Greve de caminhoneiros na Argentina continua e ameaça embarques de grãos
Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) – A câmara de exportadores de grãos da Argentina disse nesta quarta-feira que o fracasso para um acordo que possa encerrar uma greve de caminhoneiros no país “prejudicaria gravemente” os embarques do maior fornecedor mundial de soja processada e um dos maiores de milho.
Os transportadores continuam em greve após proprietários de caminhões de grãos, grupos da indústria e autoridades não conseguirem avançar nas negociações para encerrar o movimento, aumentando uma ameaça aos embarques de milho e soja no meio da colheita.
“Depois de mais de 3 horas de reunião, a Mesa de Negociação Participativa foi retirada por falta de acordo entre as câmaras e entidades envolvidas que discutem o valor do frete”, disse o Ministério dos Transportes, que atua como mediador entre as partes, nesta quarta-feia.
A Federação de Transportadores Argentinos (FETRA) indicou que continuará com o protesto até que sua exigência seja resolvida, principalmente aquela ligada ao aumento registrado este ano em seu principal insumo, o combustível.
“As entidades agrícolas (…) ofereceram um aumento que não cobre os custos da atividade”, disse a FETRA. Seu porta-voz Edgardo Aniceto acrescentou que neste momento não foram coordenadas novas reuniões para resolver o conflito.
Os caminhoneiros de grãos estão protestando desde segunda-feira, o que quase paralisou o transporte de soja e milho para os principais portos de grãos do país sul-americano. Eles estão exigindo taxas de frete mais altas para compensar o aumento dos preços dos combustíveis.
“A falta de acordo prejudica gravemente os exportadores, é essencial que a greve seja suspensa o mais rápido possível” , disse à Reuters o chefe da câmara de processadores e exportadores de grãos CIARA-CEC, Gustavo Idígoras.
“Temos 450 mil toneladas que não podem entrar nos portos, 50 navios na fila, custos logísticos enormes, e a Páscoa está chegando. Isso vai levar a uma paralisação total de embarques e de câmbio se não for resolvido até segunda-feira.”
(Reportagem de Maximilian Heath)
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