Manejo integrado: Maior rentabilidade só é alcançada com combinação de práticas agrícolas corretas
O município de Passo Fundo no Rio Grande do Sul recebeu a primeira edição do Agronomy Day da Corteva realizado no estado gaúcho neste ano de 2019 focado na proteção de cultivos. O evento demonstrou a importância do manejo integrado, com várias ações simultâneas, para o bom desenvolvimento das lavouras.
“Nós conversamos muito sobre manejo e a importância do produtor conhecer, porque dependendo da situação é preciso usar determinado produto em determinada época. Não dá para pensar em um produto isolado porque se você aplicar um produto fora do estágio correto ou não respeitar o intervalo correto ele não vai ter uma boa eficiência. Sem dúvida é um conceito de manejo que vai trazer a rentabilidade para o produtor”, diz Cindy Chaves, agrônoma de produtos da Corteva.
Em anos como esse, em que várias regiões produtoras sofreram bastante com condições climáticas adversas ao longo do desenvolvimento da safra, ficou bastante evidente que quem se preocupou mais com a qualidade dos manejos conquistou um rendimento melhor.
“Esse ano foi bastante complicado em termos de condições climáticas e nunca o conceito de manejo integrado para todas as áreas esteve tão em alta como nos últimos anos, especialmente nessa safra. Temos que pensar desde o manejo do solo, do sistema de produção e depois defender tudo aquilo que construímos em termos de potencial produtivo”, afirma Alexandre Donera, engenheiro agrônomo e coordenador técnico de difusão da Cotrijal de Não me Toque/RS.
Uma das apresentações realizadas em uma fazenda de Passo Fundo foi quanto a importância da utilização correta dos fungicidas, que se aplicados nas quantidades recomendadas, da maneira correta e dentro da janela certa, podem transformar um investimento de 6 sacas de soja em até 30 sacas de rentabilidade.
“As lavouras nessa região do estado tem potencial de produzir entre 60 e 70 sacas por hectare e se você não fizer nenhum controle seu potencial cai 50% ou até mais. É claro que todos os agricultores fazem algum tipo de controle, alguns mais efetivos e outros menos, mas uma ação correta custa em torno de 6 sacas e dá uma rentabilidade de 30 ou 40 sacas a mais”, conta Jeferson Geiss, gerente de marketing de campo da Corteva.
Além de seguir todas as instruções corretamente, o produtor precisa ficar atento à necessidade de misturar os produtos e fazer uma rotação de princípios ativos para evitar a resistência das doenças. Segundo levantamentos de órgãos governamentais, na safra de soja 2017/18 os produtores do Rio Grande do Sul realizaram uma média de 3,6 aplicações de fungicidas em suas lavouras, diante da recomendação básica de 4 aplicações.
Outra área com que o produtor deve ficar atento é com relação aos inseticidas, principalmente no que diz respeito aos percevejos e lagartas. Uma vez que eles podem impactar drasticamente na produtividade das lavouras, por exemplo, um percevejo marrom por metro quadrado pode diminuir em até 1,5 sacas por hectare a produtividade da soja, e a lagarta spodoptera 1 saca a menos em média.
“É muito importante o produtor monitorar para ver se existe a presença da praga e fazer a aplicação correta. O percevejo atua sugando o grão da soja no momento da formação do grão, que é a rentabilidade do produtor, indo diretamente na proteína da vagem. Já a lagarta geralmente come as folhas e impede o desenvolvimento dos grãos já que a planta não absorve energia”, explica Chaves.
Com o aumento do potencial produtivo das lavouras, a maior incidência de pragas é uma consequência, que os produtores precisam lidar. “Há 20 anos atrás nós produzíamos metade do que produzimos hoje por hectare, então as plantas evoluíram, e quando elas evoluem mais em produtividade elas acabam perdendo alguns caracteres de proteção e ficando mais sensíveis. A soja é selecionada para produzir mais e acaba perdendo em proteção contra doenças e pragas, então cada vez mais se requer uma proteção a mais para as plantas”, pontua Geiss.
No final, o importante é que todas essas informações cheguem aos produtores e que eles consigam aplicar na pratica de suas lavouras e obtenham resultados mais satisfatórios ao final das colheitas. “Como nós trabalhamos com assistência técnica, precisamos sempre estar na vanguarda nesse mundo que a cada dia surgem novidades e levar informações para os produtores poderem produzir mais e terem mais rentabilidade”, pontua o engenheiro agrônomo da Cotrijal.
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