Mercado eleva ligeiramente projeções de inflação e vê dólar mais alto em 2026, mostra Focus
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central subiram ligeiramente suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, em meio a expectativa também mais alta para o nível da cotação do dólar em 2026, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para o IPCA em 2025 agora é de alta de 5,00%, de um ganho de 4,99% na semana anterior, no que foi a 13ª semana consecutiva de aumento na previsão.
Para o fim de 2026, a projeção para a inflação é de 4,05%, de 4,03% há uma semana.
As mudanças nas projeções ocorrem na esteira da divulgação do IPCA de dezembro na semana passada, que registrou alta de 0,52% em relação ao mês anterior e ganho de 4,83% na base anual, encerrando o ano de 2024 com a inflação acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central -- centro de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sexta-feira, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que a autarquia tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a meta estabelecida após descumprimento do alvo em 2024, apontando que a desvalorização do real ainda pressionará os preços neste ano.
Nesse ponto, a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou um aumento na projeção para a cotação do dólar no próximo ano, agora em 6,00 reais, ante 5,90 reais há uma semana. Em 2025, a moeda norte-americana deve fechar o ano também em 6,00 reais, mesma projeção da pesquisa anterior.
A divisa dos Estados Unidos disparou nas últimas semanas de 2024 devido aos receios do mercado com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, particulamente depois do anúncio de um projeto de reforma do Imposto de Renda no fim de novembro que ofuscou a apresentação de medidas de contenção de gastos.
Apesar das medidas fiscais terem sido aprovadas no Congresso e do debate sobre a reforma do IR ter sido adiado, o mercado tem cobrado que o governo anuncie novas medidas para reconquistar a credibilidade fiscal e garantir uma trajetória mais sustentável para a dívida pública.
Investidores também têm apostado que as medidas do novo governo dos EUA, com Donald Trump na Presidência, serão inflacionárias e manterão os juros elevados no país, o que tende a ser favorável para o dólar.
No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o nível da taxa Selic em 2025 e 2026, com as projeções indicando que a taxa básica de juros encerrará este ano e o próximo em 15,00% e 12,00%, respectivamente.
Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 2,02% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa é de que a expansão seja de 1,80%, também com manutenção da mediana da pesquisa anterior.
(Por Fernando Cardoso)
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