Após EUA, biodiesel argentino está novamente ameaçado pela União Europeia
Um novo sinal de alerta se acendeu para a produção de biocombustíveis da Argentina, um setor bastante competitivo e com amplo horizonte de desenvolvimento, mas ameaçado nos últimos meses por conta das dificuldades para entrar nos principais mercados do mundo.
Em agosto de 2017, o governo dos Estados Unidos havia imposto taxas sobre o biodiesel argentino, que estão, hoje, em 72%, encerrando também a entrada àquele mercado na prática. Para o país sul-americano, estas exportações representavam US$1,2 bilhões anuais.
Quase ao mesmo tempo, a Argentina recuperou o mercado europeu, já que a Organização Mundial do Comércio (OMC) considerou ilegais os direitos antidumping contra o produto argentino.
O destino europeu, que pode substituir o mercado dos Estados Unidos, agora volta a estar em risco, já que a União Europeia teme o encerramento de empresas do setor diante do avanço das importações da Argentina e da Indonésia.
Raffaello Garofalo, chefe do Conselho de Biodiesel Europeu, afirmou que o impacto das importações da Argentina é pior do que o que se esperava. "Há um grande dano econômico e nos arriscamos para ver como ficam muitos produtores europeus de biocombustíveis renováveis devido a essa injusta inundação de importações", disse, em declarações à Reuters.
Luis Zubizarreta, presidente da Câmara Argentina de Biocombustíveis (CARBIO), explicou para o Infobae que "a indústria europeia está pedindo para seu governo que seja iniciado um novo processo de investigação para colocar uma nova barreira".
A União Europeia é o principal produtor e consumidor do mundo de biodiesel, um combustível elaborado principalmente com óleos vegetais como o de soja. Segundo dados do INDEC, entre agosto e janeiro a Argentina exportou 852.000 toneladas de biodiesel para a União Europeia por US$617 milhões.
Tradução: Izadora Pimenta
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