Abrapa: Missão Indonésia-Bangladesh começa dia 26 em Jacarta
A agenda de missões internacionais da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) começa, neste mês, pela Indonésia e segue até 1º de março em Bangladesh. No primeiro país, o foco é fomentar a recuperação de mercado, já que, no ano comercial 2022/2023, os indonésios reduziram em mais de um terço a importação de pluma. Por outro lado, Bangladesh foi o país que mais ampliou as compras do produto brasileiro no mesmo período.
Na pauta da comitiva brasileira, está a realização de seminários técnicos e muito networking junto a industriais da área têxtil e de vestuário. “Levaremos as perspectivas para o comércio externo de algodão brasileiro e nossos indicadores de qualidade e sustentabilidade. Estamos fechando o balanço de qualidade de 2023 e conseguimos melhorar os índices em todas as características intrínsecas da nossa fibra, em relação à safra passada”, antecipou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
A missão comercial inicia por Jacarta, capital indonésia. No dia 26 de fevereiro, a Abrapa, em parceria com a Embaixada Brasileira, promove almoço de negócios com importadores e empresários da indústria têxtil e, à noite, realiza o seminário “Cotton Brazil Outlook Jacarta”. Na pauta, inovações da cotonicultura brasileira e dados atualizados sobre a safra 2023/2024, cujo plantio terminou recentemente no Brasil.
A redução nas importações de algodão pela Indonésia no ciclo 2022/23 impactou o Brasil. A participação brasileira no mercado indonésio passou de 28% para 23%. “Nossa intenção é conversar com os clientes sobre como o produto brasileiro pode contribuir para a indústria local”, afirma Alexandre Schenkel, Presidente da Abrapa.
A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo e uma das economias mais desenvolvidas da Ásia. Sua indústria têxtil está entre as dez mais relevantes do mundo. Segundo dados do World Trade Statistical Review 2023, em 2022, a exportação de roupas pela Indonésia movimentou US$ 10 bilhões, fazendo com que o país respondesse por 1,7% do total exportado no globo.
Para dar vazão ao ritmo da indústria têxtil, o país se tornou o sétimo maior importador de algodão, com 362 mil toneladas adquiridas no ciclo 2022/2023, de acordo com o United States Departament of Agriculture (USDA). “É um volume 35% inferior às 561 mil toneladas registradas na temporada anterior (2021/2022). O potencial de mercado ainda é muito grande”, destaca Marcelo Duarte Monteiro, diretor de Relações Internacionais da Abrapa.
Bangladesh – No dia 27 de fevereiro, o grupo brasileiro segue para Bangladesh, maior importador mundial de pluma, que tem na indústria do vestuário sua principal atividade econômica. Reuniões comerciais, almoço e jantares de negócios e uma edição do seminário “Cotton Brazil Outlook Dhaka” estão na programação no país. Entidades setoriais, órgãos públicos e empresários são público-alvo da comitiva.
No polo oposto à Indonésia, Bangladesh foi a nação que mais ampliou, em 2022/2023, a importação de algodão brasileiro. As 242 mil toneladas adquiridas representaram uma expansão de 18% em relação ao ciclo anterior, resultando em uma participação de mercado de 16%. A indústria têxtil bengali contribui para posicionar o país como segundo maior importador do algodão brasileiro, ficando atrás apenas da China.
Em 2022, Bangladesh foi o país com segundo maior volume de roupas exportadas no mundo, de acordo com dados do World Trade Statistical Review 2023, movimentando US$ 45 bilhões e respondendo por 7,9% do volume global exportado. No ciclo 2022/23, o país contribuiu com 19% das importações mundiais de pluma, registrando um volume de 1,48 milhão de toneladas.
Desde 2019, o Brasil é o segundo maior exportador mundial de algodão. No ano comercial 2023/24, a projeção é que sejam exportadas 2,34 milhões de toneladas.
A “Missão Vendedores” é uma das ações realizadas pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. O programa foi idealizado pela Abrapa e é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e com apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).
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