Câmara Temática do Mercosul recebe líderes do agro para debater cenário global de desafios
As perspectivas para o agronegócio do Rio Grande do Sul e os desafios comerciais, sanitários e geopolíticos globais foram o tema central de reunião da Câmara Setorial do Mercosul e Comércio Exterior realizada na tarde desta segunda-feira (17), na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em Porto Alegre. Cerca de 100 pessoas, entre líderes e representantes de entidades da agropecuária gaúcha, lotaram o auditório da Seapdr para ouvir a explanação do consultor Carlos Cogo, que detalhou vários pontos de impacto para a evolução das exportações brasileiras.
“Nosso Estado precisa ter presença e expertise para se posicionar e abrir mercados”, resumiu o secretário da Agricultura, Covatti Filho, ao fazer a abertura do encontro. O diretor do Departamento de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Seapdr, Ivan Bonetti, que coordena as câmaras setoriais, lembrou que a Câmara Temática Mercosul e Comércio Exterior foi criada por decreto estadual em 2019 e tem entre seus objetivos subsidiar políticas públicas em âmbito estadual e federal, estimular a prospecção de novos mercados, avaliar situações problemáticas, buscar soluções e antecipar-se para evitar crises e reduzir assimetrias existentes na produção, comercialização e industrialização de produtos agropecuários.
Subsídios
Presente à reunião, o senador Luis Carlos Heinze fez defesa contundente do agro nacional e detalhou que os valores subsidiados por Estados Unidos, União Europeia e China equivalem a US$ 1,4 bilhão por dia, ao passo que o Brasil significa US$ 7 bilhões anuais, conforme dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O painelista Carlos Cogo, consultor independente do setor, apresentou um panorama global do agro, abordando desde “a confusão sanitária global”, com possíveis impactos do coronavírus e da peste suína africana, que causou forte impacto na produção de suínos na China, maior consumidor mundial deste tipo de carne, e levou o país a duplicar importações, pressionando os preços. Cogo fez alusão às pretensões do Rio Grande do Sul de retirar a vacinação contra a febre aftosa e ter evolução de seu status sanitário. “Se fomos vigilantes até agora, precisaremos fazer o triplo para proteger nossas fronteiras e nosso rebanho”, disse.
Tendências de consumo
O consultor enumerou vetores que estão promovendo a mudança de hábitos alimentares no mundo, envolvendo aumento da população, da renda, maior longevidade e padrões de consumo em um cenário em que 84% da população global é urbana. Ele discorreu sobre novas tendências de consumo em que a alimentação está baseada em vegetais.
Como principais desafios para o agro gaúcho e nacional, Cogo citou o acordo comercial Estados Unidos China; as inseg
Presenças
Participaram da reunião o cônsul da Argentina, Hernan Cejas; a consulesa do Uruguai, Liliana Buonomo; o coordenador do Instituto de Pesquisa Gianelli Martins e ex-secretário da Agricultura, Odacir Klein; o diretor da Fecoagro e ex-secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcisio Minetto; o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra; o presidente do Irga, Guinter Franz; o superintendente da Conab, Carlos Bestetti; o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber; o diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos; o presidente da Apromilho, Ricardo Meneghetti; o presidente da Fargs, Anselmo Kuhn; o diretor e coordenador geral da Afubra, Marco Dornelles; o chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Leonardo Isolan; o diretor-presidente da Sargs, Ivo Lessa.
Também enviaram representantes: Fetag, Farsul, Federarroz, Febrac, Ibpecan, Famurs, Uvibra, Banrisul, Badesul, BRDE, Acergs, Incra, Sedetur, SInditabaco, Apassul, Saur Equipamentos, Sindicato Nacional da Aviação Agrícola, Syngenta, Sindimadeira, Appasul, FGL, Ageflor e Agaflor.uranças que rondam países sul-americanos como Argentina, Venezuela, Chile e Bolívia; o conflito entre Estados Unidos e Iraque; a possível mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém; o acordo Mercosul-União Europeia, que pode render oportunidades no longo prazo; e polêmicas ambientais, especialmente envolvendo a Amazônia, e seus riscos comerciais.
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