Algodão peruano participa de piloto pioneiro de blockchain na América Latina para rastreabilidade da cadeia algodoeira

Publicado em 24/09/2021 12:10
O projeto de cooperação sul-sul trilateral +Algodão é o articulador do piloto na região.

Inicia esta semana um piloto que será pioneiro na América Latina no registro de informações, transações e rastreamento da produção de algodão e transparência na indústria têxtil da região, envolvendo uma cooperativa de pequenos produtores de algodão pima peruano formada por cerca de 5.200 famílias.   

A tecnologia blockchain permite rastrear dentro de uma rede de forma rápida e totalmente transparente as informações, que uma vez cadastradas não podem ser alteradas, permitindo rastreabilidade e maior confiança na cadeia de valor. 

Com 10 toneladas de fibra de algodão sustentável, produzida pela Cooperativa Agrária de Serviços Múltiplos “Tallan- Chusis” Ltda (Costach) e adquirida pela empresa têxtil peruana Creditex, será confeccionada uma minicoleção de vestimentas de algodão onde o consumidor final terá todas as informações desde a semente até produto final, agregando também tecnologia de rastreabilidade de marcadores moleculares no ´DNA´ da fibra. A Creditex apoiará a rastreabilidade desde o descaroçamento do algodão até a produção de peças de vestuário acabadas e sua comercialização no exterior com marcas internacionalmente reconhecidas. 

O piloto é parte do projeto global Enhancing Traceability and Transparency for Sustainable and Circular Value Chains in Garment and Footwear, implementado em conjunto pela Comissão Econômica para a Europa (UNECE) e o Centro de Comércio Internacional (ITC), com recursos da União Europeia, sendo o projeto +Algodão o articulador do piloto na região. 

O projeto +Algodão é executado desde 2013 em sete países da região, incluindo o Peru, de forma conjunta pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e os governos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Paraguai e Peru. 

Espera-se que, em uma próxima fase, a produção do algodão orgânico produzido pela Costach também possa ser rastreada com a tecnologia blockchain, articulada com o compromisso da indústria têxtil sustentável do Peru. 

O projeto da cooperação sul-sul trilateral +Algodão atua nesta iniciativa prestando assistência técnica à cooperativa para plano de negócios, capacitação para o mercado, cadastro de informações, entre outros. Para a assistente executiva regional do projeto, Ingrid Zabaleta, esse piloto de comercialização com rastreabilidade é “inovador para a agricultura familiar algodoeira, favorecendo uma maior competitividade da fibra peruana no mundo”, destacou. 

Ricardo Yarleque, gerente da cooperativa, considera este piloto como uma “oportunidade de reposicionar o algodão pima peruano, que é o melhor e com a fibra mais longa do mundo, além de ajudar os pequenos agricultores a viverem uma nova experiência”. Já o Gerente Geral da Creditex, Jose Ignacio Llosa, afirmou que “assumimos a nossa participação neste piloto com grande entusiasmo, pois consideramos que se torna cada vez mais necessário reforçar os mecanismos de rastreabilidade que transmitam confiança aos nossos clientes. O alto grau de integração de nossos processos produtivos do descaroçamento à confecção, somado à tecnologia blockchain, favorecem a cadeia produtiva do algodão do Peru”, afirmou. 

Potencial algodoeiro na América Latina

A produção de algodão é fundamental para as economias de pelo menos 75 países produtores em todo o mundo. Na região da América Latina e do Caribe, o algodão é importante para os territórios e economias rurais, sendo 80% produzido principalmente por agricultores familiares, segundo dados coletados pelo projeto +Algodão. No caso do Peru, a cadeia de valor do algodão gera empregos para 430 mil pessoas, das quais mais de 10 mil são da agricultura familiar. 

Um dos maiores desafios da indústria têxtil está na sustentabilidade do setor desde a semente até o vestuário. Isso implica trabalhar com produtos com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ASG) que sigam os padrões internacionais estabelecidos pelas Nações Unidas e outras organizações internacionais. Outro aspecto importante é a certificação, que acaba sendo uma das formas para que o setor algodoeiro gere mais valor. O perfil do novo consumidor é cada vez mais exigente, consciente e atento aos comportamentos sustentáveis ??da indústria da moda.

Este piloto favorece a articulação da cadeia de valor do algodão do Peru; promove boas práticas agrícolas, conhecimentos e aprendizados gerados, inclusive com o apoio do projeto +Algodão, com um pacote de tecnologias comprovadas no campo, promovendo a competitividade do algodão peruano. Tudo isso, com impacto no posicionamento do algodão peruano de fibra extralonga, mundialmente conhecido por sua qualidade.

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Assessoria de Imprensa

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