Pesquisa da APTA que avalia o cultivo em conjunto de camarão e lambari é premiada em congresso
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, teve pesquisa premiada durante o VIII Aquaciência, realizado em Natal, no Rio Grande do Norte, de 17 a 21 de setembro. O trabalho “Indicadores zootécnicos no policultivo de camarões de água doce Macrobrachium rosenbergii e lambaris Astianaxaltiparanae” foi premiado como o melhor pôster avaliado na categoria “Profissional”. A pesquisa é de autoria dos pesquisadores da APTA, Sérgio Henrique Canello Schalch, Fernanda Menezes França, Adriana Sacioto Marcantonio e Vanderson Natali Dias, e do pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA), Hélcio Luiz de Almeida Marques. O estudo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
De acordo com Schalch, pesquisador do Polo Regional de Pindamonhangaba da APTA e coordenador do estudo, o objetivo foi avaliar o desempenho produtivo de um sistema de produção de camarão de água doce criado em conjunto com lambaris. Os resultados mostram que o sistema é interessante economicamente, por produzir mais alimentos em um mesmo espaço, reduzir os custos e agregar valor à produção.
“A grande vantagem desse sistema, que se chama policultivo, é produzir mais alimentos de qualidade em um mesmo espaço. Os custos de produção diminuem, pois para produzir as duas espécies não é necessário colocar mais alimento, já que o camarão come apenas o resíduo da ração fornecida aos lambaris. Com isso, o produtor diminui seus gastos e tem à disposição o lambari, que é bastante usado como isca para pesca esportiva, e o camarão, um produto de alto valor agregado, usado na gastronomia e com grande potencial na região”, explica o pesquisador da APTA.
Para verificar qual seria o melhor manejo para o cultivo, os pesquisadores fizeram dois experimentos, ambos em tanques escavados. No primeiro deles, os lambaris ficaram no mesmo tanque que os camarões, mas eram cultivados em gaiolas e os camarões soltos. No segundo experimento, os pesquisadores inseriram os camarões no tanque antes do lambari. Só quando os crustáceos engordavam, os lambaris eram soltos. “Os resultados mostram que os dois sistemas foram vantajosos, mas o de lambari na gaiola foi melhor avaliado”, afirma Schalch.
O pesquisador da APTA explica que o sistema é bastante interessante para os pequenos e médios produtores rurais, principalmente para aqueles com propriedades na região do Vale do Paraíba. “É um sistema que pode ser empregado em diversas regiões, principalmente no Vale do Paraíba, região em que há muita água e é próxima a São Paulo e a regiões metropolitanas”, diz.
A pesquisa se iniciou em junho de 2016 e deve ser finalizada em 2018. Segundo Schalch, os próximos passos serão os testes de outras espécies de camarão e de peixes neste sistema de produção.
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