Pesquisa do IAC mostra que monitoramento climático contribui para a previsão e controle de previsão no milho

Estudos do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, apontam que o manejo de previsões e doenças da cultura do milho pode ser previsto em função do monitoramento das condições agrometereológicas, que constitui ferramenta útil para o uso racional e sustentável de defensivos agrícolas. Para chegar a esse resultado, a equipe do IAC realizou uma análise preliminar do efeito das variáveis indiretas sobre as previsões do milho, com base em ensaios de uma série de quatro anos, em diferentes localidades do Estado de São Paulo. O objetivo foi buscar respostas básicas que permitam qualificar o efeito das mutações no comportamento de insetos, bactérias, fungos e vírus em milharais.

“Essa análise permite a A redução do custo operacional das atividades agrícolas e também proporciona redução de riscos de contaminação ambiental, contribuindo para a sustentabilidade”, afirma Angélica Prela Pantano, pesquisadora do IAC, da Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

O estudo viabilizou a avaliação de características térmicas e critérios bioclimáticos de variedades de milho, desde materiais super precoces até outros de ciclo longo, além de observações sobre o desenvolvimento da lagarta-do-cartucho, cigarrinha e diabrótica. "Para esta análise, o suporte do engenheiro agrônomo da CATI, Walter Holtz Merege foi essencial. Esta sequência de trabalho indicou as condições para as indiretas", diz a Angélica.

Com base nesses aspectos, é possível elaborar mapas agrometereológicos que indiquem a possibilidade de ocorrência da infestação dessas sentenças semanais ou mensais. Com esta informação, o agricultor pode organizar os estoques de defensivos agrícolas e fazer a seleção do tipo recomendado para cada praga, possibilitando o uso mais racional desses produtos.

Segundo o cientista do IAC, também foram definidos limites térmicos e hídricos para cada praga comprovada. Ela explica que, por exemplo, a diabrótica é uma praga que se desenvolve melhor na condição em que a temperatura média média varia entre 26°C e 32°C, enquanto a temperatura média mínima fica entre 14°C e 18°C. A presença dessa praga também está associada a precipitações diárias superiores a 20 mm e períodos em que o acúmulo de chuva atinge ou supera 60 mm, em dois dias consecutivos.

Esta praga ocorre durante todo o ano, principalmente com alta umidade do solo, temperaturas diurnas não muito elevadas e temperaturas noturnas suaves. “Já as baixas temperaturas noturnas, a alta umidade do solo, que favorecem o ataque de fungo inimigo natural são condições que desfavorecem a sua incidência”, completa Angélica.

Esse estudo revelou ainda que a lagarta-do-cartucho tem maior incidência de outubro a janeiro. Porém, na safrinha, podem ocorrer ataques severos em períodos de baixa ocorrência. As condições climáticas que favorecem essa praga são o baixo índice pluviométrico, temperaturas diurnas elevadas e noturnas suaves. Ela se desenvolve sob temperaturas máximas médias entre 26°C e 33°C e mínimas entre 14°C e 18°C, preferindo períodos de menor ocorrência, especialmente quando o volume diário é inferior a 20 mm. “Outra constatação é que as condições climáticas que desfavorecem a ocorrência dessa lagarta é a alta ocorrência no período, com temperaturas noturnas e diurnas baixas”, comenta o cientista.

A cigarrinha-do-milho, por sua vez, apresenta crescimento mais acentuado quando as temperaturas máximas médias oscilam entre 26°C e 32°C e as mínimas entre 16°C e 20°C, sem que o fator hídrico exerça influência relevante em seu desenvolvimento. Esta praga também ocorre durante todo o ano e com temperaturas diurnas elevadas e favoráveis. Já as baixas temperaturas diurnas e noturnas são prejudiciais.

Qual o potencial de infestação

Segundo um pesquisador do IAC, o monitoramento agrometeorológico também permite a definição da potencialidade de infestação em três categorias: favorável, razoável e desfavorável.

A primeira delas ocorre em condições prejudiciais ao desenvolvimento da praga, com possibilidade de o grau de ataque ser elevado. A potencialidade razoável caracteriza-se por condições não totalmente desenvolvidas, mas que não inibem o desenvolvimento da praga. Por fim, há uma potencialidade desfavorável, que ocorre quando as condições inibem o desenvolvimento da praga, resultando em danos mínimos à cultura.

A pesquisa permite não apenas a identificação das condições detalhadas à reflexão de previsões e efeitos nocivos, mas também o acompanhamento contínuo ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura. "O acompanhamento pode ocorrer em bases semanais ou diárias, permitindo que o agricultor tome decisões ágeis sobre a aplicação de defensivos agrícolas, seja para controle de uma praga específica, seja para evitar o uso consumido em determinados períodos. É de grande importância ressaltar que a existência de condições propícias ao desenvolvimento das Tradições representa um risco significativo para as lavouras", ressalta Angélica.

Como foi feito o estudo

A pesquisa utiliza parâmetros biometeorológicos para desenvolver um sistema de monitoramento que avalie a influência das condições climáticas na reflexão de previsões na cultura do milho. A ferramenta gera previsões de até 45 dias com base em temperatura máxima e mínima do ar e previsões pluviométricas diárias, possibilitando a criação de mapas espaciais para visualizar a distribuição das proporções.

O sistema desenvolvido permite a análise individualizada por localidade, utilizando dados do Centro de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro).

Os resultados dessa pesquisa reforçam a importância do monitoramento climático para a previsão e controle de previsão na cultura do milho, garantindo um manejo sustentável e eficiente para os agricultores.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a APTA, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag).