cracolândia, o Artigo 5º da Constituição, que assegura direitos fundamentais — entre eles, o de ir e vir — não tem vigência. Na Vila Madalena, também não.
Na Cracolândia, os moradores reais da região não têm como reivindicar seus direitos. Na Vila Madalena, também não.
Na Cracolândia, tudo é permitido, menos cumprir a lei. Na Vila Madalena, também.
Na Cracolândia, os proprietários viram o seu patrimônio virar pó; na Vila Madalena, também.
Na Cracolândia, a via pública serve de banheiro ou de motel. Na Vila Madalena, também.
Então qual é a diferença entre a Cracolândia e a Vila Madalena: o preço que se paga para frequentar uma e outra; o estrato social de seus frequentadores; os produtos que se vendem nas ruas.
(…)
No dia 10 de julho, voltei ao tema:
Muito bem! Na madrugada desta terça, quando a brigada da limpeza chegava para maquiar o desastre — sim, maquiar, porque o grosso da sujeira fica lá; é impossível removê-la rapidamente —, foi recebida com hostilidade por vagabundos disfarçados de foliões. A Polícia Militar foi atacada com garrafas e teve de revidar. Pessoas se feriram, inclusive um policial.
A culpa é de Fernando Haddad, é claro! Angelo Filardo, subprefeito de Pinheiros, admitiu que a coisa saiu do controle — ah, não me digam! E afirma: “O bairro não comporta esse tamanho de evento. Precisamos, a médio prazo, desmontar essa bomba”. A médio prazo???
A imprensa é condescendente com a desordem. Na Folha, leio o seguinte título:“Popularização da Vila Madalena gera rixa entre moradores e antigos foliões”. Como??? Popularização? Quer dizer que “povo” é aquilo que faz xixi, vomita e caga na rua? “Povo” é aquilo que não respeita o pactuado? Que não segue as regras mínimas da civilização? Leio na reportagem: “Nesta segunda-feira (16), seis universitários saíram de São Bernardo do Campo, na Grande SP, levando um megacooler com 600 cervejas e uma caixa de som potente. (…) um casal que mora a uma quadra dali passa. O homem aponta para a caixa de som. ‘Você não mora aqui, mora?’, pergunta a um dos estudantes. ‘Pois é, tem gente que mora, e esse barulho incomoda. Vocês podiam ir para outro lugar.’”
E segue a reportagem:
“Os meninos abaixam o volume, e o casal vai embora. Minutos depois, o som volta a tocar no volume inicial.”
Como? “Meninos”??? Universitários saídos de São Bernardo com um megacooler com 600 cervejas??? Meninos??? Cá para mim, eu reservaria a palavra “meninos” para, sei lá, “Os Meninos Cantores de Viena”.
Na reportagem da Folha, aliás, um testemunho resume o tamanho do problema. Diz uma tal Bárbara que a turma vai pra lá porque é onde “tem mais muvuca, além de bastante polícia”. Vale dizer: o poder público foi sequestrado e posto a serviço de quem transgride a lei. Se a Polícia Militar cumpre a sua função, aparece no noticiário como aquela que espanca os “Meninos Cantores de Viena”.
Por que o Ministério Público não fez nada até agora? Não sei! Falta de vergonha? Falta de espírito público? Falta de isenção? Sugiro aos moradores da Vila Madalena que consultem seus advogados e acionem a Prefeitura. O poder público não tem o direito de tirar o seu sossego, de cassar suas prerrogativas, de promover a depredação e a desvalorização do seu patrimônio, de incentivar o desrespeito ao Código Penal, de rasgar a Constituição.
Eis aí a cidade administrada pelo “moderno” Fernando Haddad. Segundo ele, quem não gosta de sua gestão são os reacionários. Os progressistas do xixi, do vômito, das fezes e das drogas adoram a sua obra.
Em 2016, Haddad concorre à reeleição — provavelmente com Gabriel Chalita como vice. Caso reeleito, em 2018, haverá folião fazendo cocô na sua sala, leitor. E você fará o quê? Sei lá… Pode abrir um dos livros de autoajuda de Chalita. Afinal, você tem o direito de fazer cocô na própria sala.
Por Reinaldo Azevedo
Haddad, o ciclofaixista, não quer saber da dengue. Mosquito é coisa de pobre da periferia
Escrevi aqui que o prefeito Fernando Haddad, aquele que gasta R$ 655 mil por quilômetro de ciclofaixa para ninguém — e o cálculo da VEJA São Paulo está certo, à diferença do que afirma o prefeito —, ignora os problemas de São Paulo, sua gente real, suas deficiências reais, sua geografia real, suas ruas reais, suas carências reais, para se comportar como o prefeito de uma Nova York ideal, de uma Amsterdã ideal, de uma Berlim ideal.
Batata! Segundo reportagem publicada pela Folha nesta sexta, “faltam carros para levar agentes de controle do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, às casas da zona norte de São Paulo, a mais afetada pela doença este ano”. O jornal informa que “a região amarga a maior taxa de incidência do município. São 4,9 casos para cada 100 mil habitantes, seguidos pelas zonas oeste (2,2), sul (1,9) e leste (0,6)”.
Apesar dos números alarmantes, os carros para os agentes que combatem o mosquito não chegaram. Deveriam ter sido entregues 80 veículos em janeiro, mas isso não aconteceu.
Há alguns dias, a Prefeitura teve uma ideia luminosa para justificar o aumento dos casos de dengue: a população estaria estocando água em razão da crise hídrica. Como a dita-cuja não se limita a São Paulo, seria preciso explicar por que o crescimento não se dá na mesma escala em outros municípios.
Um agente de Pirituba diz à reportagem: “Na semana passada, mandaram dois carros. Somos 60 agentes”. Ah, sim: a dengue cresceu 171% em São Paulo em relação às quatro primeiras semanas de 2014. A prefeitura diz que novos veículos deverão chegar em 30 dias.
Mas eu confio em Haddad. Ele vai saber negociar com o mosquito. Até lá, ele terá pintado mais 8.737 quilômetros de faixas vermelhas nas ruas da cidade. Os R$ 655 mil por quilômetro de ciclofaixa dariam para comprar uns 20 veículos. Mas o ciclofaixismo não se importa com isso. Mosquito é coisa de pobre da periferia.
Por Reinaldo Azevedo
“The Economist”: Petrobras deve servir ao interesse nacional, não ao PT
Na VEJA.com:
Jornalistas da revista britânica The Economist estiveram em Brasília há pouco mais de uma semana para sentir a temperatura da crise econômica e política no país com o objetivo de produzir uma série de reportagens. A primeira foi publicada na edição desta quinta-feira, que trata da crise na Petrobras. Com o título “De quem é o petróleo”, a reportagem ironiza o slogan “O petróleo é nosso”, criado no final da década de 1940 numa campanha intensa do governo para dar à Petrobras o monopólio da exploração dos campos, e questiona o leitor se o “nosso” da frase significa o povo ou os indivíduos que se beneficiaram com a corrupção na estatal.
A publicação critica a política de reestatização da Petrobras ocorrida ao longo do governo Lula e afirma que o ex-presidente viu na descoberta do pré-sal a chance de retroceder em toda a estratégia de abertura ao setor privado que vinha sendo implementada pelo governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso.
A Economist afirma que o fato de os governos petistas terem usado a Petrobras como veículo de política industrial fez com que não só ineficiências e desperdícios fossem criados, como também se abrisse um enorme ralo para escoar dinheiro da corrupção. “A política industrial do PT foi perniciosamente cara para o Brasil. Isolar a Petrobras da concorrência justamente quando a empresa embarcou num dos maiores programas de investimentos do mundo foi um convite aberto ao roubo”, afirma a reportagem.
Outro erro crasso, diz a Economist, foi a política de conteúdo nacional, que fixou níveis altíssimos (acima de 65%) de uso de materiais e peças produzidos no país para abastecer a indústria naval. “Foi uma receita para atrasos e custos extras”, afirma a reportagem.
Segundo a Economist, o Brasil precisa de uma política que busque adequar a Petrobras aos interesses nacionais, não aos de seus gestores e do partido de situação, o PT. “Isso significa reduzir o tamanho da empresa e colocá-la na competição por mercado”, afirma. A Economist ainda recomenda que a empresa use o dinheiro do petróleo para melhorar sua competitividade, infraestrutura e pesquisa>
Por Reinaldo Azevedo
Em aceno à oposição, Cunha oferece a tucanos a segunda comissão mais importante da Câmara
Por Márcio Falcão e Ranier Bragon, na Folha:
Depois de entregar o comando da reforma política para o DEM, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu oferecer a segunda comissão mais importante da Casa, a de Finanças e Tributação, ao PSDB. Com o aceno, o peemedebista contempla os dois partidos que lideram a oposição à presidente Dilma Rousseff e enfraquece ainda mais o PT, que ficou sem cadeira na Mesa Diretora da Casa e com menos influência nas comissões. A Comissão de Finanças é responsável por analisar as principais matérias orçamentárias, normas para licitações e contratos, propostas que afetem receitas ou despesas públicas, contribuições sociais, entre outros temas. Deputados do PT presidiram o colegiado entre 2007 e 2011. Nos últimos três anos, a chefia foi do PMDB. O aceno de Cunha ao PSDB é uma retribuição pelo compromisso assumido pelos tucanos com ele na eleição para a presidência da Câmara.
O PSDB apoiou o deputado Júlio Delgado (PSB) no primeiro turno da disputa, mas combinou que apoiaria Cunha se ele tivesse que disputar um segundo turno com Arlindo Chinaglia (PT-SP), o candidato do Planalto. Cunha foi eleito no primeiro turno, graças à divisão do bloco governista, impondo uma derrota histórica aos petistas. Embora não tenha precisado dos votos tucanos, o peemedebista quer mostrar que cumpre suas promessas. O PSDB ainda discute internamente se ficará com a Comissão de Finanças ou se preferirá chefiar a Comissão de Minas e Energia, onde poderia influir na discussão sobre as atuais dificuldades enfrentadas pelo setor elétrico. “Os grandes e graves problemas do setor elétrico podem levar o partido a optar por Minas e Energia”, disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
(…)
Por Reinaldo Azevedo
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