Agricultores familiares realizarão manifestação no prédio do Ministério da Justiça

Publicado em 06/11/2013 08:56
Cerca de 200 proprietários de terras da região sul do país farão ato público contra a posição do Governo Federal na criação de áreas indígenas

Uma comitiva da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul/CUT ) deve ocupar o prédio do Ministério da Justiça na manhã desta quarta-feira (06). Mais de 200 agricultores familiares da região Sul defendem maior critério técnico na análise das solicitações de áreas indígenas por meio de nova portaria interministerial. Os produtores rurais afirmam que após a demarcação das terras, serão despejados de suas áreas sem qualquer perspectiva de indenização ou reassentamento. O ato está marcado para 6 horas.

O Coordenador Geral da Fetraf-Sul, Rui Valença, afirma que os agricultores são os legítimos proprietários das terras adquiridas do Estado há mais de 100 anos provados com escrituras de fé públicas fornecidas pelo Estado brasileiro. “Não somos contra a demarcação das terras, mas é dever do Estado dar alternativas aos agricultores”, afirma. 

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi designado pela presidente Dilma Rousseff para conduzir as negociações com os agricultores em Brasília até que se chegue a uma solução definitiva. Segundo a Fetraf-Sul/CUT, apenas uma audiência foi realizada com o ministro, em 14 de outubro. Após esta primeira negociação, representantes do Ministério da Justiça e do Ministério Público Federal acordaram a utilização da força policial por meio da polícia Federal e Força Nacional para efetuar a demarcação da terra dos agricultores no município de Sananduva (RS), no dia 11 de novembro, contrariando orientação da presidente Dilma. Diante desta quebra nas negociações os agricultores devem tomar o Ministério da Justiça a fim de que as tratativas sejam retomadas. 

“Esperamos que os erros cometidos outrora com os povos indígenas com a chancela do Estado e da sociedade, não sejam repetidos hoje conosco. Os agricultores familiares nada têm a ver com devastação dos povos tradicionais realizada durante o Brasil Colônia e não podem pagar pelos desmandos das elites latifundiárias”, conclui Valença.

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Fetraf-Sul

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