El País: Deixe de comprar comida orgânica se quiser salvar o planeta
El País: Deixe de comprar comida orgânica se quiser salvar o planeta
Não poucos rótulos de produtos orgânicos (aqueles cujos produtores garantem não ter sido tratados com nenhum tipo de pesticida que não seja natural, que foram cultivados respeitando os ciclos próprios da natureza e não foram modificados geneticamente) prometem não apenas um sabor autêntico, mas que ao escolhê-los você contribuirá para preservar a natureza. Na Espanha, 36% das pessoas que consomem produtos orgânicos o fazem movidos por motivos ambientais, segundo uma pesquisa de 2014 do Ministério da Agricultura. Se você é dos que acreditam que ao comprar estes alimentos contribui para salvar o planeta, poderia estar incorrendo em um erro: um artigo recente publicado na New Scientist afirma que é um tipo de agricultura menos eficiente, com a qual não se reduzem as emissões de CO2 e que, além disso seus produtos não são necessariamente mais saudáveis.
“Está na moda aderir ao orgânico pelo atrativo da palavra, mas ninguém tem ideia de como é produzido”, sentencia o engenheiro agrônomo Marco Antonio Oltra, professor associado de Fisiologia Vegetal na Universidade de Alicante. Para este especialista, uma produção totalmente orgânica não abasteceria toda a população: “Somos 7 bilhões de pessoas diante de 1% de produção orgânica. Mudar para uma agricultura orgânica faria com que metade da população mundial deixasse de comer. Só se cultiva assim em regiões onde faltam meios para a agricultura técnica, como na Índia ou em alguns países africanos. Mas não são levados pelo respeito ao meio ambiente, embora o consumidor ignore isto. Muitos consumidores associam o orgânico ao bom”, opina o especialista.
Embora você não perceba, a agricultura orgânica demanda a utilização de mais terras por causa de seu baixo rendimento em relação à convencional, o que leva à degradação de ecossistemas como as florestas nas zonas tropicais. Uma pesquisa publicada na Nature em 2012, baseada em uma meta-análise (um procedimento estatístico avançado) de todos os dados publicados, concluía que a produção orgânica produz entre 5% e 34% menos que a convencional. “Para satisfazer as necessidades da crescente população [em 2050 terá aumentado em 1 bilhão de habitantes, segundo a FAO], haverá a necessidade de mais superfície para o cultivo, e isso significa que, se forem respeitadas as normas da agricultura orgânica, seria preciso desmatar florestas. No entanto, com a agricultura convencional, tecnologicamente muito avançada, seria possível cultivar em regiões de estepe e até em desertos”, afirma Emilio Montesinos, microbiologista, catedrático em Patologia Vegetal e diretor do Instituto de Tecnologia Agroalimentar – CIDSAV da Universidade de Girona.
Maior rastro ecológico
Quando se fala dos gases do efeito estufa, certamente que a primeira coisa que vem à mente é a imagem de uma metrópole superpovoada ou a das fumegantes chaminés de uma indústria. Mas a produção agrícola joga também seu papel nessas emissões nocivas para o planeta. “Na verdade, a orgânica implica, em média, uma maior emissão de dióxido de carbono do que a convencional. É preciso levar em conta os trabalhos do campo, a mão de obra, a menor eficiência dos produtos fitossanitários para o controle de pragas e doenças ou da fertilização”, explica Montesinos.
“Em um programa de produção orgânica de maçãs, por exemplo, o controle de uma doença muito frequente denominada sarna-da-maçã requer aplicações semanais ou mais frequentes, durante três meses, de produtos pouco eficazes como o bicarbonato de potássio, o enxofre e o caulim. No final desses cuidados, isto pode significar mais de doze tratamentos.” Segundo o microbiologista, uma horta familiar, onde os trabalhos são feitos manualmente, não deixaria um rastro de CO2 maior, “mas em uma exploração de um hectare a presença do maquinário agrícola é mais frequente e, portanto, aumentam as emissões. Na agricultura convencional seriam usados fungicidas de sínteses muito mais eficazes e menos tratamentos, entre dois e cinco”.
Outro aspecto importante se refere ao custo energético dos produtos fitossanitários. O especialista exemplifica: “Em alguns cultivos orgânicos se requer menos energia, mas às vezes se utilizam compostos derivados, autorizados, de cobre, com um tremendo impacto ambiental. Embora sejam considerados naturais, não procedem em primeiro plano de extrações diretas de mineração, mas da reciclagem de cabos elétricos, entre outros. Essa reciclagem tem um considerável consumo energético e emissão de CO2.”
Para o bioquímico e divulgador José Miguel Mulet, autor de Los productos naturales, vaya timo (Laetoli) e Comer Sin Miedo (Destino), “o rótulo orgânico só diz que os que se utilizou é natural, mas não que seja melhor nem pior. Tampouco informa se foi aplicada alguma das numerosas exceções que o regulamento prevê. Só faz referência ao fato de ter sido produzido de acordo com as normas, mas nada sobre o impacto ecológico, como o rastro de carbono [o CO2 é emitido em todas as fases de criação de um produto]”, afirma.
Apesar de o certificado do rastro de carbono não ser obrigatório, há países europeus em que é comum que os produtos orgânicos tenham esse dado assinalado em seu rótulo. Para Oltra, este indicador não ajuda a se ter uma ideia real sobre se estamos diante de um produto nocivo para a natureza ou não. “A certificação é muito importante, mas só quando o usuário final pode entendê-la. Há outros conceitos, como o rastro hídrico (quantificar a água que se utilizou), que são mais compreensíveis. Mas, sobretudo, é necessário fazer uma comparação: quando se lê que um produto utilizou 18 litros para um quilo e outro, 32, fica mais claro. Com o rótulo, seria premiada a eficácia de um consumo verde, e não só no uso da água, também em fertilizantes e tratamentos fitossanitários”, observa.
Tudo vale a pena pela saúde?
Outro motivo pelo qual as pessoas escolhem produtos orgânicos é porque se preocupam com a saúde. Mulet considera que comer orgânicos não é mais saudável: “A qualidade nutricional é semelhante tanto no convencional como no orgânico, outra questão é a segurança alimentar, onde fica claro que os maiores alertas se deram no orgânico, a começar pela crise de 2011, que causou 47 vítimas”.
“Quando não há problema de pragas e de nutrição nas plantas, a agricultura orgânica não demanda ações importantes para seu controle, como o uso de pesticidas autorizados. No entanto, na prática, as pragas, doenças e ervas daninhas comprometem em perdas ao redor de 33% da produção potencial na agricultura convencional. É de se supor que na orgânica sejam ainda maiores por causa da menor eficácia dos sistemas de controle. Isto se traduz em que seus produtos apresentem maior deterioração e não se conservem tão bem como os convencionais, o que ocasiona deteriorações fúngicas. Alguns desses fungos produzem micotoxinas, hoje um dos problemas toxicológicos alimentares mais preocupantes”, conclui Emilio Montesinos.
Leia a notícia na íntegra no site El País.
6 comentários
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João Abib Mansur Curitiba - PR
Podemos e devemos conviver com os dois , Agricultura e Pecuaria Brasileira é referencia no mundo , parabéns
Darli Golembieski Nova Prata - RS
Exageros e demagogias a parte, lembrar que se não fosse a revolucao agrícola (adubação química, trangênicos, alta produtividade e redução custo das lavouras) metade da população do mundo morreria de fome, e os paises seriam muito pobres... a sociedade pagaria um preço muito caro pela produção escassa e cara de de alimentos... Ainda, graças aos trangênicos, os alimentos produzidos contém muito menos defensivos, a um custo bem menor de produção e mais acessivel para compra... a natureza agradece.. hoje se produz muito mais nas mesmas áreas, sem agredir o meio ambiente e em áreas antes não produtivas... pensem nisto...
Sr DARLI concordo mas fico com uma pulga atras da orelha, porque decadas atras nao precisavamos de tantos defensivos com hoje.
Acho que a maior tecnologia que revolucionou a agricultura tropical foi o PLANTIO DIRETO... Esta tecnologia foi uma das maiores invenções humanas, equiparada à roda e à eletricidade... Vejo essa briga ideológica entre tecnologia e orgânicos como perda de tempo, todo agricultor que se prese não desperdiça nem um e nem outro, planta transgênicos quando viável mas não desperdiça uma adubação orgânica quando possível... Ficar preso a esta ou aquela tecnologia limita os ganhos e estamos aqui para produzir mais, com mais qualidade e sempre lembrando de ganhar dinheiro, não importa se esta ou aquela tecnologia resulta em maiores resultados, não temos nenhum tipo de discriminação... Fazemos aquilo que dá mais resultado... E quando falo em "mais resultado" não é só olhando no curto prazo, pois agricultor que se presa sabe que a natureza cobra caro quando não respeitamos suas regras... Sobre a questão do "aumento" de uso dos defensivos agrícolas, Sr. Meloni, o que posso argumentar é que vivemos outros tempos, e temos vários fatores que podem explicar isso: 1) Redução do custo dos defensivos - aumentando a viabilidade do uso dos produtos; 2) Maior variabilidade de defensivos - opções de controle para praticamente tudo que reduz a produção; 3) Aumento da produtividade das culturas - o que aumenta o retorno econômico do uso de defensivos agrícolas; 4) Aumento do conhecimento humano sobre as perdas agrícolas causadas por organismos fitopatogênicos; 5) Melhoramento genético priorizando a produtividade - o que resultou em redução do índice de área foliar (IAF) e necessidade maior de controle de pragas e doenças; 6) Alteração da qualidade de vida do agricultor - que prefere utilizar um herbicida, que é prático e barato, do que carpir a lavoura ou contratar mão-de-obra terceirizada e se incomodar com as questões trabalhistas, entre outras... Mas também não podemos esquecer o fator 7) Surgimento de pragas e doenças novas ou vindas de outros continentes - muitas das quais de maneira PROPOSITAL com o intuito de vender mais defensivos agrícolas - país que não cuida de suas fronteiras negligenciando as barreiras fitossanitárias acaba virando essa anarquia do nosso dia a dia...
Euclides de Oliveira Pinto Neto Duque de Caxias - RJ
Logicamente, a publicação de "achismos" e "pareceres", principalmente favoráveis à agricultura "moderna", recebe todo o apoio e altos subsídios das empresas multinacionais, principalmente da Monsanto e Bayer (antiga IG FARBEN, lembram ?...agora voltaram a ficar juntas...) o "douto sphechiallista" é europeu, onde a imposição de alimentos transgenicos não está sendo aceita pela população... talvez porque o povo europeu é "imbecil" e não percebe as "grandes virtudes" dos OGM para a nutrição humana... quanto à sua afirmação que a agricultura organiza é incapaz de sustentar a população, é outra falácia, a fim de convencer os leitores da inevitabilidade de utilizar
o "eficiente" processo utilizado na "agricultura moderna", baseada no uso intensivo de OGM, pesticidas e adubos químicos, manipulada por um pequeno grupo de empresas transnacionais que controlam a produção, transporte, comercialização e distribuição dos alimentos... ou seja, só a produção real (plantio) é deixada para os otários que metem a mão na terra...SR EUCLIDES MUITOS DESAPROVARAM SEU COMENTARIO QUE A MEU VER ESTA' MUITO CERTO----O ARTIGO MENCIONADO FOI ESCRITO POR LADRAO DE BANCO (monsanto/bayer) CONTRA LADROES DE GALINHAS (organicos)----HOJE EXISTE TRATOR CABINADO QUE PROTEGE MELHOR O SUJEITO QUE APLICA PESTICIDA----MAS NAS DECADAS PASSADAS VI MUITAS PESSOAS SOFRER DE TONTURAS , CAROÇOS, E APLICADORES DE PESTICIDAS QUE AOS 50 ANOS ESTAVAM COM O ESTADO GERAL DE SAUDE EXTREMAMENTE DEBILITADO-----UM TRABALHADOR NA AGRICULTURA GASTA HOJE CINCO VEZES MAIS TEMPO PASSANDO PESTICIDAS DO QUE PLANTAR E COLHER---
O PESTICIDA E' UM MAL NECESSARIO, PARA O QUAL AINDA NAO FOI ENCONTRADO SUBSTITUTO INOCUO-----
A falácia da "revolução verde" serviu para as multinacionais norte-americanas e européias invadirem os países do terceiro mundo, implementando normas de cultivo onde os produtos utilizados - cultivo mecanizado, sementes OGM, adubos quimicos e principalmente defensivos foram impostos, a partir de financiamentos concedidos pelo FMI, com vistas à exportação. Como monopolizam a compra, distribuição e venda das comodities, além do transporte, abocanham a maior parte dos lucros, cabendo aos produtores uma remuneração bisonha, suficiente para cobrir os custos e juros bancários. Ao mesmo tempo, os agricultores abandonaram seus modelos tradicionais de produção, dirigidos para o consumo interno, cuja variedade e diversidade garantia a segurança alimentar da população. Hoje, os produtos agrícolas são cultivados no Brasil e vendidos para a China - em contrapartida, o pescado produzido no Vietnam é trazido refrigerado para o Brasil... um grande passeio, com elevados custos de frete e de conservação dos produtos... com enorme diferencial entre o preço pago ao produtor e o preço praticado pela rede de distribuição... ficando a cadeia de intermediários com a maior parte dos lucros...
PRODUTORES DE CAMARAO DO NORDESTE NAO CONSEGUEM PRODUZIR POR CAUSA DOS INUMEROS IMPECILHOS IMPOSTOS PELO IBAMA---APARECEU NA IMPRENSA E EU ME PERGUNTO ::::SERA' QUE NENHUMA AUTORIDADE ENXERGA ESSA BESTEIRA?
Sr. Euclides, permita-me discordar, mas o programa Revolução Verde tem outra "raízes" que não são divulgadas. ... Qual é a matéria prima dos explosivos usados na Segunda Grande Guerra? Não são os nitrogenados ? Imagine o final da "Guerra", quais serão os destinos dessas industrias? Os antigos , que assistiram no cinema os filmes do "mocinho", John Wayne, acendia os pavios das bananas de dinamite com seus cigarros. ...Na imagem, sempre aparecia as três letras,gravadas na banana de dinamite "TNT". O que significa isso? ... TriNitroTolueno... Pois é. É um composto nitrogenado explosivo, muito usado até nos nossos dias. ... Muitos são produtores rurais... A maioria usa fertilizantes nitrogenados, a sua maioria sob a forma de UREIA. Faço a seguinte pergunta: VOCÊ TENTOU COMPRAR NITRATO DE AMÔNIA ? ... Veja se consegue comprar umas ... "toneladas" ... desse fertilizante? ... O EXERCITO vai fazer uma "visita" na sua propriedade e na sua vida, sabe porque?... Porque é um explosivo em potencial !!! ... UÉ !!! ... MAS NÃO É ADUBO ??? ... VEJA COMO SÃO AS "COISAS" !!!
Acho que não ficou com a devida clareza meu comentário... O objetivo foi de reaproveitar as industrias para produzir componentes semelhantes, mas para outra atividade, no caso, a agricultura.
Carmen Cortada
Finalmente um artigo realista sobre produção denominada orgânica...
Nunca lí tanta asneira e desconhecimento. Ora ignorar as altissimas doses de veneno que possuem os alimentos convencionais e transgenicos; ignorar os números altíssimos de câncer que surgiram após a revolução verde e a contaminação até do lençol freático em 60 anos de revolução verde e muita ignorância. Já pesquisaram sobre qual a percentagem de pessoas que passam fome hoje no mundo e antes dos agrotóxicos? pois lhes digo...hoje é mais alta! Porque o problema não é quantidade e sim distribuição. Essa agricultura altamente extrativista é insustentável....ou o agricultor coloca tudo pra planta ou a planta mal germina...que agricultura é essa que a terra não consegue sustentar mais uma planta sem a interferência tóxica do homem? centenas de anos a humanidade produziu e viveu bem sem veneno, mas agora receio que meus filhos nem água pura terão para beber.
Alexandre gerhardt Porto alegre - RS
Ok. Mas o que dizer dos hortifrutos vendidos na ceasa em porto alegre, onde encontraram mais de 70,,% dos alimentos com agrotoxicos acima dos niveis permitidos, totalmente contaminados e , na maioria, com uso proibido no brasil!!?? A maioria dos produtores rurais convencionais e de produtos transgênicos esta' focado no lucro, não se preocupa quem vai comer. Alimentação e' questão de COnsciência. Na china comem cachorro e golfinho,...no japão ainda matam baleias... mais da metade da população não sabe a que veio ao planeta, acham coca cola o maximo .... e por ai vai. sou produtor rural de soja milho e trigo, e jamais comeria minha soja de tanta " tecnologia" (leia se venenos e fungicidas) que vai nela... estou fazendo testes com organicos pela primeira vez em escala e faz muito mais sentido comer alimentos sem veneno...agora, vivemos em um mundo de livre arbitrio, cada um com sua consciência, que se respeitem todos...
Entre o ideal e o possivel, vamos ficar com o segundo desde que usado com conciencia e sujeito a uma rigorosa fiscalizacao, o que estariamos sonhando outra vez: a comida para todos ou para alguns?
A resposta a essa pergunta é longa, Sr. Alexandre, e que fique bem claro que não tenho nada com empresas de agroquímicos... Temos dois problemas identificados em relação aos "excessos" de resíduos de agrotóxicos nos alimentos... O primeiro é quanto à presença de produtos "proibidos", o que na verdade é fruto da burocracia brasileira, que exige milhões de testes já feitos mundo afora, e como são caros, acabam não sendo "refeitos" no Brasil para as culturas menos populares, o que limita o registro dos agroquímicos às culturas mais volumosas - o resultado é que o mundo inteiro usa determinados produtos em diversas culturas e nós não podemos utilizar porque não foi registrado... O segundo ponto é em relação aos resíduos de produtos liberados para determinadas culturas estarem acima do limite tolerado, caso que o Sr. citou... Nesta situação o Brasil peca pelo excesso do excesso, pois ele exige uma "margem de segurança" de 1.000 vezes... Isso mesmo... Parece piada mas é a verdade... Brasil sil sil... A conta do resíduo aceito como tolerável é feita assim: se determinado produto se come em média 100 g/dia no Brasil sil sil, eles presumem que algum maníaco coma até 1 Kg/dia, acham o valor de resíduo seguro para quem come 1 Kg/dia durante toda a sua vida e depois dividem esse valor por 100!!! Este é o valor liberado de resíduo no alimento, com margem de segurança de 1000 vezes - os medicamentos a margem de segurança às vezes não chega a 1... E como há excesso de precaução às vezes acaba aparecendo mais resíduo do que o liberado "oficialmente"... Mas veja, no caso do seu exemplo, 70% acima do liberado" significa 1,7% do resíduo seguro de ser consumido todo dia durante toda a sua vida... Porém, isto não quer dizer que por isso devemos utilizar os defensivos agrícolas de maneira indiscriminada, além de sermos responsáveis, queremos ganhar dinheiro (como qualquer outra atividade), e para ganhar dinheiro precisamos gastar o mínimo necessário de defensivos agrícolas...
Ola Fernando. Obrigado pela mensagem. O produtor deve assumir esta responsabilidade, ja' vi produtores colocarem remedio de uso veterinario para matar "tamandua da soja" no auge de infestações... pra matar...segue link de materia sobre uso indiscriminado de agrotoxicos do grupo rbs aqui do Rio grande.
https://www.google.com.br/amp/am.zerohora.com.br/amp/8614068/ceasa-vende-alimentos-com-agrotoxico-proibido-inadequado-ou-acima-do-permitido?client=safari
Quanto aos orgânicos creio que o poder esta' na mão dos consumidores, poder inerente a todos nós. Por enquanto são nichos de mercado que rendem bons negocios. O futuro dira'.
Forte abraço e obrigado aos noticias agricolas por este espaço fantástico.
Bem, fazem uns 26 anos que saí do campo e moro na cidade. O que eu quero quando vou ao mercado? Comida disponível e por preço acessível. De preferência, o melhor e mais barato possível.
O orgânico nem sempre é o mais bonito aos olhos. O preço, inacessível para massa populacional. Além disso, não há produção suficiente.
O melhor orgânico, a meu ver, ainda é aquele que eu mesmo posso produzir no meu quintal. Mas isso não é tudo! E, mesmo que produzisse tudo que necessitasse, tenho que reconhecer que não é o caso dos meus vizinhos, que moram em um prédio, pagam caro pela água e, não tem tempo nem pra lavar a própria louça o que os leva a se alimentar fora todos os dias. Essa é a realidade de muitos e muitos. A última coisa que muitos estão se perguntando é: qual o nível de agrotóxico dessa cenoura, deste tomate ou daquele arroz? Só quem planta sabe quanto custa produzir. Sem agrotóxico, em larga escala, não vejo que haja alimentos para todos.
Moral da história: ruim com agrotóxico, pior sem ele...
Muito em breve a verdade sobre os defensivos agrícolas chegará á população. Neste dia o consumidor exigirá um alimento seguro. Se eu falasse aqui, tres anos atrás, que a margarina faz mal para o coração, muitos me taxariam de louco. Pois bem, já neste ano de 2016 a margarina foi banida para consumo humano nos EUA. Por aqui ainda fazem propaganda de margarina como remédio para o coração. A carga de defensivos nos alimentos é muito grande. Sou agricultor e sei do que falo. O que dizer do feijão, que é dessecado com produtos faixa vermelha e colhido sem respeitar a carência? O mesmo com a soja. Também estão dessecando milho e trigo. Não sei falar de outras culturas que não produzo. Animais confinados ingerem antibióticos (ionóforos) na ração diariamente. Somente se respeita a carência de antibióticos no leite quando tem fiscalização na entrega. E por que o agricultor faz isso? Ele faz para obter melhores resultados, para produzir mais e mais rápido. Foi dito que o consumidor quer alimento o mais barato possível e com a melhor qualidade possível. Infelizmente isso é raro de conseguir, bom e barato. Em países miseráveis como o Brasil, onde o preço do alimento pode causar fome, a qualidade e segurança vem em segundo lugar. Os órgãos de controle sabem disso, mas se forem fiscalizar não sobra comida no mercado. É a triste realidade. Nos países mais desenvolvidos onde o preço do alimento não impacta tanto no orçamento doméstico, o controle é rigoroso e muitos nos defensivos usados aqui são proibidos por lá.
o Sr Fernando tem razão ao fazer seu comentário...acessem e leiam o artigo inteiro, a própria frente parlamentar da agropecuária divulgou esses dados..http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/espaco-aberto/bravatas-sobre-a-agropecuaria-brasileira-por-marcos-jank-e-mauricio-nogueira/
Mesmo com todas estas informações e criticas aos produtos tradicionais não orgânicos a expectativa de vida do ser humano vem aumentando ano após ano , tanto que o governo federal quer aumentar o tempo de contribuição p futura aposentadoria . Será que os produtos tradicionais fazem tanto mal assim .
Acho válidas as discussões sob "pontos de vista".
Daí o assunto ser classificado como "polemico", pois as verdades dos dois lados são, simplesmente, relativas. Ocorre que os argumentos usados são, na sua maioria, produzidos por ideologias. ... Tomemos como exemplo: Ruim com agrotóxicos, pior sem ele. ... Imaginem, só imaginem... que o progresso da humanidade chegue a um nível de desumanização, predestinando aqueles indivíduos que vão nascer com genes, onde na idade adulta vão apresentar doenças e, para evitar esse alto custo do tratamento a sociedade, permite-se que sua morte seja facilitada já no inicio de sua vida. Veja é um conceito onde se sacrifica uma minoria para privilegiar a maioria. ... O fato é que: DA MISSA NÃO SABEMOS UM TERÇO !!!
Assunto polemico que pede bastante leitura em materiais confiáveis, sem viés partidário, e desenvolvido com intuito de de corroborar com a transição que agricultura vem passando para se adequar à realidade que nos encontramos. Seria ilógico não reconhecer que a ingestão de agroquímicos,mesmo que liberada por instituições pertinentes ao ato, provoca danos contra a saúde, não só do humano, como de toda parte do ecossistema. A bioacumulação de moléculas derivadas dos agroquímicos nos organismos do ecossistema é fato, e precisa ser considerada. Reconheço que a necessidade de produção para suportar a demanda atual não viabiliza a "produção orgânica" como mantenedora, e que a adequação de sistemas tradicionais para sistemas menos agressivos é complexa e se encontra em estudo pelo mundo, não existindo um modelo pronto que gere resultados satisfatórios. Dentro desse base é que tento compreender e faze compreender que é necessária a mudança para nosso próprio bem. Sistemas mais sustentáveis e sem a utilização massiva de agroquímicos devem ser desenvolvidos de forma que supram a necessidade de produção para abastecer a demanda e não prejudique o meio em que esta inserido, não somente na atualidade, mas como para gerações futuras. Como li a poucos dias atras, mas não me recordo da referencia, "a palavra sustentabilidade já é clichê, e deve ser repensada em seus mais diferentes atributos, tornando sua compreensão mais praticamente ativa e seu resultado mais palpável. Passar por essa fase, requer a quebra de paradigmas, requer imparcialidade na compreensão dos resultados estatísticos, requer disposição e força de vontade de querer um mundo melhor, onde o mais importante esta completamente a parte do capitalismo sem rédias que atualmente tem as rédias da maioria de tomada de decisões importantes para população do planeta.
domingos de souza medeiros Dourados - MS
Fortes argumentos e fatos para contrapor aos VEGA e a turma da "onda verde".