Metade das famílias de baixa renda de SP está com dívidas em atraso Melhora da economia nos últimos meses levou, porém, a uma qu
Publicado em 10/01/2010 19:15
Melhora da economia nos últimos meses levou, porém, a uma queda na inadimplência, com boas perspectivas para 2010
As famílias de menor renda estão mais endividadas. Mais da metade (53%) das famílias paulistanas que ganham até três salários mínimos estão com dívidas em atraso, segundo estudo feito pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) a pedido do Estado.
O estudo foi feito com 2,1 mil consumidores na Grande São Paulo e revela que o número de famílias de baixa renda com problemas para pagar as dívidas tem subido nos últimos anos. Há um ano, 41% das famílias que ganham até três salários mínimos estavam com dívidas em atraso. Em dezembro de 2007, o número era menor: 34%.
A pesquisa da Fecomércio leva em conta vários tipos de dívidas, incluindo cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimos pessoais, compra de imóvel, prestação de carros e seguros.
O número de pessoas de baixa renda com dívidas em atraso também chama a atenção quando comparado ao de outras classes sociais. De acordo com o estudo, o porcentual de famílias de baixa renda penduradas em dívidas é superior às camadas com rendimentos mais altos: entre as famílias com dívidas pendentes, 38,6% ganham entre 4 e 10 salários mínimos e 7,7% têm renda acima de 10 salários.
Apesar do aumento do endividamento e das prestações em atraso, a pesquisa revela um dado surpreendente. Os consumidores das classes D e E não estão pagando as prestações em dia, mas acabam se acertando. Quando se mede o nível de inadimplência final, os indicadores estão em queda. Em dezembro passado, 11,1% das famílias que ganham até três salários mínimos estavam inadimplentes. Em dezembro de 2008 esse número era maior: o calote chegava a 16,2% dos consumidores de baixa renda.
Os especialistas veem essa aparente contradição entre os dados como uma boa notícia para o ano de 2010. A situação econômica está melhorando, com boas perspectivas para o crescimento da renda, do emprego e, junto com eles, do crédito.
"As famílias de menor renda estão se endividando mais. Mas isto não está levando a mais inadimplência, pois elas estão conseguindo pagar suas dívidas, mesmo que com atraso", diz Adelaide Reis, economista da Fecomércio. Segundo ela, o aumento da massa salarial em 8% na Grande São Paulo em 2009 e o aquecimento da atividade econômica no segundo semestre garantiram as condições para que as famílias voltassem a adquirir bens.
Na avaliação de Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, dois fatores explicam o descolamento entre o aumento do endividamento e a redução da inadimplência. "A taxa de desemprego, que subiu de maneira acentuada no fim de 2008 e início de 2009, vem recuando desde meados do segundo trimestre. Isso, por si só, já ajuda a entender a queda da inadimplência", diz Borges.
O outro fator foi a melhoria nas condições de crédito, com alongamento dos prazos e queda nos juros. Em agosto de 2008, o prazo médio para financiamento era de 18 meses. Em novembro do mesmo ano, no auge da crise, o prazo caiu para 12 meses e, de maio de 2009 para cá tem se mantido em 16 meses.
"Ao mesmo tempo, o juro médio cobrado ao consumidor, que era de 52,1% ao ano em agosto de 2008, chegou a 58,3% em novembro de 2008 e vem caindo. Em novembro de 2009 atingiu 43% ao ano", afirma Borges, com base em números do Banco Central. "Na ponta do lápis, isso significa menor aperto no orçamento mensal das famílias de menor renda."
Segundo Adelaide, da Fecomércio, esse cenário deve se manter em 2010. "A situação é favorável ao consumo, pois os juros devem cair mais. O volume de vendas no comércio deve crescer acima de 9% em 2010."
PREOCUPAÇÃO
Apesar da conjuntura econômica favorável, é preciso atenção para que o endividamento das famílias de menor renda não se torne um problema no futuro, avalia Andrew Frank Storfer, presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). "O volume de crédito cresce proporcionalmente ao PIB, mas não houve educação financeira para acompanhar esse ritmo."
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Fonte:
O Estado de S. Paulo
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