Ibraoliva alerta para procedência dos azeites reprovados pelo Ministério da Agricultura
Recentemente, mais trinta e três marcas de azeites de oliva tiveram a comercialização suspensa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por terem sido adulteradas. Nesta etapa, foram identificados 59 lotes com irregularidades. De acordo com os fiscais do Mapa, a maior parte das fraudes foi feita com a mistura com óleo de soja e óleos de origem desconhecida.
Mas onde são produzidos esses azeites? São importados ou nacionais? Qual a origem desses produtos? Como reconhecer um azeite falsificado?
Para responder essas perguntas o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) investigou e pesquisou os 59 lotes de azeites irregulares identificados pelo Mapa. O Ibraoliva apurou que dos 59 lotes suspensos ou desclassificados pela Operação Isis, iniciada pelo Ministério da Agricultura desde 2016, 80% das empresas autuadas são dos estados do Paraná ou Minas Gerais (20 no PR e 19 MG). Depois aparecem ES com 8 e GO com 4. O Rio Grande do Sul, estado onde é produzido 90% do azeite do mais autêntico extravirgem brasileiro, não tem nenhuma empresa na relação do Mapa.
Conforme dados apurados pelo Ibraoliva, existem cerca de 80 marcas de azeite devidamente cadastradas e atestadas no Brasil, seja através de entidade de pesquisa, institutos ou associações. Desse total, 55% das marcas estão no RS, 42% em MG, e outros 3% distribuídos em estados como SC, SP e RJ.
De acordo com o presidente do Ibraoliva, Paulo Marchioretto, a maioria dessas marcas já tem pomares e indústrias de processamento próprios, com operações em endereço fixo e dentro de todas as exigências de produção e qualidade para um azeite extravirgem. “Temos que saudar essa Operação Isis, conduzida pelo Ministério da Agricultura, pois além de proteger o consumidor de produtos falsificados, mostra que é fundamental conhecer a origem do azeite que levamos para casa”, afirma.
Marchioretto destaca ainda que os produtos retirados do mercado pelos técnicos do Mapa são, em sua quase totalidade, de marcas importadas ou envasadas por empresas clandestinas. “Podemos garantir que o azeite extravirgem nacional segue outro caminho. Onde a qualidade e a procedência do azeite sejam percebidas pelo consumidor como o grande diferencial. Tanto, que muitos rótulos nacionais já conquistaram premiações em importantes concursos internacionais realizados em 2019”, lembra.
O dirigente do Ibraoliva destaca ainda que a qualidade dos azeites produzidos no Brasil evoluiu significativamente nos últimos anos, principalmente aqueles extraídos dos pomares de oliveiras dos campos do Rio Grande do Sul e da Serra da Mantiqueira, região entre Minas Gerais e São Paulo. “O RS representa de 65% a 70% das terras plantadas brasileiras e que nesta safra parte das plantações (nem tudo está em produção ainda) rendeu 189 mil litros de azeite dos 240 mil produzidos no Brasil”, diz Paulo Marchioretto.
O Ibraoliva estima que, até 2025, o Brasil atinja 20 mil hectares plantados de oliveiras. Em 2019, a produção de azeitonas ultrapassou 1,4 milhão de quilos em todo país.
Como identificar um azeite falsificado
Os técnicos do Ibraoliva alertam: não acreditem em azeites baratos! São necessários de 5 à 14 kg de azeitona para se elaborar 1 litro de azeite. Para usufruir de todos os benefícios que esse importante alimento funcional nos proporciona, devemos consumi-lo o mais fresco possível. A data do envase ou a safra e a origem devem ser os principais parâmetros para escolher um bom azeite. Azeites Extra Virgens devem possuir características sensoriais de frescor, jamais devem lembrar notas rançosas, fermentadas ou avinagradas.
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