Em abril, IBGE prevê safra 4,2% maior que a de 2014
A quarta estimativa de 2015 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 201,0 milhões de toneladas, superior 4,2% à obtida em 2014 (192,9 milhões de toneladas) e maior 1.250.329 toneladas (0,6%) da avaliação de março. A estimativa da área a ser colhida é de 57,5 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 2,0% frente à área colhida em 2014 (56,4 milhões de hectares), com acréscimo de 220.328 hectares (0,4%) em relação ao mês anterior. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 91,6% da estimativa da produção e responderam por 85,4% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 4,7% na área da soja e de 0,1% na área do milho. Já na área de arroz, houve redução de 3,5%. No que se refere à produção, houve acréscimos de 0,7% para o arroz, 10,6% para a soja e diminuição de 3,1% para o milho.
Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 81,4 milhões de toneladas; Sul, 76,3 milhões de toneladas; Nordeste, 18,9 milhões de toneladas; Sudeste, 18,3 milhões de toneladas; e Norte, 6,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incrementos de 9,2% na região Norte, de 20,0% na Nordeste, de 2,3% na Sudeste e de 7,9% na região Sul. O Centro-Oeste mostrou queda de 1,8% em relação à produção de 2014. Para 2015, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,4%, seguido pelo Paraná (18,5%) e Rio Grande do Sul (16,2%), que, somados, representaram 58,1% do total nacional previsto.
Estimativa de abril em relação a março de 2015
Na comparação com março de 2015, destacam-se as estimativas de produção de milho 2ª safra (+1,3%), trigo (+1,2%), cana-de-açúcar (+0,9%), soja (+0,9%), milho 1ª safra (-0,6%), feijão 3ª safra (-0,8%), batata 3ª safra (-1,4%) e café canephora (-1,6%).
Café Canephora (em grão) – A estimativa de produção alcançou 660,1 mil toneladas (11,0 milhões de sacas de 60 kg), redução de 1,6% em relação a março. Houve redução nas estimativas da área plantada (-0,8%), na área a ser colhida (-0,9%) e no rendimento médio (-0,7%). As lavouras vêm sofrendo efeitos do clima desfavorável nos principais estados produtores. No Espírito Santo, maior produtor e responsável por 68,5% do total nacional, é a falta de chuva que está provocando redução do peso dos grãos e queda no rendimento das lavouras. O estado aguarda colher 452,4 mil toneladas, redução de 1,1% em relação ao mês anterior.
Cana-de-açúcar – A estimativa é de 678,9 milhões de toneladas, aumento de 0,9% em relação a março. A área ser colhida aumentou 0,1% e o rendimento médio aumentou 0,8%. O aumento da estimativa de produção na região Centro-Oeste foi de 5,5% em relação ao mês anterior, compensando as perdas aguardadas pelo Sudeste (-0,4%), maior produtora. Somente no Mato Grosso do Sul a estimativa de produção em 2015 tem crescimento de 12,8% em relação ao mês anterior, em decorrência do rendimento, que deve crescer 12,0%. A produção esperada para 2015 é de 50,2 milhões de toneladas. Em Goiás, maior produtor regional de cana-de-açúcar, com 62,3 milhões de toneladas, a estimativa está com crescimento de 2,0%.
Feijão (em grão) 3ª safra – Seguindo a diminuição de 0,7% na estimativa da área plantada, a expectativa de produção caiu 0,8% em relação a março, ficando em 413.362 toneladas. Essa redução foi causada pela atualização das estimativas de Minas Gerais, maior produtor nacional para a 3ª safra. com 49,2% da produção. As investigações no estado indicaram uma redução de 1,5% na área plantada e de 1,6% na produção.
Milho (em grão) – A produção total de milho estimado para esta safra é de 76,3 milhões de toneladas, alta de 0,5% em relação ao mês anterior. O milho primeira safra terá produção de 30,8 milhões de toneladas, retração de 0,6% em relação ao mês anterior. Esta baixa foi puxada por Minas Gerais, que reduziu em 0,9% a área plantada e em 1,4% a área colhida, com produção estimada em 5,4 milhões de toneladas, menor 1,5% em relação a março. A produção esperada para o milho segunda safra é de 45,5 milhões de toneladas, maior 1,3% em relação a março. O acréscimo da área colhida em 0,9% e do rendimento médio em 0,4% são os responsáveis pela alta da produção. Mato Grosso do Sul estima rendimento médio 4,2% superior frente a março. A produção está estimada em 7,7 milhões de toneladas, 4,8% maior que o mês anterior. Paraná, apesar do decréscimo de 0,7% no rendimento médio, estima área colhida 1,3% maior que em março. A produção de 10,0 milhões de toneladas é maior 0,7% que a estimativa de março.
Soja (em grão) – A expectativa de produção da soja é de 95,6 milhões de toneladas, alta de 0,9% frente a março. Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná são responsáveis por 72,3% da alta na estimativa. Mato Grosso do Sul trás estimativa de rendimento médio 3,2% superior à de março. Este estado também apresenta alta na área plantada de 1,4%, fazendo com que a expectativa de produção seja de 7,1 milhões de toneladas, 4,7% maior que em março. Goiás espera rendimento médio de 2.605 kg/hectare (43,4 sacas/hectare), alta de 1,0% em relação ao mês anterior. O acréscimo de 0,6% na área colhida, somado à alta do rendimento médio, faz com que a expectativa de produção seja de 8,6 milhões de toneladas, superior 1,5% em relação a março. Paraná reajustou o rendimento médio em 0,8%, passando para 3.293 kg/hectare (54,9 sacas/hectare). A alta na estimativa foi de 0,9%, totalizando 17,2 milhões de toneladas.
Trigo (em grão) – A atual estimativa da produção é de 7.807.770 toneladas, numa área a ser plantada de 2.809.127 hectares, com um rendimento médio de 2.781 kg/ha, maiores 1,2%, 0,5% e 0,7%, respectivamente, quando comparados aos dados do mês anterior. Ainda na condição de intenção de plantio, O GCEA do Paraná estimou uma área de 1.356.320 hectares, 0,5% maior quando comparada ao mês anterior. As previsões para a produção e o rendimento médio são de 4.070.420 toneladas e 3.001 kg/ha, maiores 0,6% e 0,2%, respectivamente. Até o final do período, o plantio havia sido realizado em apenas 8% da área prevista. As lavouras implantadas apresentam um bom aspecto, atravessando os estágios de germinação (60%) e desenvolvimento vegetativo (40%). O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional, manteve as expectativas do mês anterior.
Estimativa de abril de 2015 em relação à produção obtida em 2014
Dentre os 26 principais produtos, 11 apresentaram variação positiva em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (0,4%), amendoim em casca 2ª safra (3,5%), arroz em casca (0,7%), aveia em grão (22,6%), cevada em grão (10,0%), feijão em grão 1ª safra (7,9%), mamona em baga (140,4%), mandioca (5,1%), milho em grão 1ª safra (0,6%), soja em grão (10,6%) e trigo em grão (26,7%). Com variação negativa, foram 15 produtos: algodão herbáceo em caroço (10,9%), batata inglesa 1ª safra (0,8%), batata inglesa 2ª safra (2,0%), batata inglesa 3ª safra (20,5%), cacau em amêndoa (10,9%), café em grão – arábica (1,8%), café em grão – canéfora (16,6%), cana-de-açúcar (1,4%), cebola (4,4%), feijão em grão 2ª safra (1,9%), feijão em grão 3ª safra (12,1%), laranja (7,0%), milho em grão 2ª safra (5,5%), sorgo em grão (12,2%) e triticale em grão (13,5%). O incremento de produção mais significativo, em números absolutos, superando a 2,0 milhões de toneladas, na comparação com a safra 2014, ocorreu para a soja (9.189.792 t). Nesta comparação, as maiores variações negativas, em números absolutos, foram para cana-de-açúcar (-9.724.321 t) e milho (-2.466.873 t).
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
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