Aumento no cultivo de amendoim estimula produção científica
O oeste paulista contribui com o aumento do cultivo de amendoim do território de São Paulo que é o maior produtor e exportador do país e que detém 90% de toda a produção. Inserida no oeste do estado, a região de Presidente Prudente é apontada como sendo estratégica para aumentar ainda mais a produção que está em crescimento no Brasil. Motivo pelo qual a coordenação da rede de pesquisas do Programa de Melhoramento de Amendoim (PMA) mantém entendimentos com a Unoeste para nova parceira com a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) visando o desenvolvimento científico de cultivares com melhor adaptação regional.
O PMA foi apresentado nesta quinta-feira (5) pelo coordenador da rede, Jair Heuert, ao pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, no primeiro encontro presencial, na Unoeste, após entendimentos on-line com o coordenador do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia e presidente da Fundação Oeste Paulista de Inovação (Fopi), Dr. Fábio Rafael Echer. Também participaram o diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, Dr. Carlos Sérgio Tiritan, e o egresso da graduação e mestrado em agronomia da Unoeste Carlos Felipe dos Santos Cordeiro, doutorando na Unesp de Botucatu e que desenvolve estudos sobre amendoim.
Acordo de cooperação
As tratativas iniciais estão voltadas para a formação de acordo de cooperação técnico-científico entre o programa da Unoeste que oferta mestrado e doutorado em agronomia e a unidade da Embrapa na qual está vinculada o PMA; cujas cláusulas serão apreciadas pelos departamentos jurídicos de ambas as partes. Além do novo acordo, já existe outro com a Embrapa Soja e outro acordo de maior dimensão, classificado como guarda-chuva, que está sendo cogitado para ser feito pela Fopi com a Embrapa e suas mais de 40 unidades descentralizadas e espalhadas pelo Brasil. Conforme o Dr. Adilson, são iniciativas que se encaixam na visão, missão e valores institucionais da Unoeste.
A rede de pesquisa do PMA tem sua base em Santo Antônio de Goiás (GO) e é formada por instituições de ensino superior e empresas do setor do agronegócio em alguns estados brasileiros. Com a Unoeste em Presidente Prudente, a intenção inicial é fazer experimentos com dez cultivares, na Fazenda Experimental que fica no município de Presidente Bernardes; conforme proposta de Jair Heuert. Porém, a intenção manifestada pelo Dr. Fábio e a de que com o passar do tempo os experimentos ocorram em propriedades produtoras de amendoim em municípios da região, tais como Rancharia, Regente Feijó, Presidente Bernardes, Santo Anastácio e Ribeirão dos Índios.
Cultivo para reformas
Além das terras destinadas exclusivamente para o cultivo do amendoim, a produção tem ocorrido nas reformas de canaviais e de pastagens. De acordo com o Dr. Tiritan, essa prática tem aumentado no oeste paulista e reforça a importância das pesquisas pela Unoeste e a rede do PMA da Embrapa. Informações de Carlos Cordeiro são de que o crescimento de produção de amendoim no oeste paulista tem se destacado em Tupã e Rancharia. O entendimento dos envolvidos na parceria Unoeste e Embrapa é o de que em grande parte dos municípios da região a cultura do amendoim possa ser uma das forças econômicas, não somente de produção, mas também de industrialização do produto.
São muitas as possibilidades vislumbradas diante do crescimento exponencial dos últimos anos, sendo que na primeira safra de 2020/21 a área plantada aumentou 4,2% ao ocupar 159,8 mil hectares em relação à safra anterior. O acréscimo de produção de grãos foi de 7,6% ao atingir 586,3 mil toneladas. A produtividade de vagens teve um salto de 3,2%, com a produção de 3.669 kg por hectare. Houve avanços em todos os aspectos de produção, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 2021). Crescimento que está relacionado ao aumento das exportações e do consumo interno.
Demanda crescente
Dentre as principais atividades agroindustriais do interior paulista, a cultura do amendoim é impulsionada pela demanda crescente do mercado externo que absorve de 60 a 70% da produção total. Os maiores compradores de grãos são a Argentina, Rússia e Ucrânia. A China é a maior compradora de óleo. No Brasil, além do aumento das áreas de plantio, são fortes os investimentos no setor industrial em secagem, armazenagem, beneficiamento, blacheamento (retirada da casquinha) e laboratórios. Como uma coisa puxa outra, o crescimento tem levado os produtores a demandarem por novas cultivares.
Aí entra o melhoramento genético para gerar novas cultivares mais produtivas, com melhor adaptação regional, ciclo adequado, hábito de crescimento adaptado a colheita mecanizada, resistência a pragas, doenças e ao estresse hídrico. Tem ainda o fato de que, conforme Jair Heuter, as características mercadológicas dos grãos precisam estar em acordo com às exigências do mercado consumidor, como a qualidade visual, nutricional, química, sensorial, formato e granulometria. O Dr. Adilson disse que a Unoeste está aberta para oferecer essa contribuição de cooperação científica capaz de gerar excelentes resultados acadêmicos e de fomento ao agronegócio regional.
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